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Fiat Palio, Volkswagen Gol e Chevrolet Corsa. Estes são os três modelos mais recomendados para compra pelos reparadores automotivos, de acordo com a Pesquisa CINAU Melhor Carro/Imagem das Montadoras, que nos meses de novembro e dezembro de 2010 ouviu 1.169 profissionais da reparação, em todo território nacional, por carta e internet.
O Fiat Palio confirmou o favoritismo entre os profissionais do setor, conquistado ano passado, após anos de supremacia do Volkswagen Gol, que agora figura em segundo lugar. São 14,3% de preferência ao italiano contra 13,2% do alemão.
Já na terceira posição, o Chevrolet Corsa volta a figurar entre os três mais, no lugar do Toyota Corolla, com 6,1% da preferência dos reparadores. Vale lembrar que o compacto da GM sempre esteve na lista, até o ano passado. Esta é, portanto, uma volta.
Não recomendados
A pesquisa questionou também quais modelos os reparadores não recomendam aos clientes. E, tal como ocorreu no ano passado, os não recomendados foram Ford Fiesta (11% de reprovação), Fiat Marea (7,2%) e Peugeot 206 (5,5%).
Em relação ao ano passado, os índices de não recomendação aumentaram, para os três modelos. O Fiesta piorou de 9,9% para 11%, o Marea, de 5,4% para 7,2%, e o 206, de 3,9% para 5,5%. O Ford é o único que ainda é fabricado. O Fiat é passado (tanto motor quanto carroceria) e o Peugeot evoluiu para um modelo mais bem acabado, tanto esteticamente quanto na parte mecânica.
De qualquer forma, pela relação dos Índices de Satisfação do Reparador fica fácil entender porque um carro da Ford é considerado o pior na visão dos reparadores. Nos seis quesitos, a montadora aparece em último lugar, sendo a relação custo-benefício a quem mais precisa de atenção da marca, pois a diferença com a penúltima colocada, a Peugeot, é grande: -37,1% para Ford contra -11% para Peugeot.
Isso não significa, no entanto, que os veículos da marca – e até mesmo o Fiesta – sejam carros ruins, pelo contrário, são modelos concebidos por processos de engenharia bastante modernos, orém, a Ford é uma especialista em não se relacionar com o mercado em geral, principalmente o de reparação.
Este é o preço que a marca paga pela negligência com o setor. Há anos a Ford ocupa a quarta colocação do ranking das mais vendidas, e logo deve perder esta posição, pois a Renault quer conquistar esta posição o quanto antes e, mesmo sendo uma montadora ainda com muitas restrições por parte dos reparadores, ela é menor do que a da Ford.
Análise
A CINAU levantou também o Índice de Satisfação do Reparador em seis categorias (Acesso a Informação Técnica, Manutibilidade, Custo & Benefício, Disponibilidade de Peças, Qualidade e Tecnologia), para cada marca.
Este levantamento ajuda a entender porque o Fiat Palio está a frente do Volkswagen Gol. Para os reparadores, a Fiat é a melhor marca em Acesso a Informação Técnica, Custo & Benefício e Tecnologia. Já a Volkswagen conta ao seu favor com a elevada Confiança na Marca, resultado da tradição conquistada ao longo dos mais de 50 anos de mercado no Brasil. Quem não se lembra da frase: “Compre um Volks, que é de fácil manutenção”. Pois isso está mudando, e a pesquisa CINAU Melhor Carro/Imagem das Montadoras mostra em números, como isso está ocorrendo.
Na edição passada, quando o Fiat Palio ultrapassou o Volkswagen Gol, a diferença entre eles foi de cerca de 3 pontos percentuais. Nesta edição está menor, apenas 0,9 ponto percentual. Isso pode ser um indicativo de que a Volkswagen começou a fazer a lição de casa junto aos reparadores, e esta é a boa notícia, pois não se pode viver do passado para sempre.
Outra boa surpresa no resultado a pesquisa deste ano foi o retorno do Chevrolet Corsa à lista dos três mais. Na edição passada, o modelo foi preterido pelo Toyota Corolla e isso é o
que torna a pesquisa interessante pois fica o questionamento: o que houve para o Corolla não manter a posição? Teria sido efeito dos recalls anunciados durante o ano passado? Ou a presença do modelo foi apenas um ‘desvio de percurso?’
Provavelmente na próxima edição da pesquisa teremos mais elementos para uma conclusão precisa. Pelo histórico, podemos dizer que neste ano ‘tudo voltou ao normal’, com os três veículos mais populares ocupando as primeiras posições.
Foram, sem dúvidas, veículos de grande sucesso de vendas no tempo de lançamento, com muita tecnologia embarcada, e de vanguarda para os modelos da época. E, assim como todo produto de vanguarda, as chances de receber críticas são grandes. Por isso é preciso ter habilidade para reverter as críticas ruins em ações de marketing que tragam benefícios para a marca e para o consumidor. É isso que a Fiat tem feito nos últimos anos, com grande sucesso.
2,5l ou +
Nos modelos de luxo com maior motorização, os reparadores não apresentaram surpresas. Chevrolet Omega, Volkswagen Jetta e Ford Fusion foram considerados os mais recomendados, com 18,7%, 12,7% e 8,1%, respectivamente.
Já na lista dos não recomendados, também não houve alterações: Chevrolet Omega em primeiro, com 25,4%, Ford Ranger, com 6,8% e Chevrolet Blazer, com 5,1%. Este é mais um clássico exemplo do carro que é amado por uns e odiado por outros, no caso, o Omega.
Apesar de ser bastante confortável, o Omega é um carro de manutenção cara, típica de um sedan de luxo, assim, mesmo sendo um excelente veículo, o reparador não se sente a vontade para recomendar um veículo que gera reclamação de preço a cada parada para revisão.
Picapes leves
A reestilização do Volkswagen Saveiro aparentemente deu uma levantada no moral do modelo junto aos reparadores, pois ao mesmo tempo que subiu uma posição na lista dos recomendados, apresentou menor índice de não recomendação, em relação à pesquisa do ano anterior. Em outras palavras, roubou a segunda posição da Chevrolet Montana, nas recomendadas, e na outra coluna, empatou com a mesma Montana, com 11,7% de não recomendação.
A queda da Montana é, no entanto, motivo para estudo. Mesmo com motor novo, 1.4l Econo.Flex, a picape leve da GM sofreu o peso da idade, caiu uma posição entre as recomendadas (foi para o terceiro lugar) e surgiu pela primeira vez na lista das não recomendadas, no lugar do Fiat Strada. A reestilização, que a deixou com a frente do Agile, chegou um tanto o quanto tarde, mas pode ser que na próxima edição estes números sejam diferentes.
Já na primeira posição, tanto na lista dos mais recomendados quanto na lista dos não recomendados, não houve alteração. Os reparadores continuam gostando do Fiat Strada e detestando o Ford Courier.
Picapes pesadas
O maior destaque entre as picapes pesadas é o surgimento de um novo querido, o Toyota Hilux, em substituição ao líder de vendas, Chevrolet S10, que ficou na segunda colocação, um indicador de que está na hora de a GM pensar em um substituto ou ainda em operar uma verdadeira reforma na picape. Fato é que a marca já anunciou mudanças profundas na linha de produtos para 2012, assim, é aguardar. Na terceira posição, o Ford F250 manteve-se, com 16,9% da preferência dos reparadores.
Entre as não recomendadas, o Ford Ranger não decepcionou e manteve a liderança; nem mesmo a reestilização salvou o modelo. O destaque, no entanto, foi o aparecimento, pela primeira vez, do Mitsubishi L200 na terceira posição, com 6,2% dos votos, um indício de que o namoro com a marca japonesa pode estar começando a ruir. Mas, ainda é cedo para dizer. Nesta coluna, o Chevroelt S10 permaneceu em segundo lugar, com 18,2%.
Os melhores e piores por categoria
A cada ano, os reparadores são convidados a eleger os melhores e piores modelos, por categoria de motor, independente do estilho, silhueta etc., o que vale aqui é a motorização.
Ao todo, são sete categorias: até 1.0l, de 1.1l a 1.5l, de 1.6l a 1.9l, de 2.0l a 2.4l, acima de 2.5l, picapes leves e picapes pesadas.
Na primeira, até 1.0l, o destaque foi a Fiat que conquistou as duas colocações mais altas nesta categoria, entre os recomendados, com Uno (21,1%) e Palio (18,1%), que subiu uma posição em relação à pesquisa anterior. Ruim para o Chevrolet Celta que estava em segundo no ano passado e, este ano foi substituído pelo Volkswagen Gol.
Na lista dos menos recomendados na categoria até 1.0l não houve mudanças. Ford Fiesta, Volkswagen Gol e Ford Ka mantiveram a péssima atuação de 2009, que coincidentemente foi a mesma de 2008. A única alteração foi o percentual de cada um. Em 2008, o Ford Fiesta não era recomendado por 22,1%, em 2009 melhorou um pouco, e subiu para 17,8% de não recomendação, mas em 2010 voltou para a marca dos 20%, com, 20,2%.
Já o Volkswagen Gol vem em uma queda constante. Em 2008 eram -13,3%, caiu para -16,2% e agora tem -19,1%. Aqui cabe um parênteses: como pode o Gol ser recomendado por 15,5% dos reparadores e não recomendado por outros 19,1%? Uma das respostas é que um mesmo produto pode agradar uns e não agradar outros.
Em outras palavras, cada grupo de reparadores tem uma experiência com cada modelo, uns agradáveis outros não. Não existe unanimidade. Ocorre também que um mesmo veículo pode apresentar diferentes tipos de motores da mesma cilindrada, dependendo do ano de fabricação. O Gol 1.0l 16v por exemplo é considerado ruim pela maioria dos reparadores, porém a versão 8v não.
1.1l a 1.5l
Nesta categoria a surpresa fica por conta do Chevrolet Celta na terceira posição, em substituição ao Fiat Siena, que por sua vez tinha desbancado o Prisma em 2008. A estranheza fica por conta do fato de que existem poucos Celtas com motor 1.4l disponíveis no mercado e, talvez por isso mesmo que o modelo seja valorizado. Afinal, os antigos motores 1.4l da GM até que não eram ruins.
Nas primeiras posições, Fiat Palio e Chevrolet Corsa mantiveram o favoritismo que perdura a anos. O Fiat com preferência na casa dos 30% e o Chevrolet com 12,1%. Nada muito novo nesta categoria.
Tal como nos modelos recomendados, os não recomendados também não apresentaram mudanças, e de forma ainda mais imóvel, pois as três posições se repetem a anos. Em primeiro, surge o Fiat Palio (17,6% dos reparadores não recomendam o modelo), em segundo, o Ford Fiesta (13,6%), e em terceiro, o Fiat Uno (9,7%).
Nesta categoria, tal como na anterior, o Fiat Palio aparece em ambas colunas (recomendados e não recomendados) e, assim, vale o mesmo comentário: há aqueles que experimentaram boas lembranças e os que tiveram más recordações. Pelos números, a quantidade de boas lembranças são maiores do que as más: 31,1% contra 17,6%.
1.6l a 1.9l
Este é um território de muitos modelos, alguns populares com motorização um pouco melhor e da maioria dos modelos considerados médios, com motor 1.8l, principalmente. Assim, não é surpresa encontrar o Volkswagen Gol na primeira posição, afinal é o carro mais vendido do Brasil, e o veículo com motor 1.6l é praticamente um clássico moderno sonho de consumo de muitos jovens.
Além disso, o Gol conta ainda com outros modelos mais antigos, com motor 1.8l, que foram verdadeiros sucessos de vendas, pois além de ter o design desejado pelo consumidor, era potente, andava bem e quando quebra era de fácil manutenção.
Nas segunda e terceira posições encontramos Toyota Corolla e Honda Civic respectivamente, repetindo o resultado da pesquisa realizada no ano anterior. Assim, esta edição confirma uma nova tendência nesta categoria: a de que os sedans médios japoneses estão cada vez mais presentes nas oficinas independentes. Isso é bom, pois mostra uma evolução no mercado nacional, que antes era dominado por hatchbacks compactos.
Já na lista dos não recomendados, também não houve mudanças em relação ao ano anterior. Fiat Palio, Ford Fiesta e Ford Escort mantiveram as posições. Uma análise um pouco mais profunda permite entender porque o Fiesta é o carro menos recomendado pelos reparadores: ele é citado em todas as três categorias que pode aparecer.
2.0l a 2.4l
A grande surpresa nesta categoria foi o aparecimento do Toyota Corolla na terceira posição dos mais recomendados, com 6,6.% dos votos. Isso porque o modelo com motor 2.0l foi lançado somente em 2010, o que possibilita duas interpretações: o reparador gostou da ousadia da montadora, e apesar de ainda não conhecer o modelo o recomenda aos clientes; ou ainda fez confusão com o modelo anterior, que apresenta motor 1.8l, mas dimensões que competem com Chevrolet Vectra e outros sedans.
Se for isso, ponto para a Toyota, pois conseguiu emplacar um carro com motor menor em uma categoria maior. Mas de qualquer forma fica o alerta da má comunicação da marca com os reparadores. Se fosse clara e precisa, não haveria confusão.
Nesta categoria não houve alteração nas duas primeiras posições da lista dos recomendados, assim como nas três da lista dos não recomendados. Entre os recomendados, os Chevrolet Vectra e Astra mantiveram a primeira e segunda colocação respectivamente, tal como ocorre desde 2008.
Sonho recorrente
Nos últimos dois anos, o reparador tem tido o mesmo sonho, quando o assunto é carro. Em primeiro lugar, o Chevrolet Vectra, em segundo, o Toyota Corolla e, em terceiro, o Toyota Hilux.
Ocorre, porém, que o Chevrolet vem perdendo terreno. Se em 2008 tinha 9,3% da preferência, em 2009 caiu para 7,2%, e, nesta edição, para 6,7%, apenas 1 ponto percentual a mais que o segundo colocado, o Toyota Corolla, que subiu de 5,4%, em 2009, para 5,7%.
Assim, pode ocorrer de, em um futuro próximo, o Chevrolet Vectra perder o posto de Carro dos Sonhos do reparador, caso a GM não tome providências hoje. Pode ocorrer, ainda, de a GM descontinuar o nome Vectra na reestruturação da linha, uma hipótese remota pois trata-se de um modelo de sucesso, principalmente em nome.
Já na outra lista, dos não recomendados, o Fiat Marea mantém o posto de pior na categoria, com 24,8%, seguido de Chevrolet Vectra (15%) e, em terceiro, o Fiat Tempra (4,3%). Cabe lembrar aqui que o reparador bate em dois mortos, ambos da Fiat (Marea e Tempra).