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Pelo terceiro ano consecutivo, estudo feito pela Faculdade de Medicina da USP comprova as melhorias trazidas pela inspeção ambiental veicular para qualidade do ar e para a saúde dos paulistanos. Considerando apenas os veículos a diesel que fizeram a inspeção em 2012, foram evitadas 559 mortes por problemas respiratórios na região metropolitana, gerando uma economia de mais de R$ 74 milhões ao sistema de saúde. Dados sobre os resultados do programa de inspeção veicular foram apresentados em palestra do consultor e ex-secretário municipal dos Transportes Marcelo Branco no SIMEA 2013, simpósio internacional de engenharia automotiva.
Seguindo a mesma metodologia dos anos anteriores, os resultados do programa confirmam que as melhorias trazidas pela inspeção ambiental veicular vão além da capital paulista. O estudo da USP foi realizado de acordo com as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e tomou como base dados oficiais do programa de inspeção fornecidos pela Controlar e também o Relatório de Qualidade do Ar no Estado de São Paulo da CETESB.
De acordo com os dados apresentados no SIMEA, a redução nas emissões de particulados dos veículos a diesel na frota inspecionada foi de 20% em 2012. Na análise da USP, a concentração de particulados foi reduzida em 0,96?g/m³, evitando assim 559 mortes por problemas respiratórios na região metropolitana de São Paulo. O levantamento mostra que, nos últimos três anos, a inspeção ambiental veicular salvou 1.395 vidas e evitou 1.813 internações, representando uma economia de R$ 320 milhões aos cofres do município.
O estudo também faz a divisão dos custos diretos das 127 mil inspeções de veículos a diesel pelo número de vidas salvas. O resultado é de um custo de R$ 10 mil por vida salva, significativamente mais baixo do verificado em qualquer programa de saúde pública. Se fosse considerada também a redução do número de internações hospitalares, não incluídos na avaliação, os custos unitários seriam ainda menores.
Inspeção equivale à retirada de 1,3 milhão de veículos de circulação
As informações apresentadas por Marcelo Branco contemplam também os resultados sobre o impacto da inspeção ambiental veicular nos veículos leves e motocicletas. Em ambas as categorias, foram constatadas expressivas quedas nas emissões de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos.
No caso de veículos leves inspecionados em 2012, houve uma redução de 47,6% na emissão de monóxido de carbono e de 39% na de hidrocarbonetos nos carros movidos a gasolina. Veículos flex tiveram reduções, respectivamente, de 55,7% e 33,3%. No caso das motos, as quedas das mesmas emissões foram de 35% (CO) e 39% (HC).
Apenas para efeito comparativo, segundo a USP, o ganho com a inspeção veicular equivale a retirada dos poluentes emitidos por uma frota de quase 1,3 milhão de veículos, sendo 1,172 milhão automóveis, 85,5 mil motocicletas e 35 mil caminhões e ônibus, somente em 2012.
Programa pode perder 67% da efetividade
Na análise apresentada no SIMEA, também foi comparada a redução de emissão de veículos mais antigos e novos. Os cálculos mostram que a redução em veículos de menos de quatro anos de uso é comparável a de veículos com 7 a 15 anos, indicando a importância da inspeção desde os primeiros anos.
Outro ponto avaliado é o efeito das mudanças previstas no programa de inspeção ambiental veicular em São Paulo. A dispensa da inspeção nos primeiros três anos de vida do veículo e a realização da vistoria apenas a cada dois anos resultará na perda de 67% da efetividade do programa para essa parcela da frota.