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O aprendizado é ferramenta pessoal que precisa estar em constante atualização e, quando se trata do profissional de reparação automotiva, é fator fundamental para o sucesso da oficina. O tempo em que o reparador realizava o diagnóstico apenas ouvindo o barulho do motor já passou, e uma falha neste processo pode ocasionar grandes prejuízos à oficina.
O reparador que não acompanha o avanço tecnológico fica desatualizado e perde espaço no mercado. Se não bastasse isso, a inspeção veicular praticamente obriga as oficinas a consertarem e deixarem nos parâmetros estabelecidos em lei.
A necessidade do mercado
Pesquisa realizada no ano de 2010, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul revelam números que impressionam, pois 97% dos empresários da reparação entrevistados afirmam encontrar dificuldade em contratar funcionários, sendo que a falta de qualificação é a principal razão, com 97% das respostas.
Outra informação alarmante é o índice de reprovação do novo funcionário no período de experiência, ou seja, a dispensa em até 3 meses. Do total de oficinas consultadas, 41% reprovam 80% dos novatos em menos de 3 meses, e outros 31% reprovam 70% dos calouros neste período. A pesquisa mostra assim, grandes oportunidades para quem deseja se especializar em uma atividade.
“O SENAI está atento à expressiva demanda por profissionais qualificados nas diversas áreas, dentre elas a automotiva, que tem merecido uma atenção especial considerando que, na mesma proporção da produção de veículos, toda a cadeia automotiva deve necessitar de mão de obra qualificada”, afirma Fábio Rocha da Silveira, Diretor da escola SENAI Conde José Vicente de Azevedo, na capital paulista.
A qualificação do profissional é uma necessidade do mercado. Seguindo este princípio, o Grupo de Manutenção Automotiva – GMA, formado por Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), Andap (Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças), Sincopeças (Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo) e Sindirepa (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo), criou o Convênio Nacional com o SENAI, visando promover a Capacitação Profissional para oficinas.
Como está acontecendo o processo
Os programas de incentivo a manutenção preventiva “Cuide do Carro” (parceria entre Oficina Brasil e iCarros) e “Carro 100%” (GMA) apoiarão este Programa de Capacitação. Serão 1.000 vagas no primeiro ano para oficinas do Estado de São Paulo filiadas ao Sindirepa.
O processo e os primeiros treinamentos terão início com base no itinerário do SENAI. Alfredo Bastos Junior, coordenador do subgrupo de capacitação do Grupo Estratégico de Reposição do Sindipeças informa que já está formatado em todo o Brasil, o título, nome e os módulos do programa de capacitação, o próximo passo será no sentido de formação técnica e até superior, que já caminha dentro do SENAI.
No momento, terão direito aos cursos de capacitação e de especialização o reparador que já estiver trabalhando em uma oficina associada aos Sindirepas. A Indústria, por meio do Sistema S (do qual faz parte o SENAI), é que está custeando essas bolsas para o setor. Por isso, é totalmente voltado para o setor de reparação independente.
“O primeiro convênio será no SENAI Regional de São Paulo, pela proximidade e estrutura. Para a continuidade do programa, já estamos com algumas capitais definidas para a ampliação, além de o Estado de São Paulo como um todo”, explica Bastos. O programa irá funcionar da seguinte forma: a oficina que deseja indicar um reparador para fazer o curso, procura o Sindirepa, quais são as vagas e os módulos disponíveis para então realizar a inscrição do interessado.
“O Sindipeças é que vai coordenar toda a questão de equipamentos, vai concentrar e entregar para as escolas o que for realmente necessário para o curso completo. Finalmente, o Setor de reparação Independente terá uma capacitação, homologada pelo SENAI que é a melhor Instituição estruturada e sintonizada com os assuntos automotivos do Brasil”, conclui Bastos.
A sinergia da indústria com um foco em comum
Jeser Madureira, membro do grupo de trabalho de reposição autopeças e estratégico do Sindipeças, esclarece que a estratégia do GMA é utilizar o SENAI, que já é o instituto de ensino oficial da indústria e há anos provê um ensino de qualidade e confiabilidade, para levar até o reparador a formação e atualização necessária sobre as tecnologias que a indústria coloca no mercado.
“Neste termo de cooperação, a indústria irá fornecer todo o equipamento, informação técnica e materiais para que o SENAI, através de seus instrutores, escolas e laboratórios, leve até os reparadores uma especialização cada vez mais avançada. Para que isso aconteça, as indústrias deixam a concorrência e a competitividade de lado, focando a formação do mecânico como chave para a boa instalação dos produtos”, explica Madureira. “Esta Sinergia da indústria é o foco do termo de cooperação e do programa de capacitação profissional”, complementa.
Cursos de qualificação
Fábio Rocha da Silveira, do SENAI Conde José Vicente de Azevedo, afirma que os entendimentos para realização de um acordo de Cooperação Técnica entre o SENAI e o SINDIPEÇAS devem somar esforços para uma representativa capacitação de profissionais para atuação no segmento automotivo, especialmente no segmento de reparação.
“A ampliação da produção de matrículas tem ocorrido de forma constante na rede SENAI-SP, sendo que das 90 unidades, 27 atuam na área automotiva. A meta é dobrar os números de matrículas até 2014, em relação aos resultados de 2010. O acordo com o Sindipeças deve acontecer inicialmente com o Departamento Nacional do SENAI e, posteriormente, a participação dos Departamentos Regionais (estaduais), por meio de Termos de Adesão” explica o diretor da escola Senai.
Alinhado ainda a este projeto, o SENAI tem realizado um exaustivo trabalho para adequação dos cursos aos perfis profissionais exigidos pelo mercado. Esta ação está baseada principalmente nas competências dos profissionais conforme descritos na CBO – Classificação Brasileira de Ocupações, incluindo as sugestões dos representantes das empresas da cadeia automotiva.
“Com isso foi possível organizar itinerários formativos, com programas que consideram os diversos níveis de conhecimento dos profissionais e empresas, desde as autopeças, passando pelas montadoras, reparação e serviços como seguradoras, inspeção veicular, entre outras. Assim, os cursos de formação inicial e continuada que fazem parte do itinerário de formação da área automotiva farão parte da proposta para aperfeiçoar os profissionais já atuantes, bem como proporcionar a qualificação dos interessados em ingressar neste segmento”, ressalta Silveira.
O SENAI E A CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL
A Certificação Profissional é um processo de reconhecimento formal de que uma pessoa possui a competência e a qualificação necessárias para o exercício profissional em determinado campo de atividade. Cada vez mais, políticas e estratégias globais de qualidade e de produtividade passam a requerer das empresas a certificação de produtos, serviços, sistemas e, principalmente, de pessoas.
“Nesse contexto, a competência profissional passa a ter cada vez mais importância para a inserção de profissionais no mundo produtivo. Há uma expressiva demanda por parte dos trabalhadores por reconhecimento das competências adquiridas no desempenho profissional” afirma Paulo Rech, do SENAI Nacional.
Com o intuito de reconhecer formalmente os conhecimentos, habilidades e competências do trabalhador, o SENAI instituiu o Sistema SENAI de Certificação de Pessoas - SSCP. O objetivo é oferecer à sociedade e à indústria o aprimoramento da qualificação dos trabalhadores para o desenvolvimento econômico e social do País. É o reconhecimento de que uma pessoa possui a qualificação necessária para o exercício profissional em determinado ramo de atividade com a credibilidade e idoneidade do SENAI.
A certificação de pessoas tem sido desenvolvida para adicionar valor a todas as partes interessadas: aos fornecedores dos serviços, aos seus clientes, às agências governamentais reguladoras e às pessoas que realizam os serviços e que serão certificadas. Para os fornecedores dos serviços (empregadores das pessoas), o valor agregado consiste na utilização de pessoas competentes, aumentando a probabilidade de se obter serviços de melhor qualidade e nos prazos adequados, com a conseqüente redução dos custos.
Para os clientes dos serviços e para as agências reguladoras, o valor está na maior confiabilidade na conformidade dos serviços com seus requisitos e expectativas. E, para as pessoas, o valor está no reconhecimento e na aceitação que o título tem no mercado de trabalho, aumentando a empregabilidade.
PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO
São todas as atividades pelas quais um organismo de certificação estabelece que uma pessoa atenda aos requisitos de competência especificados.
O Processo de Certificação é composto de inscrição, avaliação, decisão sobre a certificação, entrega de resultados, reexame, supervisão, recertificação e, quando aplicável, suspensão, cancelamento, apelação e redução e extensão de escopo
A certificação tem como base normas que contêm a descrição das competências das qualificações.
Assim, no processo de certificação a avaliação terá como objetivo a coleta de evidências sobre o seu desempenho profissional com o propósito de formar um juízo sobre sua competência em relação ao perfil profissional estabelecido para a qualificação.
O Sistema SENAI de Certificação de Pessoas - SSCP, esta estruturado de forma a atender a Norma ABNT NBR ISO/IEC 17024 – Avaliação de conformidade – Requisitos gerais para organismos que realizam certificação de pessoas - compreendendo a elaboração de toda a documentação necessária e a realização de uma experiência piloto de aplicação para validar o sistema. O SSCP é acreditado pelo INMETRO para a certificação de pessoas. Essa acreditação dá um diferencial no sentido de que o Sistema SENAI de Certificação de Pessoas tem reconhecimento nacional e internacional para a emissão dos certificados que atesta a competências dos profissionais segundo uma norma da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
ESPECIALIZAÇÃO
O mercado precisa de profissionais especializados e o caminho ideal é, sem dúvida, via SENAI. Isso é bom para o profissional, que terá um caminho e uma carreira como Reparador e bom para a oficina que vai lidar com mão de obra qualificada. “Bom também para a indústria, que terá um reparador cada vez mais informado, aplicando melhor seu produto ou equipamento, e finalmente para o proprietário do veículo que estará rodando com segurança, economia e sem emitir poluentes” finaliza Alfredo Bastos.