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Mesmo “perdendo potência” quando comparado à versão anterior, o desenvolvimento do veículo o fez capaz de ser ainda mais arisco. Semieixo do câmbio não possui mais trizeta, corrigindo assim um defeito que era recorrente
Estar a bordo de um Audi já é privilégio para poucos, ainda mais a bordo de mais de um modelo. É o que tivemos o prazer mais uma vez, já que na edição de dezembro de 2012 testamos o Audi A1 e agora, o mais novo lançamento da montadora alemã em nosso país, o Audi A3 1.8 Sportback.
Por fora o A3 ganhou desenho atualizado segundo nova identidade da marca, agora enfim se sentindo como um membro da família. Com faróis dotados de iluminação LED e Xênon (Foto 1), o carro ganha visual ‘bad boy’ e, associado ao desenho da grade que invade praticamente toda a área do parachoques, as ‘quatro argolas’ ficam ainda mais em evidência. (Foto 1A)
Com relação ao novo design, há um vinco lateral (Foto 2) saindo do canto mais agudo da parte superior do farol que se estende até a região as lanternas traseiras (Foto 2A). Essa característica faz com que o veículo tenha um aspecto mais limpo na lateral, porém, garante caráter mais esportivo ao modelo.
Mas a traseira não “casa” muito bem com a dianteira (Foto 3). É conservadora demais, e não é tão agressiva quando poderia ser. Por ser um carro com caráter mais esportivo, caberia bem uma dupla saída de escape, mas isso é apenas uma sugestão.
Mas como não deixa de ser, as rodas (Foto 3A) são ‘hors concours’, e como em todo veículo da Audi, são lindas e não nos deixa margem para ressalvas.
Passando para o “cockpit” desta máquina, não sobraram espaço para as críticas. Os bancos possuem laterais projetadas para frente, tornando o efeito de um banco-concha. São forrados com tecido de ótimo gosto e possuem regulagem elétrica de altura e profundidade, incluindo ajuste da região lombar.
O painel (Foto 4) é bem limpo e possui marcadores simples, mas quando você começa a pensar que está simples demais você liga o contato e o computador de bordo é ligado te fazendo mudar de ideia, pois além de ser funcional é muito bonito.
O volante é bem ergonômico (Foto 5) e oferece os comandos para controle do computador de bordo e da central multimídia com relativa simplicidade, além de possuir também as borboletas de acionamento das marchas.
O teto solar do veículo (Foto 6) é bem amplo e permite que você tenha ampla visão do céu, ofertando assim o prazer que este oferece da melhor maneira possível.
Depois de muito se encantar com os recursos que o A3 nos oferece, chega o momento de dar a partida e andar ‘com a fera’. Viramos a chave e o motor ruge baixo como uma fera que está esperando para dar o bote.
Ponho a alavanca em “D” no câmbio S-Tronic de sete marchas (Foto 7), libero o freio de estacionamento (que possui acionamento elétrico) piso no acelerador e já percebo que este é um carro diferente.
Antes de testá-lo, achei um pouco estranho a Audi trocar o antigo 2.0 TSFI de 200cv e 28,5kgfm de torque por um 1.8 TSFI de 180cv e 25,5kgfm de torque, mas na prática isso se mostrou irrelevante. O novo A3 é 80 kg mais leve que sua versão anterior, portanto, essa redução de potência não interferiu no seu desempenho, pelo contrário, ele ficou até mais ‘esperto’ nessa configuração. (Foto 8)
Além de ágil é econômico, pois em nossos testes o A3 atingiu média de consumo de 11,6km/l em circuito misto, mas com maior tráfego em cidade. Claro que só o peso não é o principal responsável pela economia, mas também o emprego do Star-Stop. Todas as vezes que o veículo é parado o motor desliga, sendo reacionado quando retiramos o pé do pedal do freio. Este tempo de resposta é tão rápido que não nos deixou inseguros em nenhuma oportunidade, pelo contrário, se não fosse pela nítida sensação de “carro morrendo”, jamais saberíamos que o carro havia desligado.
Neste sistema ainda há a possibilidade de controle do condutor. Caso você não queira que o sistema atue, você poderá aplicar frenagem mais leve até que o veículo pare, sem “afundar” o pé no freio depois deste parado. Dessa forma o sistema inteligente entenderá que você fará uma breve parada e não necessita que o Start-Stop atue. Ou caso você não queira de forma nenhuma que ele atue, basta desativá-lo no painel de funções.
Como estava dizendo, o A3 ficou mais ágil, arisco e para comportar essa brutalidade o veículo conta com um conjunto de suspensão firme que permite curvas seguras nas mais diversas situações, onde o veículo não tende a trepidar ou oferecer batidas secas, mesmo em nosso asfalto de baixa qualidade.
Mas o melhor é que a suspensão também é passível de ajustes. O A3 é dotado do sistema Drive Select (Foto 9) capaz de oferecer alterações na calibragem do motor, transmissão, direção, amortecedor e no diferencial esportivo, tudo isso de acordo com a preferência do condutor. Isso na prática faz com que você tenha três veículos diferentes em um só. Basicamente, as alterações que podem ser efetuadas são:
- Direção servotronic: Confortável "macia", normal e esportiva "firme";
- Direção dinâmica: Sistema que ajusta a relação da direção para a caixa de direção, fazendo com que o condutor necessite girar menos o volante em baixas velocidades e um pouco mais em altas velocidades, proporcionando maior conforto, precisão e segurança;
- Amortecedores: Conforto "macio", normal e esportivo "firme";
- Acelerador: Respostas rápidas ou suaves;
- Câmbio: Conforto, normal ou esportivo.
E NA OFICINA?
Nada melhor que perguntar a reparadores especialistas na marca sobre o que estes encontraram de diferenças deste para o projeto anterior, como também apontar quais as principais virtudes deste novo modelo.
Dessa forma, fomos à oficina Akitem em São Paulo, especializada em veículos alemães, onde o reparador Fabio Cavalari da Silva (Foto 10) e Fabiano Pereira opinaram sobre este lançamento da Audi.
Assim Fabio fez sua primeira observação: “A tampa de reabastecimento de óleo foi realocada. Isso pode ter sido uma estratégia da engenharia para que, ao abastecer o óleo do motor, este já entre lubrificando o variador de fase e, ao continuar descendo, caia em direção ao cárter lubrificando a corrente de comando”.
“Um fato curioso é que o A3 e o A4 costumam utilizar o mesmo motor (Foto 11), porém, em um este é transversal e no outro é longitudinal, respectivamente. Mas não sei o porque dessa escolha e nem quais vantagens e desvantagens isso traria”, disse Fabio.
Com o alternador montado da mesma maneira que no A4, utilizando conjunto de polia-catraca (Foto 12), Fabio comentou: “Acredito que este sistema está sendo utilizado devido ao veículo possuir Star-Stop, onde esta catraca mantem a inércia da polia no momento em que o motor é desligado, fornecendo eletricidade e absorvendo as partidas do sistema nestes momentos”.
O filtro de óleo do motor (Foto 13) neste modelo ficou bem mais acessível e fácil de trocar: “Muito boa esta modificação onde anteriormente ficava na parte inferior do motor”, acrescentou o reparador.
A turbina (Foto 14) também teve seu acesso modificado: “Em caso de necessidade de efetuarmos reparo nesta, seu novo posicionamento permite acesso simples”, completou Fabio.
“Tenho ressalvas quanto à colocação da central de injeção no vão do motor (Foto 15). Ela fica muito exposta dessa forma. Além de trocar calor e umidade, esta fica vulnerável aos ‘curiosos’, principalmente no momento em que decidem erroneamente lavar o motor. Se direcionarem o jato de água diretamente na central, esta poderá ser danificada gravemente. Nos modelos anteriores a central se localizava dentro da ‘churrasqueira’, com certeza um local bem mais protegido”, relatou Fábio.
O reparador Fabiano Pereira (Foto 16) comentou que neste modelo foram modificados alguns componentes, como por exemplo, a bomba de alta que no modelo anterior queimava muito. Outro item alterado foi a válvula solenoide: “Com pouca quilometragem ou entre dois e três anos de uso já apresentavam defeito, mas acredito que este inconveniente tenha sido solucionado pela engenharia”, acrescentou. (Foto 17)
Outro componente que sofreu alteração é o antichama do motor (Foto 18). No modelo anterior, o diafragma se rompia causando entrada de ar falso e, em alguns casos, produzia forte ruído e perda de potência no motor: “Observo que o sistema mudou e acredito que internamente tenham modificado o diafragma também, optando por um mais resistente. Em média este antichama é substituído entre 35.000 e 40.000 km”, disse Fabiano.
“Esses modelos que possuem freio de estacionamento elétrico precisam de um scanner especifico para efetuar a troca das pastilhas de freio. O reparador pode até retornar os êmbolos da pinça traseira manualmente, mas ao se colocar a pastilha nova e não se efetuar a calibração correta com o scanner, a pastilha vai se desgastar prematuramente” relatou Fabiano.
Fabio ainda fez outro comentário: “Noto que o sistema de semieixo do câmbio sofreu alteração no projeto, onde antes usava trizeta e, com o motor tendo toda essa potência, costumava quebra-la, gerando assim um defeito recorrente. Agora, o modelo adotado é o de sistema de roletes (Foto 19), mais conhecido como ‘bolachão’, onde por sua característica construtiva, com certeza absorverá melhor este impacto e oferecerá maior durabilidade”.
VEJA MAIS!
Quer saber mais detalhes sobre o Audi A3 Sportback? Este mês nossa avaliação ganhou um novo recurso. Agora você poderá ver o que os reparadores disseram sobre o carro e ainda uma verdadeira aula do engenheiro da Audi sobre as principais novidades que este alemão traz.