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Modelo da marca alemã insere-se em um mercado em ascensão, o de compactos esportivos. Grandes novidades no powertrain podem, dentro de alguns anos, ser empregadas como soluções por outras marcas, e você poderá ver em sua oficina
Deixou o gostinho de quero mais... Sim o Audi A1 realmente é um carro de deixar saudades. O pequeno Sportback da Audi encanta até aqueles que não são muito fãs de velocidade e no quesito “engenharia empregada” remetem a uma pergunta: como ninguém pensou nisso antes?
Bom, iremos explicar o porquê disso tudo.
O Audi A1 é o tipo de carro que visualmente já agrada, porém, nós brasileiros estamos acostumados ao excesso de visual e pouca correspondência mecânica, portanto, ficamos com um pé atrás.
Entramos em seu habitáculo: o A1 até que não surpreende tanto. Os materiais utilizados são de boa qualidade, mas nada muito longe do que vemos em veículos produzidos no Brasil (claro que excluindo os populares deste comparativo). Os bancos possuem desenho simples e em dois tons, preto ao fundo e vermelho onde repousamos as costas e as pernas. Como em todo esportivo, o espaço para os ocupantes no banco traseiro é bastante reduzido e qualquer pessoa acima de 1,75m que fique no banco traseiro se sentirá desconfortável. Outro ponto de grande destaque é o sistema de som BOSE que o veículo possui trazendo equilíbrio e eficiência na reprodução de graves e agudos, ou seja, qualidade em todos os volumes sem distorções. (FOTO 1,1A)
Até darmos partida no motor, não percebemos grandes mudanças no carro.
Quando selecionamos a posição “D” no câmbio DSG de dupla embreagem com sete marchas e saímos com o carro, percebemos alguma “agressividade”, mas nada de incomum. (FOTO 2)
Porém, na primeira oportunidade de realizar uma ultrapassagem e o pedal do acelerador é provocado, percebemos o grande segredo deste carro: ele gosta de correr!
As respostas nas acelerações são extremamente rápidas. Este pegueno foguete de 185 cv e 25,5 kgfm atinge os 100km/h a contar do repouso em 6,9s. (FOTO 3)
Economia x potência
A pergunta sempre foi: potência e economia podem andar juntas? Este pequeno A1 dá a resposta em números. Com todo o desempenho que possui, a Audi divulga a tabela de consumo do veículo para 13,3km/l, na cidade e 19,6km/l, na estrada. Os números podem parecer exagerados, mas nossa redação conseguiu atingir com certa tranquilidade o consumo de 12,2km/l em trecho urbano, portanto, esta utopia pode ser sim realidade. (FOTO 4)
O “pulo do gato”
O grande segredo da engenharia alemã foi planejar este motor com dois sistemas de sobrealimentação trabalhando em conjunto: um compressor do tipo roots e uma turbina.
E como funciona tudo isso? Bem, a UCE calcula a maneira que o ar chegará ao cilindro para produzir o torque e a potência exigidos pelo condutor. Isso basicamente define se o compressor trabalhará sozinho, em conjunto com a turbina ou se a turbina atuará sozinha.
Tecnologia do 1.4 4R4 TSFI
Este propulsor possui grandes novidades tanto para o consumidor, quanto para a reparação em geral. Vejamos os detalhes.
Bloco do Motor
Este é fabricado em ferro fundido cinzento em grafite lamelar e produzido sob o princípio Open-Deck. Neste, as galerias de água que envolve os cilindros são abertas para o lado de cima, permitindo, portanto um melhor arrefecimento da parte superior do cilindro. Na parte inferior, o arrefecimento é feito através de bicos que esguicham óleo na parte mais baixa do pistão. (FOTO 5)
Bielas
Estas são do tipo “crackeadas” (mais conhecida como biela quebrada, o que permite o perfeito assentamento do conjunto na montagem). Os casquilhos destas são bi metálicos e livres de chumbo, possuindo as duas metades idênticas. As buchas são de bronze (o que permite melhorar a lubrificação e reduzir a deformação). (FOTO 6)
Árvore de Manivelas
Esta é montada sob o apoio de cinco mancais, sendo o central responsável pelo ajuste das folgas axiais.
Os casquilhos são bi metálicos com a parte superior diferenciada da inferior, devido às diferentes cargas de trabalho em ambas as regiões.
As capas de mancal são fabricadas em ferro fundido cinzento e a tampa do cárter é de alumino fundido. (FOTO 7)
Cabeçote
Este é fabricado em alumínio e possui duplo comando de válvulas. Possui a tecnologia de quatro válvulas por cilindro sendo acionada por alavancas roletadas com ajuste de folga hidráulico.
As válvulas de escape e admissão possuem a haste rígida adquirida através de têmpera por indução. O comando de válvulas possui ajuste contínuo das válvulas de admissão, com limite de 40º do ângulo da árvore de manivelas.
Neste motor a bomba de combustível fica aparafusada à tampa do cabeçote e é fabricada no mesmo material deste. (FOTO 8)
Canais de Admissão do Ar
Nos motores FSI, os canais de admissão foram mantidos planos, sendo divididos por uma chapa “Tumble”. “A partir do fluxo dirigido sobre o canto superior das válvulas e dos vértices do assento das válvulas de admissão, consegue-se a forma circular do fluxo de ar, característica especifica dos sistemas FSI”, informa a Audi. (FOTO 9)
Sistema de Injeção de Alta Pressão
Sobre o tema, a Engenharia da Audi explica: “neste sistema ajusta-se a variação da pressão entre 35 e 100 bar, dependendo da carga do motor”. (FOTO 10)
Válvulas de Injeção de Alta Pressão
Agora, detalhando este componente de suma importância para a eficiência na queima, a marca alemã informou: “O “desenho” dos jatos das válvulas de seis orifícios foi determinado de maneira a evitar uma inundação da base dos pistões durante as fases de carga total e de dupla injeção durante o período de aquecimento do catalisador. Melhora-se também por consequência a formação da mistura. Assim, também conseguem-se menores quantidades de emissões de CO2, e, diminui-se a infiltração de combustível no óleo do motor durante a fase de aquecimento.” (FOTOS 11 e 11A)
Distribuição por Correntes
“O gerenciamento do motor 1.4l-TFSI é acionado por correntes de distribuição livres de manutenção. O sistema conta com dois níveis. No primeiro movimenta-se a bomba de óleo. O segundo – externo – é responsável pela movimentação das duas árvores de comando das válvulas.
Os principais benefícios são devido às suas vantagens acústicas e boa transferência de força, além de baixo atrito”, comentou a fabricante. (FOTO 12)
Bomba de Óleo Ajustável - Duo Centrica
Neste motor usa-se uma bomba de óleo Duo Centrica com pressão ajustável que, segunda a Audi, possui as seguintes vantagens quando comparada a uma convencional:
• A pressão de óleo é controlada pelo volume necessário e mantida a um nível de 3.5 bar.
• A potência retirada do motor para o acionamento da bomba é reduzida em até 30% em relação a uma bomba que trabalha de maneira tradicional.
• O “desgaste” do óleo é reduzido devido à menor quantidade que retorna ao cárter.
• A espuma formada no óleo diminui devido à pressão manter-se estável. (FOTOS 13, 13A,13B e 13C)
Arrefecimento com Divisão de Temperaturas
Ajuste de Temperatura - Este sistema foi desenvolvido de forma a permitir um rápido aquecimento do bloco na região dos cilindros e para mantê-los dentro da faixa esperada.
Dentre as vantagens deste sistema com divisão em dois sistemas de circulação, a marca alemã cita:
• Aquecimento mais rápido do bloco de cilindros, pois, o líquido de arrefecimento permanece no bloco até atingir os 105ºC.
• Devido à maior temperatura no bloco de cilindros, os atritos nos sistemas ligados à árvore de manivelas são reduzidos.
• Como o cabeçote é arrefecido de forma mais eficiente a temperatura na câmara de combustão também é menor levando a um melhor grau de enchimento e redução da tendência à pré-ignição. (FOTO 14)
Compressor Mecânico Roots - Nestas imagens é possível visualizar os detalhes do compressor Roots utilizado neste modelo do Audi A1 1.4 4R4 TSFI. A audi questionada se essa tecnologia deverá ser empregada em outros modelos da marca alegou que até o momento não há previsão para tal. Quem imaginou que um dia veríamos um Audi hatchback esportivo. Os alemães estão na frente de novo. (FOTO 15, 15A, 15B,15C)
Coletor de Admissão com Turbina - Vejam o detalhe em corte desta turbina capaz de fazer o A1 se tornar feroz nas pistas. (FOTO 16)
Resfriador para Ar de Sobrealimentação - Para garantir a eficiência do funcionamento da sobrealimentação de ar na câmara, a utilização de intercoolers ou aftercooler estão cada vez mais em alta. Vejam na imagem divulgada o trajeto que o ar faz dentro deste para entrar resfriado na câmara de combustível. (FOTO 17, FOTO 17A, 17B)
Circuito de Sobrealimentação - Podemos verificar na imagem simplificada abaixo a derivação existente pós-filtro de ar a qual direciona o ar de admissão para a turbina, para o compressor, ou para ambos através de uma válvula do tipo flap. (FOTO 18)
Fases de Funcionamento - Sobrealimentação
Aspiração Natural - baixa carga; (FOTO 19)
Turbo e compressor juntos alta carga do motor até 2400 rpm 2,8 bar absoluto; (FOTO 19A)
Turbo e compressor juntos alta carga do motor entre 2400 e 3500 rpm; (FOTO 19B)
Operação somente turbina 2,0 bar absoluto (FOTO 19C).