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Cuidar da infra-estrutura da oficina para minimizar o risco de acidentes
é uma das formas de oferecer mais qualidade ao cliente
Nesta quinta reportagem da série, abordaremos a importância do investimento em um ambiente de trabalho seguro na oficina, e como isso reflete na qualidade dos serviços prestados. Nas edições anteriores falamos sobre ambiente e a responsabilidade do reparador em relação à natureza, a organização e limpeza, uma breve introdução aos princípios da qualidade e mostramos a importância de se preparar para a certificação.
O auditor técnico do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), José Palacio, explica que a evolução da empresa depende de uma série de fatores, sendo uma delas a preocupação com a segurança nas áreas de trabalho, e também com relação à saúde dos funcionários.
“Todo funcionário acidentado pressupõe afastamento e, a sua substituição significa perda da qualidade no atendimento, pois geralmente o substituto não possui o mesmo treinamento”, afirma Palacio, ao recomendar ações simples para evitar este tipo de situação, como o nivelamento do piso da oficina.
“Já ocorreu de, em uma retífica de motores, a roda do carrinho que transportava um motor cair em um buraco no piso e ficar presa e, o funcionário, no impulso de segurar o bloco, rasgou a mão”, conta o auditor do IQA, ao comentar que este tipo de acidente ocorre com mais frequencia do que deveria.
Na oficina
Para o proprietário da AutoMecânica Scopino, Pedro Luiz Scopino, de São Paulo, o investimento no bem estar do funcionário é uma prioridade. “Assim que um colaborador é admitido ele recebe um kit com equipamentos de proteção individual (EPIs), contendo uniforme, botas, óculos de segurança, protetor auricular e luva química”, afirma o reparador. E, para ninguém esquecer de usar os EPIs, há um quadro pendurado na parede.
Scopino alerta aos colegas que, na hora de escolher os EPIs eles devem ficar atentos ao Certificado de Aprovação (CA). “Se o produto não tiver o número de CA impresso, não deve ser adquirido, pois o CA é a garantia de aprovação no Ministério do Trabalho e Emprego”, explica.
Palacio, auditor do IQA, explica porém que o uso de EPIs deve ser o último recurso no planejamento da eliminação da causa de um item de perigo. “Existem os equipamentos de proteção coletivo (EPCs), que devem ser considerados antes”, diz.
Um exemplo é uma oficina que testa motores com frequência e produz muito ruído por períodos prolongados. “O primeiro passo é a construção de um cubículo com isolação acústica e ventilação para exaustão de gases”, afirma Palacio. “Os EPIs devem ser utilizados caso haja necessidade de uma pessoa entrar no cubículo para realizar uma intervenção neste motor, durante o teste”, explica. Porém, nas oficinas de reparação automotiva em geral, os EPCs são raros, predominando o uso dos EPIs.
Dicas
Acostumado a visitar oficinas mecânicas para elaborar relatórios de certificação e recertificação, Palacio conta que os motivos de acidentes mais comuns são trabalhar em posição inadequada, uso incorreto ou a própria falta de uso dos EPIs, carro no elevador erguido até a metade (risco de bater a cabeça), uso de improvisações na ligação de máquinas elétricas e óleo no piso.
“Sempre que estiver com um carro no elevador e precisar parar o serviço por qualquer motivo, erga-o até o limite máximo do equipamento, pois assim evitará as pessoas baterem a cabeça”, diz Palacio.
O auditor do IQA comenta ainda a importância de ter extintores de incêndio revisados e em locais de fácil acesso. “O ideal é ter uma brigada de incêndio, independente do número de funcionários, pois é importante saber qual extintor deve ser utilizado para cada situação de incêndio”, afirma.
Certificação
Palacio explica que no processo de certificação de uma oficina, itens como a segurança no trabalho são observados e devem atender a requisitos mínimos, pois interferem na qualidade do atendimento e dos serviços prestados. Além disso, o auditor repara se a infra-estrutura da oficina é adequada à execução da atividade, sem ferir a integridade física dos funcionários. “Qualidade de vida repercute em qualidade do trabalho”, conclui.
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