Agora o Nissan March passa a ser um forte concorrente para os veículos do segmento B, pois acaba de ganhar um motor 1.0 de três cilindros. Esse motor estará disponível em todas as versões do hatch a partir de R$ 35.990 e terá 77 cv e 10,0 mkgf de torque, abastecido com etanol ou gasolina. Agora o March dispensa o tanquinho de gasolina para partidas a frio, pois já virá equipado com o sistema FlexStart, aquele que aquece o etanol antes de injetá-lo nos cilindros, proporcionando melhor combustão. A linha com propulsor de 1,6 litros também ganhou esse equipamento.
São três versões com motor tricilíndrico: a de entrada já conta com ar-condicionado e direção elétrica. Por mais R$ 2.000 é possível comprar a 1.0S (versão intermediária), com trio elétrico e chave com telecomando. A versão topo de gama da linha 1.0 custa R$ 40.990 e conta com os itens citados acima mais rádio com bluetooth, faróis de neblina, aerofólio, volantes com comando de rádio e roda de aro 15” de liga leve.
Esse novo propulsor, denominado HR10, tem 4 válvulas por cilindro e o bloco e cabeçote são de alumínio. Esse motor é derivado do propulsor HR12, movido apenas a gasolina, que a Nissan disponibiliza nos carros europeus. A taxa de compressão passou de 9,86 para 11,2 em comparação com o antigo motor de 4 cilindros. O torque permaneceu o mesmo, mas o tricilíndrico é 3cv mais potente. Segundo a Nissan, o novo March consegue percorrer 8,8 km com 1 litro de etanol na cidade e 10,3 km na estrada. Com gasolina o consumo é de 12,9 km/l na cidade e 15,1 km/l na estrada.
E já é possível dizer que o antigo motor não deixou saudades. Nas primeiras voltas já é possível sentir que os 3cv a mais e que o torque, que agora surge antes, foram as mudanças que o March precisava para voltar a ser competitivo. Apesar de a potência ainda estar longe do veículo 1.0 com 3 cilindros mais potente do mercado, o Ford Ka que tem 85 cv com etanol, as acelerações do March impressionam.
Em aproximadamente 2.500 rpm já são liberados 90% do torque, o que só acontecia aos 3.500 rpm no motor antigo. Ou seja, as retomadas em baixas rotações ficaram melhores e o desempenho do hatch na cidade empolga. O que pode incomodar o motorista mais atento é o ruído do câmbio manual de cinco marchas. Além de ter engates pouco precisos, o barulho ao engatar as marchas é de deixar qualquer um bastante preocupado. Por vezes o motorista se pega engatando a terceira marcha, quando na verdade gostaria de utilizar a quinta. Além disso os engates tem curso muito longo.
Para tentar suavizar o funcionamento do motor novo, pois a maioria dos tricilíndricos tem uma vibração intensa, a Nissan colocou contrapesos à polia do virabrequim e ao volante do motor (este é depois acoplado ao câmbio). Com isso o resultado foi alcançado, pois ele vibra bem menos que os VW up! e Fox Bluemotion, por exemplo.
O argumento da montadora para trazer esse novo motor foi o tamanho do segmento dos hatches compactos: “o segmento de hatches compactos corresponde a 41% do total do mercado brasileiro. E desse montante, 61% dos carros tem motor 1.0”, disse o presidente da Nissan do Brasil, François Dossa.