Notícias
Vídeos
Fórum
Assine
Os expositores de duas empresas chinesas acabaram na delegacia, acusados de clonar a marca ZEN, fabricante de impulsores de partida e polias de roda livre
A Automec 2009 (Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços) realizada há duas semanas em São Paulo chamou atenção pelo grande número de expositores estrangeiros. Segundo a organização, das 968 empresas, 426 eram internacionais. Duas delas, no entanto, vieram ao País com intenções duvidosas.
Tanto que, durante a realização do evento, agentes da Polícia Civil de São Paulo estiveram no estande destas empresas, de origem chinesa, e levaram os responsáveis à delegacia, para prestarem depoimento. Motivo: suspeita de clonar a marca catarinense ZEN na comercialização de impulsores de partida e polias de roda livre.
Um dos catálogos impressos dos produtos era cópia da marca ZEN. Os acusados utilizaram logotipos parecidos com a marca a ZEN, apenas mudando as letras para ZNP e YZE, para fazer cópia de materiais como logomarca, catálogo de produtos, para confundir os compradores.
De acordo com o diretor comercial da Zen, Luiz Mesquita Camargo, isto, infelizmente, tem sido uma rotina. Ele conta que no ano passado, durante a Automechanika, em Frankfurt, algo parecido ocorreu. “O catálogo de um expositor informava que eles eram detentores da marca Zen”, diz.
Diante do fato, a Zen buscou assistência jurídica e conseguiu retirar a informação do catálogo. “A lei alemã determinou ainda que em caso de reincidência, o responsável será punido com prisão”, afirma.
Na Automec, a história foi semelhante. Ao tomar ciência de que estava sendo prejudicada, a Zen denunciou a pirataria e, com ajuda de advogados do Imeppi (Instituto Meirelles de Proteção Intelectual), conseguiu retirar os catálogos da feira. A ação contou com apoio do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Autopeças).
Responsabilidade
Há 49 anos no mercado, a Zen fornece impulsores de partida para os principais fabricantes de motor de partida no Brasil, e possui ampla participação na reposição, inclusive no exterior, já que exporta para mais de 60 países. Camargo diz que recebe, com frequência, relatos de falsificação em diversas partes do mundo, como México, Argentina, Venezuela, Estados Unidos e Europa e, por conta disso, alerta os reparadores para ficarem de olho e não comprarem produtos falsificados.
Segundo o presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade, Alexandre Cruz, o profissional que instala peça falsificada assume o risco de que algum dano ou lesão ocorra, e pode responder civil e criminalmente por isso, independente de saber ou não se o produto que adquiriu é de origem duvidosa. “Assim, o mecânico que aplicou a peça no veículo do cliente pode ser acusado por crime de descaminho”, diz.
Um caminho para inibir a proliferação de autopeças de qualidade duvidosa é a certificação compulsória. Segundo o GMA (Grupo de Manutenção Automotiva), o Sindipeças e Inmetro trabalham para que a inclusão de autopeças no já existente Programa de Avaliação da Conformidade do Inmetro ocorra o mais breve possível.
Os produtos inicialmente avaliados serão: rodas de liga leve para automóveis, rodas e aros para caminhões e ônibus e rodas para automóveis e comerciais leves, sistema de suspensão (molas e amortecedores), sistema de freios (pastilhas, lonas, líquido de freio e attachments), espelhos retrovisores, rolamentos, sistema de iluminação (faróis, lanternas, lâmpadas, cabos e attachments), bomba de combustível, líquido aditivo de radiador do motor, e correias, tubos e mangueiras.