Sob o olhar do dono

{jcomments on}Crescer em meio ao turbulento setor da reparação automotiva não é tarefa para aventureiros. A gestão do negócio implica um cotidiano de difíceis decisões, às vezes relacionadas a investimentos que nem sempre têm retorno certo. Também não é simples conquistar a fidelidade de clientes que acabam de ser expostos à traumática situação de uma colisão de trânsito. Os melhores empreendedores do ramo da reparação conseguem minimizar o trauma com um conjunto de pontos positivos facilmente percebidos pelo cliente, que consiste em um atendimento de primeira linha, um reparo bem executado e o devido atendimento aos prazos combinados.

Para chegar ao ponto em que este nível de excelência é oferecido com toda a segurança, a oficina precisa trabalhar duro, investir no treinamento de seus empregados, em sua estrutura, optar pela melhor tecnologia ao seu alcance (no que diz respeito tanto a produtos quanto a processos) e contar com informações técnicas de qualidade comprovada.

Este foi o caminho utilizado pela oficina Milvel, um empreendimento de José Milton Luciano, profissional com 45 anos de tradição no mercado da reparação automotiva. Tendo dado seus primeiros passos como funcionário de um departamento de pintura, dentro de uma das principais montadoras instaladas no País, Milton abriu a primeira oficina própria em 1972, em São Bernardo do Campo (SP), muito antes que os processos de funilaria e pintura aqui disponíveis esboçassem o alto padrão atingível nos dias de hoje. No entanto, desde o começo Milton apostou no aprimoramento constante de seus serviços, visando ao nível internacional que um dia haveria de conquistar. E o sucesso atual de seu empreendimento mostra que a Milvel sempre esteve em boas mãos.

Mais possibilidades com a certificação

No fim do ano 2000, após um encaminhamento conduzido pelo Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo), a Milvel concluiu um processo de certificação realizado pelo CESVI BRASIL. Seu principal objetivo, na época, foi ampliar seu negócio a fim de poder atender à demanda de serviços, cada vez mais intensa na virada da década. E sua decisão não poderia ser mais acertada.

Antes da primeira certificação, a Milvel tinha capacidade para reparar uma média de 60 veículos por mês. Atualmente, após um processo contínuo de novas classificações, que culminaram com a recente certificação IQA-CESVI, a oficina ampliou sua capacidade, e está atendendo uma média de 200 veículos por mês.

Segundo o proprietário da oficina, o trabalho de certificação modificou a forma de gestão da oficina e, consequentemente, impulsionou sua rentabilidade. “O trabalho realizado com o CESVI aumentou nosso padrão de qualidade e ampliou as possibilidades de contratos firmados com empresas, frotistas, locadoras e seguradoras”.

Essa trajetória de evolução contemplou equipamentos, procedimentos (com o treinamento de toda a equipe), melhorias de instalações prediais e aprimoramentos na documentação que controla cada processo.

Sem descuidar do empreendimento

Mas não foi apenas a atitude empreendedora e o investimento na evolução que contribuíram para o crescimento da Milvel. Assim como acontece nos bons restaurantes, Milton sabe que a presença constante do proprietário faz toda a diferença para o sucesso da empresa, de modo que faz questão de vivenciar a rotina diária da oficina e participar de todos os problemas e soluções. “O boi só engorda com o olhar do dono”, ele gosta de repetir, com a sabedoria de quem está chegando perto das cinco décadas de atividades no setor de reparação. “Isto é um fator-chave para a gestão da oficina de funilaria e pintura”.