O novo modelo da montadora japonesa conta com motorização 1.6 e 1.8 litro, ambos 16 válvulas e bicombustíveis

Já circula pelas ruas brasileiras o Nissan Livina, primeiro automóvel de passeio fabricado no Brasil pela montadora japonesa, que comercializa o modelo com este mesmo nome em diversos países, com China, Indonésia, Vietnã, Taiwan, África do Sul, Malásia e Filipinas.
Montado sobre a plataforma do hatchback médio Tiida, a minivan é oferecida em duas opções de motorização, ambas de 16 válvulas e bicombustíveis, sendo o 1.6 litro (fornecido pela Renault, encontrado também no Symbol, Sandero e Mégane) com câmbio manual de cinco marchas, e o 1.8 litro (importado do México, similar ao do Tiida) com câmbio automático de quatro marchas e recurso overdrive.
Em cada motorização é possível ainda escolher duas versões de acabamento. A mais simples já vem equipada com ar-condicionado, direção mecânica com assistência elétrica variável, trio elétrico e airbags para motorista. A versão mais sofisticada, a SL, traz de série airbags duplos, freios ABS com EBD e BA (assistência de frenagem), rodas de liga leve de 15 polegadas, grade frontal cromada, som com MP3, entre outros mimos.
Todos os veículos saem de fábrica com três anos de garantia e, segundo a Nissan, é, na categoria que está inserido (minivan compacta, tal como Honda New Fit, Chevrolet Meriva – que têm CAR Group 22, e Fiat Idea, 23), o que apresenta menor índice de reparabilidade do CAR Group Cesvi-Brasil, com 17, e cesta básica de produtos na ordem de R$ 8.912,98. As manutenções preventivas são recomendadas a cada 10.000 km.
O motor 1.8L bicombustível tem como base o propulsor do TiidaA expectativa de vendas da Nissan é de 800 unidades por mês. Para tanto, classificou o carro em uma categoria abaixo do Tiida, apesar de dividir plataforma e, dimensionalmente, ser apenas 11,5 cm mais curto (tem 4,18 m de comprimento) e 5 mm mais estreito (1,69 m de largura). A distância entre-eixos é a mesma: 2,60 m. Essas medidas garantem ao Livina posição de superioridade entre as minivans compactas. Adicionado de boa relação custo-benefício, chega com força para se tornar líder no segmento. A versão de entrada, 1.6L 16v Flex Manual custa R$ 46.690. Na sequência, vem a com motor 1.8L 16v Flex Automático, por R$ 50.690, seguida da 1.6 16v Flex Manual SL, por R$ 51.490 e, finalmente, a topo de linha, 1.8L 16v Flex Auto SL, por R$ 56.690.
Entre as opções disponíveis, a Nissan divulga que espera vender 35% da versão de entrada, 20% de cada versão SL (1.6L e 1.8L), e 25% da 1.8L 16v Auto Flex.
o painél é sóbrio e funcional, mas faltou a regulagem de profundidade do volante PowertrainAgora que o carro já foi apresentado, vamos aos detalhes. O motor 1.6L 16v é fornecido pela Renault (modelo K4M), montado no Brasil, na planta de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR). É, como já citamos, o mesmo que equipa diversos carros da montadora francesa. No entanto, perdeu um pouco de potência (rende 108 cv no álcool e 104 cv na gasolina cv a 5.750 rpm) e possui torque de 15,3/14,9 kgf.m (a/g) a 3.750 rpm (o K4M dos Renault rende 115/110 cv e 16,0/15,2 kgf.m (a/g) nas mesmas faixas de rotação). “Isso ocorreu porque tivemos de desenvolver um coletor de admissão com geometria diferente, por causa do espaço no cofre do motor”, afirma o gerente de Marketing e Produto, Márcio Furtado.
O câmbio manual que equipa as versões com motor 1.6L apresenta engates precisos e bom escalonamento de marchas e, apesar do motor ser da aliança Renault-Nissan, não se movimenta sozinho, o que sugere acionamento por cabo e uma boa fixação do conjunto de powertrain (coxins firmes e de boa absorção de impacto).
Acima, detalhe da frente; abaixo, o ‘tanquinho’ de gasolina da partida a frioJá o conjunto motor 1.8L/transmissão automática está muito bem resolvida no Livina. Robusto, o propulsor gera 126 cv no álcool e 125 cv na gasolina, a 5.200 rpm, e torque máximo de 17,5 kgf.m a 4.800 rpm, em ambos combustíveis. O câmbio, automático de quatro velocidades com overdrive, permite uma condução mais esportiva (com overdrive desligado) ou econômica (com overdrive ligado). Na estrada, a 120 Km/h, o tacômetro marca 2.500 rpm.
BicombustívelEsta é a primeira experiência com motorização bicombustível da Nissan. Parte do conhecimento veio da parceria com a Renault, afinal a francesa oferece a tecnologia desde 2004. Apesar disso, de acordo com a Nissan, o desenvolvimento do gerenciamento eletrônico foi feito em parceria entre as engenharias brasileiras e japonesas da marca.

O porta-malas é um dos destaques do Livina, que acomoda 449 litros
No que diz respeito aos componentes do motor, a Nissan informa que alterou o material das válvulas de admissão e exaustão, e vedadores de válvulas; passou a utilizar aço ao invés de ferro fundido no primeiro anel dos pistões, que possuem agora novo desenho: anodizado, com a primeira ranhura com 1,2 mm (antes era 1,5 mm). As bielas agora são feitas com material mais resistente, foram desenvolvidos novos injetores de combustível e sonda lambda com dupla camada de proteção para resistir à umidade do álcool.
Direção
Durante o test drive, chamou atenção o comportamento dinâmico do carro, que apresenta boa estabilidade. Nem parece ser uma minivan, segmento caracterizado pela extrema instabilidade em curvas. Na dianteira, a suspensão é independente, tipo McPherson com barras estabilizadoras e, na traseira, eixo de torção com barra estabilizadora e molas helicoidais.
Os freios são a disco na dianteira e a tambor na traseira. As versões SL contam com sistema ABS+EBD e BA, dispositivo que aplica toda a força de frenagem no sistema quando os sensores detectam que o pedal do freio foi acionado abruptamente).
Para completar o sistema, o Nissan Livina possui direção assistida eletricamente programada para facilitar as manobras em baixa velocidade e, em alta, deixar o volante firme.
As versões SL saem de fábrica com rodas de liga leve de 15 polegadas e pneus 185/65; já as de entrada, com rodas de aço e calotas, de 14 polegadas e pneus 185/70.
