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Nunca se falou tanto em sustentabilidade nas empresas. E não é apenas por uma questão de consciência ambiental. Por maior – ou menor – que seja esta consciência por parte de empresários e executivos, os fatores que mais pesam nesse direcionamento são outros: as legislações relacionadas à obrigatoriedade de processos ecologicamente corretos e o marketing positivo diante dos clientes.
Não é diferente no mercado de reparação. Pelo contrário: por se tratar de um trabalho que envolve constante manuseio de resíduos tóxicos e descarte de materiais poluentes, a reparação automotiva está entre as atividades que mais precisam de uma “consultoria ecológica”. Na Europa, onde a cultura da sociedade já tornou as atitudes sustentáveis um padrão de conduta, as oficinas obedecem a uma legislação rigorosa sobre tudo o que diz respeito a processos corretos do ponto de vista ambiental. Exemplos de lá são a obrigatoriedade do uso de pintura à base de água e também de tratamento de resíduos.
Aqui, embora já exista algo de legislação, a questão ainda engatinha. Mas a tendência, como confirmam especialistas, é um endurecimento na regulamentação e, principalmente, na fiscalização. Quem quiser evitar multas pesadas terá de se adaptar rapidamente, adotando produtos e processos ecologicamente corretos.
Retorno para a reparadora
Mas é muito importante que a oficina se conscientize de que os processos ecologicamente corretos, além de bons para o meio ambiente e para a sociedade, são bons também para a oficina.
Parte desta adaptação da reparadora está ligada à adoção de equipamentos e processos que, num primeiro momento, exigirão investimento da empresa, com uma perspectiva de retorno mais para a frente.
No entanto, muitas das atividades sustentáveis proporcionam economia imediata para a oficina, melhorando sua lucratividade. Um exemplo evidente está na maneira como o ambiente da oficina é iluminado. Já há lâmpadas fluorescentes de qualidade superior à das convencionais, que proporcionam uma luminosidade superior ao mesmo tempo em que economizam energia. Com isso, o reparador gasta menos com eletricidade e tem uma luz capaz de render uma fidelidade de cor do carro muito maior.
A reciclagem de solventes é outro ponto que tem impacto positivo imediato. O uso de um reciclador garante o aproveitamento de, em média, 70% do solvente utilizado na área de repintura – um processo que pode ser repetido até cinco vezes para o mesmo material. Segundo um estudo do CESVI, uma oficina com passagem de cerca de 100 veículos por mês consegue uma economia de até R$ 2 mil em quatro meses com o reaproveitamento dos solventes.
Mais um exemplo? Pistolas de pintura que só operam com tintas à base de água podem ser limpas com água, em vez de thinner, acetona ou methyl acetato. Outra fonte de economia para a oficina que, além disso, passa a trabalhar com tintas menos tóxicas, com baixo nível de VOC (compostos orgânicos voláteis), preservando a saúde de seus trabalhadores e reduzindo sensivelmente a emissão de solventes e contaminantes para a atmosfera.
Seguradoras estão de olho
Se atuar de forma ecologicamente correta é bem visto pelo cliente particular, o ganho de imagem é melhor ainda diante das seguradoras. A Allianz, por exemplo, passou a exigir que, a cada ano, seis oficinas de sua rede exclusiva de prestadores se adaptem aos processos ecologicamente corretos. No presente momento, três oficinas da seguradora estão neste processo, e mais três passarão por este trabalho ainda em 2011.
Opção pela sustentabilidade
Adquirir equipamentos menos agressivos ao meio ambiente não dispensa a oficina, por exemplo, de conscientizar e treinar sua força de trabalho. Esta conscientização, ao contrário, precisa ser o primeiro passo de quem busca esta transformação na cultura da empresa.
Mais do que uma vitrine para os clientes e um modo de evitar multas, a certificação ambiental é o estímulo-chave para que as oficinas deem início a uma cultura de gestão com respeito ao meio ambiente, em que a opção pela sustentabilidade se dá desde a implantação de cada processo, em cada iniciativa e em cada decisão. Para que a opção por estar em linha com a modernidade da reparação não mais exija adaptações, e sim esteja na base da filosofia de trabalho da oficina.
Selo verde
A certificação ambiental, promovida pelo CESVI BRASIL em parceria com o IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), se apresenta como grande parceira das oficinas na consolidação de práticas de trabalho fundamentadas na sustentabilidade. Trata-se de um trabalho que, além de dar visibilidade positiva à oficina por meio de um “selo verde”, realiza uma consultoria que orienta a reparadora para que atenda a todos os requisitos da legislação atual e se adiante em relação a futuras exigências.
Entre as vantagens obtidas pela oficina com a certificação ambiental, destacam-se as seguintes: Maior aproveitamento dos materiais, aumento gradativo da produção pelo emprego de materiais que não usam solventes em sua composição; lucratividade com a triagem de materiais recicláveis; melhoria da qualidade de funileiros e pintores; melhoria do aspecto visual das áreas, tornando a oficina mais atraente aos olhos dos clientes.
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