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O curso de gestão oferecido pelo Senai Ipiranga, em São Paulo, é opção para aprender as técnicas de gerenciamento de uma oficina automotiva
Desde o início do ano, o jornal Oficina Brasil tem publicado uma série de reportagens de Treinamento com objetivo de oferecer subsídios para o aprimoramento dos conhecimentos técnicos dos nossos leitores. Assim, contamos com apoio da Escola Senai Conde José Vicente de Azevedo, o Senai Ipiranga, de São Paulo, que a cada edição tem aberto suas portas para nossa equipe de reportagem relatar um pouco do cotidiano dos Cursos de Formação Continuada.
Nesta empreitada, já trouxemos resumos dos cursos de Inspeção Ambiental Veicular (edição de fevereiro), Manutenção de Sistemas GNV (março) e Ar-Condicionado (abril), Diagnóstico de Air Bag (maio) e Dicas e Técnicas de Alinhamento e Balanceamento (junho).
Nesta edição, abordaremos o tema Gestão de Oficinas Automotivas, curso oferecido semestralmente pelo Senai Ipiranga que tem como objetivo fazer do reparador um administrador.
Neste segundo semestre, o curso começa no dia 21 de setembro, com carga horária de 72 horas, e aulas ministradas de segunda-feira a quinta-feira, das 19h às 22h. O investimento é de R$ 600 por pessoa.
Vale a pena? A resposta é: depende da necessidade. Os 16 alunos que frequentaram o curso no primeiro semestre desse ano dizem que sim. Um deles é Edson Mourão, de 29 anos, da Mourão Diesel, oficina localizada na cidade de Mauá, no ABC Paulista. Especializada em veículos pesados, a oficina existe há 30 anos e até hoje não possui ferramentas informatizadas de controle e gerenciamento de clientes. Porém, esta situação está perto de mudar.
Adilson Rebelato é um dos três professores do curso
Edson Mourão, da oficina Mourão Diesel, de Mauá, busca melhorar o atencimento aos clientes
“Decidi fazer o curso para melhorar o atendimento aos nossos clientes e também a administração da oficina”, afirma Edson, ao contar que controla o movimento em fichas de papel. “Depois que passei a frequentar o curso, levo novas idéias para discutir com meu pai e com meu irmão”, conta.
Tal como Edson, a cabeleireira Damiana Evangelista, de 45 anos, espera aprimorar conhecimentos para aplicar na oficina da família, aberta pelo marido há mais de 17 anos, em Itaquaquecetuba, cidade a cerca de 30 km ao leste de São Paulo. “Hoje a concorrência está mais acirrada”, afirma Damiana, que se matriculou no curso juntamente com um dos filhos, que ao longo dos últimos anos tem se preparado para assumir o negócio.
Cabeleireira de profissão, Damiana Evangelista se matriculou para ajudar o marido e os filhos na administração da oficina
“Não dá mais para deixar a oficina com aspecto sujo, cheia de graxa, sem um banheiro limpo nem sala de espera com café e lugar para sentar”, afirma ela, ao revelar que tem investido o dinheiro que ganhou com o salão de beleza na oficina. “Precisamos nos modernizar.”
Conteúdo
E o que se aprende em um curso como esse? O principal, segundo o supervisor do Senai, Antonio Torres, é a visão geral da oficina, como um negócio. O conteúdo está baseado em quatro matérias: marketing, finanças, recursos humanos e assuntos jurídicos.
O primeiro prepara o aluno para vender os serviços, a partir de conceitos e estratégias de marketing, com análise da concorrência e de oportunidades, relacionamento, comunicação e publicidade.
Já as aulas de gestão de finanças ensinam ao reparador a calcular custos fixos, variáveis, diretos e indiretos, para assim chegarem à formação de preço de venda e cálculos de liquidez e rentabilidade, com avaliação de estoques, e conceitos de ativos e passivos.
Em gestão de pessoas, o aluno aprende a importância da liderança e trabalho em equipe, técnicas de como manter o comprometimento e participação dos funcionários, e também como selecionar novos integrantes para a oficina.
Não menos importante, as aulas de assuntos jurídicos dão abordam os tópicos do Código de Defesa do Consumidor, com ênfase no tema garantia e responsabilidade dos serviços oferecidos, noções tributárias e trabalhistas.
O curso é um começo. Capacita o reparador a tomar decisões estratégicas específicas do assunto que estão acostumados: a reparação mecânica. É o primeiro passo para a organização e posterior evolução da oficina como negócio rentável e lucrativo.