Os motores de combustão interna dependem da vela de ignição para inflamar o combustível após a compressão da mistura A/F. A gasolina é um combustível fóssil derivado do petróleo, é formado principalmente por mais de 400 hidrocarbonetos. A gasolina, por ser um combustível fóssil, emite gases poluentes, responsável pelo efeito estufa.
As especificações de produção da gasolina são regulamentadas pela ANP “Agencia Nacional de Petróleo” e quem produz é a Petrobras, seguindo suas regulamentações. No desenvolvimento dos motores de combustão interna, são estudados os melhores pontos de centelhamento do motor e o gerenciamento do avanço de ignição.
Após o centelhamento da vela de ignição, uma chama irá iniciar e se propagar por toda a câmara de combustão, provocando um aumento repentino da pressão e temperatura dentro do cilindro. Esse aumento de pressão e temperatura deve ser absorvido pela gasolina sem fazê-la se autoinflamar.
Se a gasolina não atender essa exigência, ela vai acender espontaneament, formando uma nova frente de chama que vai espalhar e colidir com a frente de chama que foi inicialmente gerada pela vela de ignição. Esta queima irregular gera um ruído semelhante ao produzido por peças metálica se chocando e é incorretamente referido como batida de pino.
O termo correto para este fenômeno é detonação. Este sintoma pode prejudicar o motor, causando danos graves ao cabeçote e mancais, entre outros outras coisas.
A gasolina que chega ao consumidor final é um trabalho que é iniciado há mais de 5 mil metros de profundidade no oceano, você consegue imaginar a quão longa é a jornada para conseguir este tipo combustível? A gasolina é produzida a partir do petróleo, um óleo fóssil que leva milhões de anos para ser formado nas rochas sedimentares, muitos estudos e desenvolvimentos estão sendo aplicados na perfuração dessas rochas.
O petróleo é extraído e separado nas plataformas, em seguida é transportado para os terminais no litoral brasileiro, e depois o petróleo é transportado para as refinarias por onde passam por 3 etapas básicas, separação, conversão e tratamento.
O petróleo é aquecido em altas temperaturas até evaporar , este vapor volta para o estado líquido conforme esfria em diferentes níveis dentro da torre de destilação, em cada nível existe um recipiente que coleta os subprodutos do petróleo e um deles é a gasolina, as partes mais pesadas do petróleo seguem para a conversão, quando são convertidas em moléculas menores e dão origem a subprodutos incluindo a gasolina, isso aumenta o aproveitamento do petróleo, e na etapa final dentre as ações realizadas, é feita a retirada de grande parte de enxofre do combustível produzido.
Dessa forma é garantido a produção da gasolina com ultrabaixo teor de enxofre, e essa gasolina é conhecida como tipo A, que sai das refinarias sem aditivos para as distribuidoras em todo o Brasil, e nas distribuidoras a gasolina recebe a adição de etanol anidro, sendo conhecida como gasolina comum.
Há 3 tipos de gasolinas produzidas no Brasil: A, B e C. O tipo A é o combustível na sua forma pura, produzido nas refinarias e entregue às distribuidoras. Ela não pode ser comercializada diretamente ao consumidor final. O tipo B é de uso exclusivo das forças armadas brasileiras, tem composição diferenciada e também não chega aos postos de combustível. Apenas a gasolina tipo C pode ser vendido para o consumidor final.
A Petrobras produz a gasolina sem a aplicação de etanol de acordo com as especificações da ANP, por sua vez as distribuidoras aplicam a adição de etanol anidro, a gasolina sem a adição de etanol é denominada de Gasolina A e a gasolina com etanol é denominada de tipo C. A massa específica da gasolina tipo C é de 715 Kg/m³, a massa específica é responsável pela eficiência do motor, quanto maior sua massa menor o consumo de combustível, bem como seu aumento gera mais energia na combustão, tendo mais autonomia com o mesmo volume de combustível.
A porcentagem de álcool anidro especificado, atualmente, para ser adicionado à gasolina tipo A deve ser de 25 %, podendo haver variação entre 24% e 26% em volume e possui cor amarela.
A gasolina comum é a mais consumida no Brasil, pode ser utilizada em qualquer motor, com cor alaranjada devido ao uso de corante no etanol anidro, que corresponde até 27% da composição química. Funciona bem em todos os veículos a gasolina.
Porém, pode danificar o motor, carburadores e bicos injetores no médio e longo prazo devido à alta porcentagem de etanol, que é extremamente danoso para os motores de combustão, mesmo nos veículos flex.
A Gasolina Comum possui baixo teor de enxofre de até 50 mg/kg (ou ppm) e octanagem mínima de 92 unidades, medida pelo método RON e 82 unidades pelo método MON (sigla em inglês para número de octano motor) obedecendo à especificação a ser atendida obrigatoriamente desde 03/08/2020. A partir de 01/01/2022 esse valor aumentou para 93 (RON).
Gasolina Aditivada
A gasolina aditivada também é composta de até 27% de etanol anidro, recebe aditivos detergentes e dispersantes. O combustível comum costuma deixar resíduos na válvula do cabeçote e a longo prazo pode vir a diminuir a eficiência do motor, já o combustível aditivado desprende estes resíduos das válvulas, mantendo assim a eficiência a longo prazo. Além disso, a gasolina aditivada tem partículas anticorrosivas e antioxidantes.
Para que se diferencie da comum, também pode ter tonalidade diferente. Para usar gasolina aditiva em veículos mais antigos, deve se tomar cuidado, pois este tipo de combustível pode acabar entupindo o sistema de alimentação.
Gasolina Shell V Power
Este é o nome da gasolina aditivada utilizada pela rede de postos da Shell, sua fórmula proporciona limpeza, proteção e desempenho.
Gasolina Petrobras Grid
Esta é a gasolina da rede de postos Petrobras, tendo os mesmos benefícios da gasolina V Power, com um baixo teor de enxofre.
Gasolina DT Clean
A gasolina DT Clean é o combustível aditivado da rede de postos Ipiranga, tendo os mesmos benefícios da gasolina V Power e Grid.
Gasolina Premium
A diferença da gasolina aditivada para a gasolina premium é o aumento do número de octanagem, o aumento da octanagem do combustível aumenta a resistência à explosão do combustível. Este tipo de combustível é recomendado para veículos de maior taxa de compressão, este combustível não aumenta a potência do motor, mas garante um melhor funcionamento do mesmo.
Gasolina Podium
É a gasolina de maior octanagem da Petrobras, que produz resultados de menor consumo em motores de alta compressão acima de 1.8 litros e com taxas iguais ou maiores a 10:1. Possui grau reduzido de enxofre, sendo uma das mais eficientes na redução da emissão deste poluente na atmosfera. É um tipo de gasolina também recomendado para veículos mais antigos, que podem ter problemas ao funcionar com a gasolina comum com maior quantidade de etanol. Além do aumento da produção, também auxilia na redução da formação de resíduos nos cilindros e é mais estável.
Esta característica final retarda a deterioração docombustível e impede a formação de borras no tanque, que é responsável pelo entupimento de bicos injetores e tubulações, é também um combustível de queima mais limpa.
Combustível adulterado
Em muitos casos, o álcool hidratado é adicionado à gasolina, em outros casos é muito comum colocar solventes no combustível. Este solvente tem um alto poder de explosão, sendo assim, o motorista pode não perceber a diferença na potência do motor.
Sintomas do combustível adulterado no veiculo:
Luz de injeção acessa
Devido à composição química diferente do combustível, a combustão fica fora dos padrões de gerenciamento do motor e desta forma, a leitura dos parâmetros fica fora da faixa ideal de funcionamento e assim gera um código de falha.
Perda de performance
O veículo irá apresentar perda de potência do motor em tomadas de aceleração, pode ser que o combustível não queime e dê aquela sensação de motor engasgado.
Rendimento do combustível
O combustível não rende igual o estabelecido pela tabela do Inmetro PBEV, você terá uma quilometragem menor, mesmo com o combustível de melhor qualidade.
Óleo comprometido
As alterações no cheiro, consistência e cor do óleo ao sair do cárter não são normais. Se você notar algo fora do comum, você deve prestar muita atenção ao combustível que você está usando.
Ruídos
Seu veiculo começou a fazer barulhos diferentes após mudar de posto de combustível? Tenha em mente que isso também pode ser um sinal de alerta de um combustível adulterado.
No curto prazo, pode ser mais econômico reabastecer com gasolina adulterada, mas o dano para o veículo pode ser irreversível e pode não valer a pena o esforço.
Produto da combustão da gasolina
Após a fase de combustão no ciclo do motor, esses gases são expulsados pelo escapamento:
Monóxido de carbono (CO)
O monóxido de carbono é um gás emitido por ações humanas ou naturais, produto da reação incompleta de combustão de substâncias ricas em carbono que causa severos danos à saúde dos seres vivos, por ser extremamente tóxico.
Óxidos de nitrogênio (NOx)
Os óxidos de nitrogênio são os principais poluentes da atmosfera, sendo um precursor da chuva ácida, poluição fotoquímica e acúmulo de ozônio. Os óxidos são principalmente óxido nítrico (NOx) e dióxido de nitrogênio (NO2), ambos corrosivos e perigosos para a saúde
Hidrocarbonetos não queimados (HC)
Os hidrocarbonetos (HC) são combustíveis não queimados ou parcialmente queimados expelidos pelo motor – alguns tipos de hidrocarbonetos reagem na atmosfera promovendo a formação do “smog” fotoquímico.