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Motor Fiat Fire Evo com apenas 16.000 Km sem desempenho provocado por falha no sincronismo


O proprietário do veículo, quando chega na oficina com problema de falha no seu carro, quer passar o scanner, pensando que este equipamento já vai consertar seu carro, mal sabe ele que não é bem assim

Mauro André Cervo
30 de setembro de 2017

Depois de muitos casos parecidos como este em nossa oficina, vamos abordar de maneira detalhada este diagnóstico resolvido com agilidade e rapidez, graças ao uso de equipamentos específicos para diagnóstico avançado de motores, sendo o osciloscópio e seus transdutores o principal deles.

O scanner ou rastreador como muitos falam, é apenas uma ferramenta auxiliar. Na maioria dos casos ele aponta um caminho a seguir e o reparador precisa ter conhecimento, ferramentas especializadas e material técnico para seguir os caminhos indicados até a solução do problema.

O proprietário deste veículo, um Palio Attractive com 16.000 km, ano 2013, motor 1.0 Fire Evo sem variador de fase no comando de válvulas, chegou com o carro em nossa oficina com a reclamação de extrema falta de potência e logo pediu um orçamento para passar o scanner e limpar os bicos injetores, pois segundo ele seria a causa do defeito do carro.

Após ouvi-lo, pedimos para dar uma volta no carro e vimos que ele realmente tinha razão, o veículo não tinha a mínima condição de continuar transitando pelas ruas daquele jeito.  Parecia que estava totalmente atrasada a ignição dele, muito baixa a pressão da bomba de combustível ou ainda com escapamento muito obstruído.

Na volta para a oficina, explicamos para o dono do carro que este tipo de diagnóstico seria difícil precisar um orçamento, já que seriam muitos os testes a serem feitos e talvez algumas substituições de componentes. Ele então compreendeu nossa situação e aprovou o início do serviço. De imediato pegamos o osciloscópio, considerado por nós a principal ferramenta para esse tipo de análise.

Como a nossa primeira suspeita era sincronismo de correia e esse motor tem sensor de fase no comando, instalamos a ponta de prova do canal 1 no sensor de fase e o canal 2 no sensor de rotação. O sensor de fase desse motor tem 4 dentes, sendo 1 maior e 3 menores. O final do dente maior deve coincidir entre os dentes 14 e 18 da roda fônica do virabrequim, pois na engrenagem desse comando existe uma folga no encaixe do guia que não deixa ser possível montar todos com exatidão e nesse caso aí estava no dente 21, confira na figura 1.

Figura 1 – sincronismo errado

Com esse diagnóstico já poderíamos concluir que algo estava bem errado ali, mas para certificarmos, partimos para um próximo teste com o transdutor de compressão com sensor MPX, que mostra a onda de compressão do motor com um atraso tão pequeno que é quase imperceptível, dando maior exatidão ao teste. Nessa imagem inserimos uma régua com medidas que vão de 0 (zero) até 720 graus, ou seja, de um pico de compressão até o outro, dando duas voltas completas do motor. Para um perfeito sincronismo, teríamos que observar na imagem o ponto dos 380 graus próximos ao meio da rampa de admissão e como mostra a figura 2, está bem fora também.

Figura 2: 380 graus deveriam bater no meio da rampa de admissão e está bem antes

Ainda existia uma outra dúvida em nosso diagnóstico: nesses motores Fire é bem comum a quebra do dentinho trava da engrenagem do virabrequim, o que faz escorregar a engrenagem um pouquinho tirando o motor de sincronia. Para concluir precisávamos desse último teste. Quando esse motor está em PMS, o dente número 17 da roda fônica deve coincidir com o sensor de rotação, então colocamos um canal do osciloscópio novamente no sensor de rotação e o outro canal continuou com o transdutor de compressão. Ao examinar a figura 3, vimos que ali não havia problema, pois estava correto o posicionamento do referido sensor.

Figura 3: Sensor de rotação e PMS estavam OK

Após todos esses testes, até agora o único componente desmontado foi uma vela de ignição do 1º cilindro para encaixe do transdutor de compressão, partimos para a solução do caso, já que havíamos concluído que realmente estava bem fora o sincronismo da correia dentada. Retiramos a tampa de válvulas para instalar a ferramenta de fasagem no comando, removemos as carenagens da correia dentada e percebemos que a ferramenta do virabrequim não encaixava, pois a engrenagem estava cerca de 4 dentes atrasada. Retiramos a correia, posicionamos a engrenagem corretamente, instalamos uma correia e seu respectivo tensionador novos, fixamos a ferramenta na engrenagem do VB, executamos o ajuste de tensão da correia, montamos tudo novamente, ligamos o carro e já percebemos que o funcionamento havia mudado, parecia um novo motor. Ligamos novamente o osciloscópio para registrar o resultado do trabalho. Agora o final do dente maior do sensor de fase que antes coincidia com o dente 21, está no dente 18 da roda fônica, podemos ver na figura 4. Na figura 5 vemos que tudo voltou ao normal após todos os reparos, já que agora os 380 graus após o PMS estão posicionados quase ao meio da rampa de admissão.

Figura 4: Final do dente maior do sensor de fase no dente 18 da roda fônica – correto

Figura 5: Ponto intermediário da rampa de admissão fica a 380 graus após o PMS – correto

Depois de tudo concluído, aí sim instalamos o scanner, fizemos uma varredura no sistema e tudo estava em perfeita ordem, resetamos  os parâmetros e partimos para o teste de estrada com o veículo, em que  constatamos que  nosso trabalho  havia dado  um  excelente  resultado,  pois o desempenho do veículo tinha voltado ao normal. Só nos restava entregar para o dono, o que foi feito logo em seguida. Ele fez muitos elogios ao nosso trabalho e pagou com prazer, apesar de não ter recebido orçamento prévio.

Investimentos em equipamentos que agilizam e dão precisão ao serviço são extremamente importantes para solução de casos como esse no dia-a-dia de uma oficina mecânica, até porque nos dias de hoje, temos novos sistemas sendo lançados a todo momento e cada vez fica mais difícil de acompanhar a evolução dos automóveis, mas em compensação, quem investir e se manter constantemente atualizado terá maior chance de permanecer no mercado com estabilidade.

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