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A história do Volkswagen Jetta teve início na Europa no ano de 1975, quando chegou ao Brasil, no ano de 2006, já estava na quinta geração, teve ótima aceitação do consumidor brasileiro.
Em 2011, na sexta geração, a versão de entrada “Comfortline” apresentou-se com motor 2.0 Total Flex e duas opções de transmissão: automática de seis marchas ou manual de cinco marchas. E a versão top de linha, Highline vem equipada com motor 2.0 TSI e transmissão DSG de dupla embreagem e seis marchas.
Nesta matéria, além da avaliação tradicional feita pelos experientes Reparadores, vamos fazer uma comparação básica entre os dois modelos para entender o porquê da grande diferença se eles são tão “iguais”. Não se engane! Na parte externa as diferenças são quase imperceptíveis, sob o capô a diferença é “gritante”, ipsis litteris!
No modelo 2.0 8v (foto 02) a aspiração é natural e o sistema de alimentação é o convencional, velho conhecido dos Reparadores porque é o mesmo que equipa o Golf. A potência gerada é 120 cv com gasolina e 116 cv com álcool a 5.000 rpm e 18.4 kgfm a 4.000 rpm.
Já no modelo 2.0 16 v TSI é Turbo (foto 01), com duplo comando de válvulas, sendo a admissão variável, coletor de admissão com geometria variável e sistema de alimentação por injeção direta, o que gera consideráveis 200 cv de potência a 5.100 rpm e 28,5 kgfm de torque máximo a 1.700 rpm. Agora faz sentido a ênfase na expressão “gritante”?
Em relação ao conforto, estabilidade e dirigibilidade, o sistema de direção com assistência elétrica e a suspensão traseira independente com múltiplos braços colocam o modelo 2.0 16v TSI em vantagem, pois o 2.0 8v utiliza sistema de direção com assistência hidráulica e suspensão traseira com eixo de torção.
Sistema de injeção de combustível – No motor aspirado (2.0 8v) o sistema é o convencional; os bicos injetores estão localizados no coletor de admissão, ou seja, injeta combustível dentro do cabeçote, passando pelas válvulas de admissão para atingir a câmara de combustão e a pressão de combustível nos bicos é de 4,0 BAR.
Já no motor do TSI (Turbo), o sistema é “injeção direta”, ou seja, o combustível é injetado diretamente na câmara de combustão sem passar pelo coletor nem pelas válvulas.
Trabalha com duas bombas de combustível: uma elétrica localizada dentro do tanque, que envia o combustível em “baixa” pressão (4 BAR) para a outra de alta pressão. Essa por sua vez é acionada mecanicamente pelo comando de válvulas; sua pressão varia de acordo com a necessidade do motor, podendo chegar até, pasmem! 200 BAR.
Agora que já sabemos as principais diferenças entre esses dois “irmãos”, resta-nos descobrir como é a manutenção desses carros no pátio da oficina mecânica independente.
No nosso Guia de Oficinas Brasil, encontramos a Foxcar Oficina e Comércio de peças. Localizada no bairro Vila Prudente, Zona Leste da cidade de São Paulo, a oficina multimarcas fundada há 54 anos atende em média 130 carros por mês. Quem nos concedeu a entrevista foi o empresário e técnico, Reinaldo Nadim, 45 anos de idade e 30 de profissão (foto 3). Reinaldo começou trabalhando na oficina de seu pai, aos 12 anos de idade. Depois de um tempo, deixou a oficina do pai e foi trabalhar fora. Chegou a se formar em ciências contábeis, mas, percebeu que trabalhar com carros era o que realmente o fazia feliz; então voltou para a oficina onde cresceu aprendendo e, junto com seu “mestre”, revitalizou a oficina, investiu em equipamentos e se especializou fazendo cursos técnicos.
Na região central da cidade de São Paulo, bairro Bela Vista, através do Guia de Oficinas Brasil encontramos o Centro Automotivo Piarulli. As pessoas que nos concederam a entrevista foram: Cristina Piarulli de Souza, 47 (foto 4), empresária e gestora da oficina que já existe há 22 anos, e Dirceu Natalício Ferreira da Cruz, 29 (foto 5)
Cristina nos conta que sempre trabalhou em empresas ligadas ao segmento automotivo, até que, juntamente com o seu marido, decidiram abrir a oficina “Piarulli”.
Dirceu começou trabalhando em oficina mecânica aos 15 anos de idade, passou por algumas oficinas e há sete anos está na “Piarulli”. “Quando eu comecei, foi porque precisava trabalhar. Aí fui aprendendo, fazendo cursos, assistindo palestras técnicas e me apaixonei pela profissão - a mecânica está no meu sangue!” Diz o técnico.
Em outro ponto da cidade de São Paulo, Zona Sul, bairro Vila Santa Catarina, encontramos a oficina mecânica Prudência Bosh car service. Quem nos concedeu a entrevista foi o técnico Roger Toshio (foto 6). Ele tem 33 anos de idade e 15 de profissão. “Eu praticamente nasci na oficina, sempre trabalhei na oficina do meu pai. Me graduei em direito mas não quis exercer a profissão porque a mecânica é o que eu realmente gosto de fazer! Fiz vários cursos técnicos e de especialização e hoje, além de executar os serviços eu gerencio a oficina”, conta Roger.
Agora que esses generosos profissionais estão devidamente apresentados, vamos ver o que eles disseram sobre a manutenção do Jetta 2.0 aspirado e do Turbo.
Suspensão dianteira
O modelo MacPherson é simples, funcional e muito familiar aos Reparadores, não apresenta defeitos anormais. Em compensação, segundo os Reparadores consultados, as buchas de bandeja (fotos 7 e 8), bieletas (foto 9) e buchas da barra estabilizadora (foto 10), apresentam defeito com frequência.
De modo geral, apesar da fragilidade das buchas das bandejas, bieletas e buchas da barra estabilizadora, os técnicos consideram uma suspensão muito boa e fácil para reparar.
Na oficina “Prudência” uma ocorrência comum chamou a atenção do técnico, e ele relata: “já pegamos alguns casos em que o cliente se queixava de barulho na suspensão. Depois de todas as verificações necessárias, não constatamos nenhuma peça avariada, no entanto, verificamos que faltava aperto em alguns parafusos de fixação do quadro à carroceria e da caixa de direção - após o reaperto, o barulho sumiu. Esse tipo de problema ocorre tanto na suspensão dianteira quanto na traseira”, alerta Roger.
Suspensão traseira
No Jetta 2.0 8v a suspensão é do tipo eixo de torção (foto 11), no “irmão” 2.0 TSI o sistema é independente com multibraços (foto 12). A diferença é que o sistema independente com multibraços promove maior conforto e permite contornar as curvas em velocidades maiores sem perder a estabilidade. De acordo com os Reparadores consultados, nenhum dos dois sistemas apresenta defeitos recorrentes, apenas desgaste dos amortecedores e batentes por tempo de uso.
Freios
O sistema com discos ventilados nas rodas dianteiras (foto 13) e na traseira com discos sólidos (foto 14), mais o auxílio do ABS (Anti-lock Braking System ou Sistema de freio antitravamento), torna a frenagem altamente eficiente; principalmente porque, por mais que as pastilhas traseiras estejam desgastadas, (desde que não ultrapasse o limite mínimo de desgaste de aprox. 2 mm) a altura do pedal e a eficiência do freio traseiro ficarão inalterados, diferente do sistema de tambor e sapatas, que precisa de ajuste periódico.
Neste sistema o acionamento do freio de mão é através de cabo de aço (foto 15) e atua diretamente nas pastilhas traseiras.
Os técnicos consultados não constataram defeitos recorrentes ou fora do normal. Porém, Reinaldo Nadim, faz um alerta: “se colocar pastilhas que não sejam genuínas ou originais, a probabilidade de ter ruído é grande”, orienta o técnico. E eu, Tenório, como Reparador, corroboro e complemento: quando as pastilhas atingem o ponto máximo de desgaste, é natural e aceitável que os discos também estejam desgastados, nesse caso, o melhor, mais seguro e mais eficiente a fazer é substituí-los juntamente com as pastilhas, evitando assim o retrabalho e/ou insatisfação do cliente.
Veja a fissura no disco (foto 16) e as pastilhas com boa espessura, mas, com uma trinca enorme (foto 17A e 17B). Possivelmente por serem de baixa qualidade não resistiram à temperatura.