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O downsizing no setor automotivo ainda tem lenha para queimar. Em 2020, uma das mais utilizadas famílias de motores de veículos de passeio e utilitários, a E.torQ, cederá lugar a um propulsor menor, pondo um ponto final em um projeto com o DNA de muitas marcas. Desenvolvido a partir de um motor da Tritec Motors, joint venture criada em 1997 pela Chrysler e a inglesa Rover, então subsidiária da BMW, o E.torQ ganhou forma em 2010, quando foi adotado pela Fiat que, após a criação da FCA, em 2014, o empregou em diversos veículos. Mas mesmo após tantos serviços prestados, no ano que vem, o E.torQ será substituído pelo pequeno e eficiente 1.3 Firefly turbo com injeção direta, cabeçote de 16 válvulas e variador de fase na admissão e escape. Contra 139 cavalos de potência e 19,2 kgfm de torque do antigo motor, o novo entregará até 160 cavalos e 23,5 kgfm de torque consumindo menos combustível e gerando menos emissões. Literalmente, será mais por menos, a síntese perfeita do downsizing.
Já confirmado para receber o novo motor em 2020, o Renegade ganhará, com ele, artilharia pesada para enfrentar os concorrentes Honda HR-V, Nissan Kicks, Hyundai Creta e o recém lançado VW T-Cross. Isso porque, na raia mais concorrida do mercado, a dos utilitários esportivos compactos, a disputa pela liderança é uma briga de foice no escuro. Este ano, até abril, o Renegade seguia na frente com 15.673 unidades vendidas, contra 12.487 do Kicks, 11.719 do HR-V e 11.012 do Creta. No consolidado de 2018, porém, o Creta levou a melhor com 48.982 vendas, seguido do HR-V (47.962), Kicks (46.819) e Renegade (46.355). Como uma prévia para 2020, o modelo 2019 do Renegade chegou mais competitivo depois de um facelift de meia-vida. Em 2017, com dois anos no mercado, o Renegade já havia recebido um upgrade em seu propulsor 1.8 Flex E.torQ Evo.
O Jeep Renegade Longitude com motor aspirado está saindo de cena com estilo. Um exemplar 2019 do modelo com transmissão automática de seis velocidades e cerca de 4.700 km rodados, avaliado em R$ 95.753,00 pela Tabela Fipe (modelo zero quilômetro) de abril deste ano, foi entregue à redação do Oficina Brasil Mala Direta para ser examinado por um time de primeira linha dos reparadores independentes da cidade de São Paulo, pinçados do Guia On Line de Oficinas Brasil. As oficinas escolhidas para a missão foram a Auto Mecânica Firecar, na zona norte paulistana; o Centro Automotivo Autotoki, na zona sul; e a Brandini Serviço Automotivos, no bairro do Ipiranga. Nelas, o Jeep Renegade foi rigorosamente analisado por...
Fernando Almeida e Ricardo Marques. Reparador preferido por muitos antigomobilistas da cidade de São Paulo, o empresário e técnico em mecânica industrial e automobilística Ricardo, 52 anos, está há quase três décadas pilotando a Auto Mecânica Firecar, na zona norte paulistana – Rua Ponta Grossa, 207, no Parque Mandaqui. “Somos procurados por colecionadores que não podem confiar suas joias a qualquer um, mas trabalhamos com todos os tipos de carros”, frisa o profissional. De fato, a Firecar tem um giro aproximado de 90 veículos por mês e trabalha com a mecânica leve de modo geral, incluindo motor, suspensão, direção, transmissão etc. Proprietário de dois clássicos, um Escort XR3 1992 conversível e um Mustang 1995, Ricardo está prestes a completar 40 anos de profissão e tem no filho Fernando o sucessor natural no negócio da família. Com 27 anos, o jovem trabalha desde os 13 na oficina do pai sem descuidar da formação técnica: é graduado em mecânica pelo Senai.
Cláudio Marinho Guedes. Instalado na Avenida Santa Catarina 1.172, na Vila Mascote, zona sul da cidade de São Paulo (SP), o Centro Automotivo Autotoki conta com uma equipe de seis colaboradores que dão conta de atender uma média de 100 veículos mensais. A oficina recentemente integrou-se à rede Euro Repar Car Service e é comandada pelo administrador de empresas e técnico em mecânica automotiva Cláudio, 60 anos, e seu irmão e sócio Clóvis Marinho Guedes, 62 anos. Os irmãos assumiram a direção da empresa ainda nos anos 1990, quando Cláudio desligou-se de uma multinacional alemã do setor de automação após 14 de serviços prestados. “Nosso Centro Automotivo está voltado à revisão da linha leve em geral e também trabalhamos com transmissão automática com objetivo de aumentar o valor médio de nosso ticket”, aponta o empreendedor.
Ricardo Brandini e Valdenir Silva de Lima. A trajetória da Brandini Serviço Automotivos começou a ser traçada há mais de 20 anos no bairro do Cambuci, em São Paulo (SP), e atualmente caminha pelo Ipiranga, mais precisamente na rua Bom Pastor 318, para onde a empresa foi transferida recentemente. “A mudança foi para melhor”, garante o administrador de empresas Ricardo Brandini, 43 anos, proprietário da empresa. Segundo ele, a oficina passou de um espaço físico de menos de 400 metros quadrados para outro de mais de 500 e com um pé direito maior. “Aqui podemos atender melhor nossos clientes. O ponto atual também é mais favorável por estar em uma rua de maior circulação”, completa Ricardo, que tem em sua equipe o reparador Valdenir Silva de Lima, 47 anos e que há 25 trabalha com reparação automotiva.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Primeiro veículo a sair da fábrica da FCA (Fiat Chrysler Automobiles) de Goiana (PE), em 2015, o Jeep Renegade teve sua concepção desenvolvida pelo time do alemão Klaus Busse, chefe do Departamento de Design da FCA na Europa. Sobre as plataforma, tração e suspensão do Fiat 500X, a base de referência do projeto foi o Jeep Wrangler, cujas linhas quadradas receberam um tratamento curvilíneo para se chegar ao design final do novo utilitário esportivo. Preservando-se a grade frontal de sete barras verticais, identidade global da marca, e os faróis tipo olho de boi, o projeto hoje é adotado mundialmente, pois o veículo é produzido também em Melfi (Itália) – é o primeiro Jeep a ser montado naquele país – e, desde 2016, em Guangzhou (China), configurando-se no produto mais bem sucedido da FCA até agora. Simultaneamente americano, italiano, pernambucano, chinês e com traços alemães, o Renegade é exportado para mais de 100 países.
O design que combina um estilo quadradão e cantos arredondados, como que buscando a inalcançável quadratura do círculo, agradou os consumidores e ajudou a fazer desse Jeep um sucesso comercial. “Em uma época que a linha asiática é hegemônica, com aquela frente pontiaguda, o Renegade chama atenção por seu estilo diferente que caiu no gosto dos compradores. Sua cara de bravo é associada à robustez e isso é positivo para um Jeep. A FCA conseguiu resgatar as linhas do antigo Jeep com um ar de modernidade”, analisa Cláudio Marinho, que só teve críticas para o espaço do porta-malas, que “poderia ser maior”. “Fizeram uma releitura do Jeep e acertaram no estilo retrô”, resume Fernando Almeida. “Tem espaço interno generoso para os passageiros, boa posição de dirigir, conforto, peças bem encaixadas no painel com textura soft e algum plástico duro, ergonomia adequada e, sobretudo, boa visibilidade externa. Fora o porta-malas pequeno, tudo aprovado”, confere Valdenir de Lima.
AO VOLANTE
Com seu atual powertrain, a dirigibilidade do Jeep Renegade Longitude 1.8 AT não arranca suspiros. Isso porque o motor E.torQ 1.8 sofre um pouco para romper a inércia de um veículo com praticamente 1,5 tonelada. A relativa falta de potência – para quem busca desempenho – faz a transmissão automática de seis velocidades se esforçar, com trocas de marchas constantes. As borboletas, através da troca manual de marchas, ajudam o veículo a desenvolver melhor. Sem falar na tecla Sport, posicionada acima dos comandos do ar-condicionado digital, que, quando acionada, deixa mais rápidas as respostas do acelerador, possibilitando aliviar o peso no pedal.
“O carro passa impressão de ter arrancada pesada para quem está acostumado com agilidade. Mas desde que não se exija esportividade, o desempenho é satisfatório. O conforto interno e o bom trabalho da suspensão independente nas quatro rodas compensam. Outra característica do carro é a sensibilidade do sistema start-stop, bastante atuante. Pode incomodar quem não dispensa o ar-condicionado, pois ele o desliga, mas aí basta desativar o sistema”, descreve Valdenir de Lima. “O carro não se destaca pelo torque, mediano, mas tem seu ponto alto na suspensão bem calibrada. Já a direção elétrica leve ajuda nas manobras curtas”, acrescenta Cláudio Marinho. “O carro requer atenção em ultrapassagens, pois as respostas são mais lentas. Mas dentro de uma proposta familiar está excelente. A suspensão absorve bem as irregularidades, transmite conforto, e o câmbio que, às vezes, é obrigado a fazer as trocas em um giro alto trabalha com competência. Dou nota 10 para a dirigibilidade”, conceitua Ricardo Marques.
MOTOR 1.8 FLEX E.TORQ EVO
O predecessor do motor E.torQ, o 1.6 16V Tritec, passou por diversas mãos até chegar à Fiat. Isso se deu em 2008, antes da criação da FCA, quando a montadora italiana assinou um acordo com a Chrysler e assumiu a Tritec Motors, de Campo Largo, no Paraná. Por 83 milhões de euros, a Fiat Powertrain Technologies (FTP) adquiriu a fábrica e ainda investiu R$250 milhões para transformar o 1.6 Tritec nos 1.6 e 1.8 E.torQ que, curiosamente, voltariam pouco depois ao grupo da Chrysler. Em relação ao Tritec, o E.torQ teve 70% dos componentes alterados, como bloco, virabrequim e comando de válvulas. Com a criação da FCA, o motor passou a equipar o Fiat Argo, Cronos, Palio Weekend, Strada, Doblò e Toro e o Jeep Renegade.
Em alguns veículos mais leves como o Argo (1.279 kg) e a Palio Weekend (1.235 kg), o propulsor correspondeu à demanda, mas com a Toro Freedom (1.619 kg) e o Jeep Renegade Longitude (1.480 kg) ele mostrava limitações de potência e torque aliadas ao alto consumo de combustível. Visando aperfeiçoá-lo, em uma primeira mexida seu cabeçote redesenhado ganhou maiores válvulas – sempre quatro por cilindro –, nova câmara de combustão e novos coletores de admissão e escapamento. A taxa de compressão pulou de 11,2:1 para 12,5:1. O comando único passou a ter fase variável contínua, aumentando o torque de 18,9 para 19,1 kgfm a 3.750 rpm, contra os 4.500 rpm de antes, com curva mais plana, proporcionando 82% do torque máximo a 1.500 rpm. O esforço reduziu o consumo de combustível em 5%. Com isso, o motor recebeu o sufixo Evo, de Evolução, em sua denominação.
Em 2017, o propulsor ganhou um segundo upgrade, com bomba de combustível e alternador inteligentes projetados para influenciar no desempenho. O tanquinho de gasolina para a partida a frio deu lugar a um sistema eletrônico para aquecer o etanol. O Renegade também recebeu pneus verdes com compostos mais duros para reduzir o atrito com o solo e aumentar a autonomia. O resultado foi que a potência máxima do propulsor pulou de 132 para 139 cavalos e o torque registrou ganho de 0,2 kgfm com etanol e gasolina – chega agora a 19,2 kgfm (e). Segundo a Jeep, o upgrade trouxe 5% de melhoria no desempenho e mais uma economia de 10% no combustível.
Entre os reparadores, o E.torQ deixará saudade. “É um motor que conhecemos há pelo menos quatro anos. Tem boas referências e fáceis manutenção e reparabilidade. Nele temos feito apenas revisões programadas como troca de bobina, filtros, velas, óleos, fluidos, limpeza do corpo de borboleta etc. No caso do Jeep Renegade, cujo cofre é grande e em formato quadrado, e em razão do veículo ainda dispor de versões com motores maiores, a diesel inclusive, esse motor E.torQ, relativamente pequeno, oferece mais espaço para o trabalho dos profissionais”, explica Cláudio Marinho, para quem a arquitetura do motor, com coletor de admissão à frente e coletor de escape atrás é um exemplo de funcionalidade. “Outra particularidade positiva desse motor é o módulo da injeção posicionado bem acima das demais peças, próximo à divisória corta-fogo, que facilita o diagnóstico do reparador” completa.
“Além de utilizado nessa versão do Jeep Renegade, o motor E.torQ está em muitos veículos da Fiat e isso o faz ser bastante conhecido nas oficinas. Particularmente, só tenho elogios a ele porque é um motor fácil de trabalhar. Temos aqui bobinas estáticas, um corpo de borboleta acessível e coletores de admissão e de escape com fluxo cruzado, em que a admissão se processa de um lado e o escape do outro, permitindo uma melhor combustão e menores emissões de gases. Na minha opinião, o melhor sistema de todos”, considera Ricardo Marques, que aprovou o trabalho de arrefecimento com o eletroventilador de dimensões adequadas , o tanque de expansão do radiador de fácil conferência, e, ainda, as travasduplas – uma de cada lado – de fechamento do capô. “O coxim principal do motor aparentemente é elastomérico, maciço, não hidráulico, mas isso, aparentemente, não fez diferença, porque o teste dinâmico do veículo mostrou que o motor não passa vibração para a cabine”.
“É um motor que passou por muitas evoluções sem perder sua boa reparabilidade em relação a outros motores”, resume Valdenir de Lima. “Veja que nele uma troca do coxim principal do motor exigiria apenas a remoção da caixa do filtro de ar, enquanto seria bem mais complicado em outros carros”, compara o reparador, que só não atribui uma nota 10 para a reparabilidade do motor do Renegade em razão do módulo do ABS ter ficado um pouco escondido, atrás da bateria, o que exigiria sua remoção em caso de uma reparação, e ainda o desmonte da churrasqueira e do limpador de para-brisa em caso de uma troca do amortecedor dianteiro. “Mas isso não condena o carro, pois a maioria exige esse tipo de intervenção”, explica Valdenir de Lima.
TRANSMISSÃO
A caixa de transmissão do Jeep Renegade Longitude é a mesma utilizada por algumas versões de seus primos Fiat Toro (Freedom e Endurance) e Jeep Compass (Limited, Sport e Longitude): a automática de seis velocidades com acoplamento por conversor de torque, fornecida pela japonesa Aisin, que, devido à robustez e qualidade, desfruta de bom conceito entre os reparadores. Com o upgrade de 2017 realizado sobre o motor E.torQ, essa caixa de transmissão também passou por algumas melhorias no gerenciamento eletrônico, o que levou a uma melhor relação com o propulsor. Embora discreto, o resultado final contribuiu para uma curva de torque mais linear e uma condução mais confortável inclusive no circuito urbano, quando as marchas são cambiadas em menores rotações. Uma condução ligeiramente mais esportiva é possível com o acionamento das borboletas ou paddle shifters localizados atrás do volante.
Além de relatarem um desempenho satisfatório do câmbio do Renegade, como ficou expresso no item Ao volante, os reparadores descreveram a caixa de transmissão sem citar defeitos. “Ela dispõe de radiador do óleo bem destacado que deve facilitar a troca de calor. Já o corpo de válvula está posicionado de um modo que facilita seu acesso. Do jeito que está aqui é possível uma intervenção sem precisar remover a caixa”, destacou Valdenir de Lima, que ainda gostou da disposição do respiro do câmbio e do cabo do trambulador. “Podemos fazer a substituição do óleo através do trocador de calor. Aprovo esse sistema. Já a parte eletrônica do câmbio, o corpo de válvulas, está bem protegido por uma tampa de ferro”, aponta Cláudio Marinho.
FREIO, SUSPENSÃO E DIREÇÃO
Ponto mais elogiado pelos reparadores devido ao excelente desempenho mostrado na avaliação dinâmica do Jeep Renegade Longitude, sua estrutura monobloco e plataforma Small Hard 4X4 – assim denominada pela montadora – contam com suspensão MacPherson na frente e atrás, trazendo o benefício da suspensão independente nas quatro rodas, bem-vinda especialmente sobre terrenos irregulares, o que faz parte da sua proposta de utilitário esportivo ainda que de uso predominantemente urbano. Bem gerenciada, a estrutura dispõe, na dianteira, de braços oscilantes inferiores com geometria triangular e barra estabilizadora. Na traseira há também barra estabilizadora e com links transversais laterais . Tanto na frente como atrás há molas helicoidais e os amortecedores são hidráulicos e pressurizados. Na frente, os discos (305 x 28 mm) são ventilados; atrás (278 x 12 mm), sólidos. O freio de estacionamento usa comando elétrico, da mesma forma que a caixa da direção tem uma assistência elétrica na coluna.
“A suspensão independente na traseira proporciona mais conforto e estabilidade e melhor ajuste de convergência. A dúvida é se esses bracinhos finos da suspensão traseira suportam as condições ruins do piso brasileiro. Como até hoje não precisei fazer nenhuma suspensão desse carro, a resposta, por enquanto, é sim”, formula Cláudio Marinho. Mas há controvérsias. “Dois clientes meus já tiveram problemas com esses braços da suspensão traseira, que entortaram por apenas os pneus encostarem na guia, na calçada. Esse é o Calcanhar de Aquiles da estrutura do Renegade”, classifica Ricardo Marques. “Sim, esses braços finos deixam a gente intrigados. A aparência confirma que o uso do veículo deve ser mais urbano. De qualquer forma está melhor do que se fosse um eixo rígido, pois oferece mais conforto e filtra bem as irregularidades da pista, sem falar que aqui temos os parafusos para trabalhar a geometria e a convergência das rodas”, analisa Valdenir de Lima.
Com o Renegade sobre um dos elevadores do seu Centro Automotivo, Cláudio Marinho apontou para o bom acesso aos filtros de óleo do tipo refil e de combustível com engate rápido, e para a chapa de plástico protegendo as linhas de combustível e de fluido de freio. “Aprovo esse cuidado”, afirma. Já Valdenir de Lima considerou robusto o quadro dianteiro e de bom custo-benefício a bandeja com os pivôs parafusados. “Em caso de problemas na bucha da bandeja é mais vantajoso, hoje, trocar a bandeja toda e não apenas a bucha”, completa o reparador. Ricardo Marques chamou atenção para um diferencial do Renegade, o freio de estacionamento elétrico. “Segue na tendência dos melhores veículos importados. Apenas o reparador deve ter um cuidado extra na hora de trocar uma pastilha, pois o processo exige um equipamento específico para recolher a pinça. Esse freio não pode ser tratado como se fosse mecânico”, lembra.
ELÉTRICA, ELETRÔNICA E CONECTIVIDADE
Também na parte elétrica, o Jeep Renegade atual evoluiu em relação aos primeiros modelos. O alternador, por exemplo, passou a ser ativado apenas nas desacelerações (reduções e frenagens) para evitar perda de potência. Para aumentar sua resistência e suportar as constantes ignições do sistema start-stop, introduzido para reduzir o consumo de combustível, esse alternador teve sua fiação inteiramente substituída. “A bateria de 72 amperes e com 420 de CCA é de boa procedência e suficientemente forte para aguentar a carga provocada pelo sistema start-stop, que funciona incessantemente”, avalia Ricardo Marques, que aprovou a disposição da pequena caixa de fusíveis bem como o espaço disponível para a troca de lâmpadas dos faróis. “No polo positivo da bateria temos um recurso de segurança para evitar a queima de sensores, fusíveis e relês. Uma boa medida preventiva”, apontou Valdenir de Lima.
O painel interno do veículo que, em algumas versões, nos anos anteriores, oferecia apenas um rádio com conexão USB e interface Bluetooth agora vem de série com um sistema multimídia com tela sensível ao toque de 8.4 polegadas, compatibilidade com Apple Carplay e Android Auto, além de comando de voz. De resto, o pacote de recursos eletrônicos do Renegade vai muito além dos obrigatórios controles eletrônicos de estabilidade (ESC) e tração, e disponibiliza, entre outros itens, controle eletrônico anti capotamento, hill start assist – auxílio de partida em rampa que ajuda o motorista a conduzir o veículo tanto em aclives quanto em declives –, computador de bordo (distância, consumo médio, consumo instantâneo, autonomia) com tela TFT de 3,5 polegadas, sistema de monitoramento indireto dos pneus (iTPMS), luzes diurnas (DRL), panic break assist – sistema que identifica a situação de emergência e ativa o freio máximo nas rodas, mesmo que o condutor não tenha pisado tão forte no pedal do freio –, piloto automático e limitador de velocidade.
PEÇAS DE REPOSIÇÃO
Do lançamento do Renegade, em 2015, até o ano passado, a frota da Jeep no Brasil saltou de 15 mil carros para mais de 300 mil, crescimento só comparável ao de concessionárias da marca que saiu de 45 lojas em 2014 para 189 em 2018. Mais concessionárias e veículos em circulação resultam em maior oferta de peças, certo? Depende. É o que pode ser comprovado nas oficinas independentes ouvidas nesta reportagem que demonstram insatisfação com a falta de estoque das concessionárias. “Há pronta entrega para peças básicas como filtros, óleos, fluidos, velas e pastilhas porque, afinal, a mecânica do Renegade Longitude é Fiat e elas podem estar disponíveis em ambas as redes. Mas para peças específicas como, por exemplo, bobina, sensor de nível ou alternador são mais de trê