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Quando chegou ao Brasil em 1994, na época importada dos Estados Unidos, a picape Ford Ranger logo chamou a atenção por causa de seu tamanho intermediário. Ela se encaixava acima da Pampa, criada a partir do Corcel II, e abaixo da veterana da F-1000.
Naquele período o mercado de caminhonetes era dominado por modelos pequenos e derivados de carros de passeio ou então grandes como a própria F1000 e a rival Chevrolet D20. O novo segmento das médias parecia promissor, tanto que a
General Motors se apressou e iniciou em 1995 a produção de sua Chevrolet S10 em São José dos Campos (SP).
A Ford não poderia ficar para trás e também passou a produzir a Ranger no Cone Sul em 1997, mas em Pacheco, na Argentina. Outras montadoras também iniciaram a produção regional de picapes semelhantes. No mesmo ano de 1997 a Toyota passou a produzir a Hilux em Zárate, também na Argentina. Em 1998 começou a fabricação brasileira da picape Mitsubishi L200, que inaugurou a fábrica de Catalão (GO), onde ainda é montada. Em 2002 foi a vez de a Nissan passar a fabricar a Frontier em São José dos Pinhais, no Paraná (a geração atual vem da cidade de Córdoba, na Argentina).
Note que todas elas continuam sendo concorrentes da Ford Ranger até hoje. Há também a Volkswagen Amarok, outra argentina produzida em Pacheco, mas esta começou a ser feita no país vizinho bem mais tarde, em 2009.
A Ford de Pacheco já montou nestas duas décadas e meia mais de 900 mil picapes Ranger. Desse total, cerca de 360 mil vieram para o Brasil. A caminhonete feita na Argentina também é enviada para outros países da região e para o México.
No Brasil, a Ranger é vendida atualmente em versões com preço inicial de R$ 188.990 e opções que incluem cabine simples ou dupla, transmissão manual ou automática e tração apenas traseira ou 4x4. Nas concessionárias, elas dividem espaço com o SUV Territory (feito na China), o novo Bronco (fabricado no México) e o esportivo Mustang (montado nos Estados Unidos).
Até o fim de 2021 haverá o utilitário Transit (que já é feito no Uruguai) e a partir de 2022 chegará também mais uma picape, a mexicana Maverick, neste caso para concorrer com a brasileira Fiat Toro, produzida em Goiana (PE) com carroceria monobloco.
A geração atual da Ford Ranger começou a ser produzida na Argentina em 2012. Representou um salto em conforto e espaço interno, especialmente para quem viaja no banco de trás. A versão com cabine dupla tem 5,35 metros de comprimento e 3,22 metros de distância entre-eixos.
Um recurso que se destacou desde a chegada dessa geração foi o controle de descida em rampa, acionado por um botão no painel. Ele ajuda o motorista a descer ladeiras escorregadias (com lama, por exemplo) de forma segura.
Também desde 2012 as versões mais completas receberam ar-condicionado automático com duas zonas distintas de temperatura e navegador GPS integrado. A Ranger que se vê nas fotos é uma Limited 4x4, de R$ 287.790.
Os destaques atuais da caminhonete (que passou por uma grande atualização na linha 2020) são os sistemas semiautônomos de direção. Além disso, a tampa da caçamba recebeu um recurso que reduziu em quatro vezes o esforço para fechá-la (de 12 kg para 3 kg apenas).
De acordo com a Ford, toda a linha Ranger recebe um pacote de itens de segurança de série formado por controles eletrônicos de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, controle automático de descida, luzes de emergência em frenagens bruscas e diferencial traseiro blocante eletrônico.
Bancos de couro, farol alto com acendimento automático, sistema de acesso sem chave, botão de partida, tampa traseira com travamento elétrico e rodas de 18 polegadas com acabamento exclusivo são itens encontrados na Ranger Limited.
O motor utilizado na Limited é o turbodiesel Duratorq 3.2, de cinco cilindros, que produz 200 cv e tem 47,9 kgfm de torque. O câmbio automático tem seis marchas. A geração atual da Ranger já foi equipada também com um motor 2.5 flex de quatro cilindros semelhante ao utilizado no sedã Fusion, mas essa opção não está mais à venda.
A Ranger Limited que você vê nas fotos tinha menos de 15 mil quilômetros rodados. Ela foi levada pela reportagem de Oficina Brasil Mala Direta a três estabelecimentos da zona sul de São Paulo, SP. O primeiro foi o Auto Point Centro Automotivo, na R. Américo Brasilense, 1452 (tel. 11 5181-3411), comandado pelas irmãs Alessandra e Cristiane Pinto.
“Começamos a trabalhar com nosso pai há 30 anos. Foi nesta loja. O início foi desafiador por sermos duas jovens”, conta Alessandra, que assim como a irmã cursou Administração de Empresas. “Antes a loja era focada em serviços rápidos de suspensão, freios e pneus. Depois nos especializamos em injeção, trocas de correia, caixa de direção, eliminação de vazamentos, revisões e embreagem”, recorda Alessandra. A loja tem dez funcionários. Ao lado delas trabalha o gerente Paulo César dos Santos, de 37 anos, que começou como reparador aos 12 anos, fez 27 cursos no Senai, também cursou Administração de Empresas e tem pós-graduação em Gestão Comercial e MBA em Gestão de Vendas.
Perto dali, na R. Américo Brasiliense, 1500 (11 5181-7510), fica o Centro Automotivo Spina, dirigido por Idirlei Spina, de 48 anos. Ele herdou a oficina, os clientes e a habilidade do pai, Irineu Spina, que estaria com 80 anos atualmente.“Cresci aqui dentro. Tenho mais de 40 anos de oficina. Aprendi na prática e com o incentivo do meu pai, mas também participei de muitos cursos e palestras. Hoje comando a oficina com a ajuda de outros três profissionais”, recorda Spina, que faz serviços gerais em motor, freios, suspensões e se destaca na região por soldar e reparar tanques de combustível.
O terceiro local visitado pela reportagem foi a Patini Peças e Serviços Automotivos, na Av. Adolfo Pinheiro, 1337 (11 5523-9393). Comandada pelos irmãos Fábio (48 anos) e Fernando (49), a casa foi inaugurada pelo pai, Ademar Patini, hoje com 75. “Começamos como oficina especializada em escape em 1975”, diz Fernando. Atualmente, a Patini faz serviços gerais em freios, suspensão, pneus, alinhamento e balanceamento, injeção, arrefecimento, troca de óleo, bateria e embreagem.O braço direito dos Patinis é o gerente Ricardo Nunes, de 47 anos, sendo os últimos 27 somente nesta oficina. “Trabalhei 18 anos como reparador e depois disso me tornei gerente”, recorda.
A geração atual da Ford Ranger foi resultado de um investimento de mais de US$ 1 bilhão e muita pesquisa de mercado, já que ela seria vendida em 180 países diferentes e com produção não só na Argentina, mas também Indonésia e África do Sul.
Foi um grande salto na comparação com a picape anterior. Quem conheceu a antiga vai se lembrar do espaço traseiro apertado, com o encosto quase vertical e a linha superior do para-brisa tão baixa que era até difícil ver o semáforo com a picape parada em um cruzamento. De 2012 para cá a geração atual vem recebendo modificações normais de meia-vida, como novas grades dianteiras e também mais equipamentos.
Em 2020, além dos novos itens de segurança, a picape ficou mais confortável por causa de mudanças na suspensão, com barra estabilizadora e coxins redesenhados e longarinas do chassi reforçadas. Isso reduziu a movimentação da carroceria e o desconforto ao passar por ondulações ou trechos com piso irregular. A lista de equipamentos inclui câmara de ré, que desde 2012 fica quase escondida no logotipo oval Ford da tampa traseira. Mas sua imagem agora é projetada na tela central do painel, não mais num canto do retrovisor como na época do lançamento.
Todas as portas têm lugar para acomodar garrafas e objetos. Outro item que sempre agrada são os para-sóis com espelhos iluminados. As versões de cabine dupla da Ranger têm capacidade para 1.180 litros na caçamba, segundo a Ford. É preciso dizer que o acabamento é um pouco simples para um veículo de quase R$ 200 mil. Embora haja tomada de 12 volts para o banco traseiro, o gerente Ricardo Nunes, da Patini, chamou a atenção para a falta das saídas de ar-condicionado para os passageiros de trás.
Encontrar o melhor ponto de equilíbrio entre conforto e capacidade de carga em uma picape é sempre um desafio para a engenharia de uma montadora. Não seria diferente com a Ford Ranger. “Até que é confortável”, observa Idirlei Spina. Mas a pavimentação ruim e algumas valetas no entorno das oficinas acabam entregando a picape: “A suspensão traseira balança bastante na cidade”, afirma Santos, da Auto Point.
As mudanças realizadas em 2020 na suspensão reduziram parte do desconforto e resultaram em funcionamento silencioso, mas o grande e pesado eixo rígido traseiro é sempre um ponto crítico. A suspensão dianteira, independente, lida melhor com a pavimentação ruim.
Santos gostou também da posição de dirigir e do espaço meio justo em volta do banco do motorista. “Me dá sensação de segurança, é mais aconchegante”, diz. “E o espaço traseiro é excelente.” Santos também aprova a visibilidade. “Dá para ver bem o capô e a traseira. No entanto, ele se queixa que o quadro de instrumentos da picape recebe um conta-giros pequeno e os marcadores de combustível e temperatura do motor ficam muito próximos e se confundem um com o outro.
Em complemento à câmera de ré, os sensores de estacionamento dianteiros e traseiros também ajudam nas manobras e acesso a locais apertados para um veículo de mais de cinco metros de comprimento.
Nunes, da Patini, aprova a direção leve e o rodar silencioso: “Às vezes recebemos carros com menor quilometragem que este, mas muito barulhentos.” Ele também aprovou a posição de dirigir, os botões no volante, os controles independentes do ar-condicionado (esquerda-direita) e o espaço interno.
A versão 3.2 Limited reage bem ao pé direito. “Tem desempenho apropriado ao tamanho da picape”, afirma Spina. “As respostas são rápidas”, diz Nunes. Santos também aprovou a pegada forte da Ranger. O bom desempenho em estrada é um ponto forte da Ranger.
Os motores Duratorq 2.2 (quatro cilindros) e 3.2 (cinco cilindros) acompanham a Ranger desde 2012. Surgiram com a geração atual da picape. O 2.2 produzia naquela época 125 cavalos. Agora são 160 cv. O 3.2 que equipa a Limited e outras versões já fornecia 200 cv desde 2012. Eles utilizam turbinas fabricadas pela Garrett.
A força em baixa rotação deste motor de cinco cilindros foi outro ponto elogiado pelos reparadores. O torque máximo surge a partir de 1.750 rpm. O Duratorq utiliza duplo comando de válvulas com acionamento por corrente metálica em vez de correia de borracha. São quatro válvulas por cilindro. Santos, da Auto Point, aprova o acesso aos componentes. “Chegar até a turbina é fácil, mas é preciso retirar o catalisador.”
Outro ponto destacado pelos reparadores é o bom acesso à correia de acessórios poli-V. A Ford também facilitou a vida na hora de um reparo básico do ar-condicionado. O ponto de recarga do gás refrigerante fica ao lado do servofreio. E os itens mais comuns de manutenção não oferecem dificuldade. Não há problema para trocar filtro de ar, bateria, repor fluidos e acessar o “corpo de borboleta” TBI.
De acordo com o programa de etiquetagem veicular do Inmetro, a Ranger faz 8,6 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada. Como o tanque comporta 80 litros de diesel, a autonomia é próxima a 800 quilômetros. O funcionamento do Duratorq 3.2 é suave. O ruído característico dos motores a diesel está lá, mas é aceitável em qualquer condição de uso, seja em marcha lenta ou numa viagem.
A picape Ranger avaliada recebe uma caixa automática de seis marchas com a possibilidade de trocas sequenciais na alavanca, mas fazem falta as borboletas atrás do volante. Esse recurso facilitaria muito quando para dirigir em trechos de serra. As mudanças de marcha no modo Drive são rápidas e se adaptam à condição de uso, seja no trânsito lento ou pista livre.
“O conjunto motor-câmbio resulta em respostas rápidas. E as trocas são suaves, mal dá para sentir as mudanças de marcha”, afirma Ricardo Nunes, da Patini. Ele adverte que a substituição do óleo dessa transmissão exige equipamento adequado “porque não há bujão de escoamento no cárter do câmbio”.
É preciso dizer que esta e outras imagens da parte inferior foram feitas com a retirada dos protetores de motor e câmbio para melhorar a visualização de alguns itens. Mas cada um desses protetores é fixado por quatro parafusos apenas. A Ranger Limited e outras versões recebem tração 4x4 temporária e caixa de redução com acionamento por um botão ao lado da alavanca do câmbio. “É uma transmissão fácil de trabalhar”, afirma Idirlei Spina, “mas o motor de acionamento da tração poderia estar mais protegido”.
A capacidade de tração e de andar por trechos difíceis com lama, cascalho e água é um ponto forte da picape. Segundo a Ford, a Ranger pode trafegar em trechos com até 80 centímetros de água. É mesmo difícil parar uma dessas, tanto que a Ranger serviu de base para a geração atual do jipe Troller, lançada em 2014.
Santos, da Auto Point, elogia a construção da picape: “A Ford pensou bastante na manutenção da Ranger pela forma como dispôs escape, cardã e tanque de combustível, o que ajuda muito na manutenção.” Sob o carro ele mostrou também como é simples a substituição do coxim do cardã.
FREIO, SUSPENSÃO E DIREÇÃO
A picape média da Ford utiliza soluções resistentes e comprovadas. Os freios dianteiros são a disco e ventilados e os traseiros, a tambor. Este último item divide opiniões. Spina é enfático: “Os tambores na traseira atendem à proposta da picape.” Santos, da Auto Point, concorda que o sistema é eficiente, mas pela faixa de preço e potência gostaria de discos também atrás: “Poderia usar a combinação traseira de disco, mas com tambor para o freio de estacionamento, como em algumas concorrentes”, diz.
As suspensões também adotam fórmulas conhecidas: a dianteira é independente, com bandejas inferior e superior. “Os componentes da suspensão são de fácil acesso”, diz Nunes, da Patini, referindo-se às bandejas superiores. “E as inferiores são muito fáceis de trabalhar”, garante Idirlei Spina.
Santos, da Auto Point, afirma: “A regulagem dos ângulos de câmber e cáster é feita por um único parafuso” . Ele informa também que o quadro da suspensão dianteira fica em posição elevada e a construção adotada pela Ford é muito resistente.Na suspensão traseira, nenhuma surpresa: eixo rígido e molas semielípticas, ainda a configuração preferida quando se pensa em eficiência com baixo custo de manutenção. O sistema de direção aplicado na Ranger utiliza pinhão e cremalheira com assistência elétrica. “O acesso é fácil, o que ajuda no momento de reparar. Não é preciso retirar o quadro da suspensão dianteira nem o escape”, afirma Santos.
ELÉTRICA, ELETRÔNICA E CONECTIVIDADE
A atualização mais recente feita na Ford Ranger incluiu faróis baixos de xênon com luzes diurnas de LED. O acesso pelo lado interno para trocar lâmpadas é fácil. A versão Limited recebeu tecnologias semiautônomas que aumentaram muito a segurança da picape.
Com a ajuda de câmeras e de um radar no para-choque dianteiro, um sistema de frenagem autônoma com detecção de pedestres funciona em velocidades de 5 km/h a 80 km/h. Quando “percebe” um veículo parado ou pedestre à frente, ele emite um alerta para o motorista e prepara a picape para uma frenagem rápida. Se o motorista não reagir, o sistema aciona os freios para evitar ou reduzir os danos de uma batida.O sistema de reconhecimento de sinais de trânsito usa as mesmas câmeras para rastrear as placas na pista e alertar sobre os limites de velocidade. O piloto automático é do tipo adaptativo e permite acompanhar as reduções de velocidade e as retomadas do tráfego nas estradas. Outro item adicionado foi o sistema de permanência na faixa de rodagem.
Controles anticapotagem e contra oscilação de reboque, mais o controle adaptativo de carga, são outros equipamentos que tornam a caminhonete ainda mais segura. A central multimídia recebe tela sensível ao toque e tem navegador GPS incorporado.
PEÇAS DE REPOSIÇÃO
É fato que a Ford já tem desde 2019 uma loja virtual dentro do site Mercado Livre e lançou também naquele ano o aplicativo Auto Busca, voltado a oficinas independentes. Mas a decisão de não mais produzir carros no País acabou gerando insegurança compreensível não só nos consumidores, mas também entre os reparadores no que se refere à reposição.
“O principal canal para compra de peças Ford sempre foram as concessionárias da marca e às vezes é difícil. Já precisei adaptar uma bucha de barra estabilizadora em um Fusion porque não encontrei a peça correta em lugar nenhum. Isso tende a piorar, até pela dificuldade de encontrar itens paralelos”, afirma Idirlei Spina.
“Os carros da marca sempre tiveram manutenção um pouco mais cara e em regra ocorre maior dificuldade de encontrar peças. E a reposição de carroceria e itens de acabamento tende a ser mais difícil”, diz Nunes, da Patini.
“A dificuldade de encontrar peças é um problema que já ocorria com os Ford Edge, Fusion e algumas Ranger a diesel. Normalmente recorremos a concessionárias e uma próxima daqui fechou”, diz Santos, da Auto Point. A fabricante chegou a ter mais de 400 pontos de venda, segundo a Abradif, associação que reúne os revendedores da marca. No início de 2021 eram apenas 283, com previsão de fechamento de cerca de 160 unidades até o fim do ano.
A redução do número de concessionárias é uma consequência direta do maior preço médio dos carros à venda no showroom. O modelo mais em acessível à venda em setembro era justamente uma picape Ranger, a cabine simples, tabelada em quase R$ 190 mil. Não existe mais nenhum zero-quilômetro na rede Ford que custe cerca de R$ 55 mil. Este seria o valor aproximado de um Ka 1.0 hatch básico caso ainda estivesse à venda.
Em resposta aos reparadores, a montadora informa: “A Ford continuará fornecendo assistência total ao consumidor com operações de vendas, serviços, peças de reposição e garantia para seus clientes no Brasil e na América do Sul.”
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
A Ford mantém o site reparadorford.com.br em que a divisão Motorcraft publica mensalmente informações técnicas de um veículo diferente. O material fica disponível para baixar e compartilhar. Ali se encontra um grande material da picape Ranger entre os anos de 2009 e 2015.
Existem explicações disponíveis e detalhadas sobre carroceria, motor, transmissão, elétrica e informações gerais.
Na item Motor, por exemplo, a primeira explicação é sobre como remover a correia de acessórios da Ranger 2.5 Flex (fora de linha). Outra pasta no começo da lista ensina como remover o motor de partida de uma picape 3.2 a diesel como a desta reportagem.
O reparador Idirlei Spina recorda que também recorre a cursos, palestras e à biblioteca do Sindirepa, entidade que reúne os reparadores. A troca de experiência com outras oficinas, as buscas pelo Youtube e a estrutura da Oficina Brasil Mala Direta são outros canais utilizados pelas oficinas.
RECOMENDAÇÃO
Picapes com carroceria montada sobre chassi, como é o caso da Ranger, são veículos de trabalho e costumam ter uma construção muito resistente. Dessa forma os reparadores não têm receio de indicar a Ford Ranger para amigos e clientes: “Eu recomendaria sim”, afirma Idirlei Spina, lembrando que motores a diesel como este 3.2 Duratorq têm alta durabilidade.
Nunes, da Patini, concorda: “Também recomendaria para um cliente porque é um carro com grande durabilidade, com motor e câmbio muito bons e acesso fácil aos principais itens de manutenção.”
Santos, da Auto Point, alerta: “Recomendaria sim, mas para uso misto. Não é um veículo para uso 100% urbano”, diz. O motivo é o tamanho exagerado de uma cabine-dupla com esta e as dificuldades que isso traz na hora de estacionar em alguns prédios, shopping centers e até mesmo para circular por ruas e avenidas mais estreitas, ainda mais aquelas que têm grande tráfego de motocicletas.
Ford Ranger Limited 3.2: FICHA TÉCNICA
Preço sugerido: R$ 287.790 (em setembro de 2021)
Procedência: Argentina
Garantia: 5 anos
Combustível: diesel
Motor: Ford 3.2 Duratorq TDCi
Código do motor: 3.2 Diesel Puma Duratorq
Cilindrada: 3.198 cm³
Sobrealimentação: turbo Garrett com geometria variável
Tuchos: hidráulicos
Número dos cilindros: cinco
Número de válvulas por cilindro: quatro
Diâmetro dos cilindros: 89,90 mm
Curso dos pistões: 100,76 mm
Alimentação: bomba elétrica de alta pressão
Comando de válvulas: duplo comando de válvulas acionado por corrente
Taxa de compressão: 15,5:1
Potência máxima: 200 cv a 3.000 rpm
Potência específica: 62,5 cv/litro
Peso/potência: 11,3 kg/cv
Torque máximo: 47,9 kgfm entre 1.750 e 2.500 rpm
Velocidade máxima: 175 km/h
Aceleração 0 a 100 km/h: 11,5 segundos
Código da transmissão: Auto Trans 6R80
Tipo de transmissão: automática, seis marchas, com possibilidade de trocas sequenciais
Tração: 4x4 temporária, com caixa de redução e acionamento elétrico
Direção: pinhão e cremalheira, assistência elétrica
Suspensão: independente, com molas helicoidais e barra estabilizadora (d); eixo rígido com feixe de molas longitudinais (t)
Freios: a disco (d) / a tambor (t), com ABS e EBD
Volume da caçamba: 1.180 litros
Tanque: 80 litros
Peso: 2.269 kg
Altura: 1.848 mm
Largura: 2.163 mm
Comprimento: 5