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Apesar de possuir problemas crônicos nas bobinas de ignição e nas bandejas de suspensão, reparadores afirmam que muitos problemas seriam diminuídos se o proprietário realizasse manutenções preventivas. No mercado nacional desde o início da década passada, o Peugeot 206 é um caso clássico de relações de amor e ódio. Muitos proprietários amam seu visual agressivo de aparência quase felina, sua economia de combustível e elevada gama de acessórios. Mas quando precisava ir à oficina, essa relação começava a mudar, pois o custo de manutenção era demasiado elevado em comparação aos demais populares, fazendo com que muitos serviços necessários fossem deixados de lado, mesmo quando indicados pelos reparadores. Dificuldade em encontrar peças, manutenção trabalhosa e pouca informação técnica foram as principais reclamações dos bravos profissionais da reparação. Encontramos um exemplar do Peugeot 206 1.0 16V 2002/2003 na oficina Gigio’s Car, localizada no bairro do Ipiranga em São Paulo. Este já estava com 126.226 km rodados e, até pela sua alta quilometragem, apresentava vazamento de óleo lubrificante pela junta do cabeçote. Sobre esta manutenção e as demais realizadas nos 206, os reparadores Danilo José Tinelli, André Kenji e Ocimar Souza Garcia colaboraram. “Para solucionar o caso do vazamento de lubrificante pelo cabeçote, decidimos efetuar uma leve retífica neste e substituir a junta correspondente. Tal atitude já foi suficiente para sanar o problema”, comentou André. (Foto Abaixo)Na Oficina
Já Danilo contou que, após efetuar a instalação da junta, antes de realizar o torque de aperto do cabeçote, o recomendado é lubrificar a rosca do parafuso com óleo de motor novo. (Foto abaixo à esquerda). “O primeiro aperto deve ser de 25 Nm, em seguida aplica-se 45° de aperto e, por último, mais duas etapas de 90°”. (Foto abaixo à direita).
Encontramos também um Peugeot 206 1.6 8V 2003 com 160.863 km rodados na Oficina Casa Du Carro, localizada no bairro Assunção em São Bernardo do Campo – SP. O proprietário Carlos Eduardo dos Santos, com 36 anos de experiência, dos quais mais de 16 anos dedicados à mecânica, relatou que o veículo estava em sua oficina para reparar o motor que fundiu devido ao superaquecimento. (Foto abaixo)
“A proprietária do veículo não notou que o motor havia desligado porque fundiu, tudo isso devido a um superaquecimento. Em consequência, ocorreu a entrada de líquido de arrefecimento para os cilindros e a proprietária tentou fazer o motor pegar no tranco, causando por fim o calço hidráulico”, afirmou Carlos Eduardo. (Foto abaixo)
“Um detalhe importante é que este veículo já havia passado anteriormente por uma oficina para realizar uma retífica completa, porém, ao abrirmos o motor, notamos que o outro reparador teve o ‘capricho’ de não trocar os selos do motor, um verdadeiro absurdo!” (Fotos abaixo)
“Por conta destes selos teremos que retificar o cabeçote completo (Foto abaixo) e, infelizmente, trocar novamente a correia dentada e seus acessórios, pois a recomendação do fabricante é que todas as vezes que distencionamos esta correia, deve ser substituída”, comentou Carlos Eduardo.
“Outro defeito causado por conta do calço hidráulico e quase passa despercebido pelo reparador (e consequentemente causa um prejuízo muito grande), é que a chaveta da polia dentada do virabrequim estava quebrada. Se fosse montada desta forma com certeza iria atropelar as válvulas do cabeçote, pois a correia dentada sairia do ponto no momento do funcionamento. Ainda bem que eu chequei e, recomendo aos colegas reparadores adotar isto como procedimento, pois o farei sempre. É melhor termos o trabalho de tirar o motor e desmontá-lo, para termos acesso ao virabrequim para trocar esta chaveta do que tomar um prejuízo em fazer o cabeçote novamente e o pior, ter que trocar as válvulas e retentores na garantia”, relatou aliviado Carlos Eduardo. O reparador nos confidenciou que trabalha com o modelo desde a época do seu lançamento, e de lá para cá atende inclusive veículos que ainda estão em período de garantia. André Kenji relatou sua experiência com o 206: “Nos primeiros modelos, até os 2005 pelo menos, era muito comum apresentar falhas no sensor de rotação e em seus respectivos conectores, mas a partir dos modelos 2006 a incidência destas falhas diminuiu. Acredito que houve melhora na qualidade do produto. O sistema de fixação dos bicos injetores é frágil e na hora da remoção costuma quebrar”, acrescentou. Já o reparador Carlos Eduardo deu uma explicação de quando geralmente o defeito no item aparece: “Tenho trocado muito o sensor de rotação do motor. O problema aparece na maioria das vezes quando o condutor desliga o motor em estado quente após ter andado algum tempo e ao tentar ligá-lo depois de alguns minutos, o motor gira, mas não pega, evidenciando a falha no componente”. "Bobinas de ignição apresentam muitos defeitos já a partir dos 50.000km, onde os veículos costumam ter falhas no motor, e isso ocorre tanto no sistema de bobina individual quanto aquela de cabo e bobina integrados”, comentou Souza. (Foto abaixo)Experiências Pessoais de quem já teve Peugeot 206
Os reparadores consultados confirmam que um dos problemas mais frequentes no Peugeot 206 está na bobina de ignição, que frequentemente apresenta falhas já a partir dos 50.000 km, resultando em funcionamento irregular do motor. Esse problema ocorre tanto no sistema de bobina individual quanto no modelo integrado ao cabo de ignição. Além disso, há relatos recorrentes de falhas no sensor de posição de borboleta, que pode causar oscilações na marcha lenta e dificuldade na aceleração. Outro defeito comum é o desgaste prematuro dos retentores de válvula de comando, levando à queima de óleo e perda de vedação. Já nos motores 1.6 16V, os pistões possuem uma tolerância mínima acima da altura do bloco, o que exige atenção ao escolher a junta do cabeçote na hora da manutenção. Além disso, erros no manuseio da correia dentada podem comprometer a sincronização do motor, afetando a eficiência do servo freio e aumentando o risco de falhas graves. Na suspensão, os principais problemas incluem desgaste prematuro das buchas, das bandejas e dos rolamentos do quadro traseiro, exigindo substituição frequente. Já o sistema de ar-condicionado pode apresentar falhas nos engates das mangueiras, no condensador e na ventilação interna. Para evitar complicações e custos elevados, os especialistas reforçam a importância da manutenção preventiva e do uso de ferramentas para oficina mecânica adequadas para diagnósticos precisos. Além das falhas na ignição, há também problemas relacionados à injeção direta. Muitos modelos apresentam falhas na alimentação do combustível devido ao desgaste precoce de componentes como os bicos injetores. Outro problema comum no Peugeot 206 é a falha na partida, que pode estar associada à ignição, bateria ou até mesmo ao sistema de injeção direta. O reparador Carlos Eduardo explicou que já pegou diversos casos em que o carro não dá partida após rodar algum tempo e ser desligado. “O problema aparece quando o condutor desliga o motor quente e, ao tentar ligá-lo novamente, o motor gira, mas não pega. Isso geralmente é causado por falhas na bobina de ignição ou no sensor de posição da borboleta.” Problemas no sensor de posição da borboleta podem gerar oscilação na rotação do motor, levando o proprietário a acreditar que o problema está em outro componente. Dado que o Peugeot 206 tem componentes sensíveis, contar com as melhores ferramentas para oficina mecânica é essencial para um diagnóstico preciso e um reparo eficiente. Desde scanners automotivos para leitura de falhas até osciloscópios para medições de sinais elétricos, o uso das ferramentas corretas pode evitar desmontagens desnecessárias e garantir que os reparos sejam realizados com precisão.Defeitos Recorrentes do Peugeot 206
Problemas no sistema de alimentação do Peugeot 206
Qual a importância das ferramentas para oficina mecânica?