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  5. Tecnologia da bateria de íon lítio aplicada em veículos elétricos para gerar alta tensão - Parte 1

Tecnologia da bateria de íon lítio aplicada em veículos elétricos para gerar alta tensão - Parte 1


A bateria utilizada em carros elétricos possui dimensões padronizadas, a mais comum é a 18650, na qual o diâmetro é de 18mm e o comprimento é de 65mm. Quando milhares delas são ligadas em série, geram alta tensão

Antônio Gaspar de Oliveira
09 de março de 2021

Apenas para efeito de comparação, as pilhas comuns do tipo AA têm o mesmo formato das utilizadas nos carros elétricos, só é um pouco menor, 14mm de diâmetro e 50mm de altura (14500). 

O que chamamos de bateria do carro elétrico na verdade é composta por um conjunto de milhares de pilhas padrão 18650, denominadas de células, que são agrupadas em módulos e interligadas em série.

Cada célula tem uma tensão média de 3,7 volts e para movimentar um carro elétrico, são necessários de 300 a 600 volts. Apenas para se ter uma ideia da quantidade de células que alguns carros elétricos utilizam, o Tesla possui 7.400 células e o iEV40 da JAC Motors tem 4.000. 

A bateria de íon-lítio foi desenvolvida para o setor de eletrônicos e rapidamente foi utilizada em outras aplicações, se tornando padrão para equipamentos que necessitam de uma bateria recarregável pequena, substituindo as baterias com tecnologias de níquel-cádmio (NiCd) e níquel-hidreto metálico (Ni-MH).

O princípio de funcionamento da bateria de íon-lítio é fazer circular os elétrons criando uma diferença de potencial entre dois eletrodos, um negativo e outro positivo, que estão envolvidos em um líquido iônico condutor. Em uso, os elétrons acumulados no eletrodo negativo são liberados por meio de um circuito até o eletrodo positivo. Quando a bateria está recebendo carga através de um carregador, os elétrons seguem do eletrodo positivo para o negativo.

Comparando a bateria de chumbo-ácido de 12 volts utilizada em veículo com motor de combustão, esta possui um eletrólito contendo íons de chumbo e eletrodos também à base de chumbo e a bateria de íon-lítio usa íons de lítio (Li +) dando origem ao nome desta tecnologia.

A utilização em larga escala da bateria íon-lítio se deve essencialmente à densidade de armazenamento e este conceito de densidade se refere à relação entre a capacidade de armazenamento e seu volume ou peso. Comparada com uma bateria de íon-lítio que oferece uma densidade de 300 a 500 Wh / kg, corresponde a dez vezes mais do que uma bateria de chumbo-ácido.

Alguns fabricantes estão dominando o mercado de baterias de íon-lítio como a poderosa Samsung, que fornece baterias com uma capacidade de energia de cerca de 3.000 mAh para a JAC Motors, com números que atingem mais de 50 milhões de células em apenas um ano.

As baterias dos carros elétricos atuais possuem algumas limitações de funcionamento e uma das principais está na faixa ideal de temperatura de trabalho que deve ser de até 25º graus Celsius. Esta temperatura é atingida rapidamente durante o uso do veículo e também durante a recarga, isso é observado quando a bomba d’água elétrica e o ventilador do radiador funcionam de forma autônoma, mesmo com o carro desligado durante o período de recarga. 

O sistema de refrigeração da bateria é muito eficiente e com capacidade de esfriar e aquecer quando necessário.

O fluxo de energia que flui para dentro ou para fora da bateria provoca aquecimento e quanto maior for o fluxo de corrente, maior será a geração de calor.

A temperatura da bateria de íon-lítio afeta diretamente o seu desempenho e não funciona bem quando está muito fria ou muito quente, podendo gerar danos permanentes das células ou degradação acelerada. 

Além do resfriamento, o aquecimento das células também pode ser necessário em regiões de temperaturas mais baixas para evitar danos durante o carregamento rápido, isso ocorre porque a resistência interna das células aumenta quando elas estão frias. A maioria das células da bateria de íon-lítio não pode ser carregada rapidamente quando estão abaixo de 5º C e não podem ser carregadas quando estão abaixo de 0º C. As células de íon-lítio também começam a se degradar rapidamente quando sua temperatura está acima de 45º C. 

Três sistemas de gerenciamento térmico de bateria são usados nos veículos e o mais prático é o sistema de arrefecimento utilizado nos motores de combustão interna, que utiliza água com aditivo contra corrosão e redutor de condutividade elétrica.

O carro elétrico pode ter dois sistemas de arrefecimento independentes, sendo um para o motor elétrico e a PCU que geram muito calor durante o seu funcionamento e outro sistema mais especial para a bateria que pode aquecer ou esfriar. 

O aquecedor é elétrico, funciona com alta tensão, é trifásico e o que faz a água circular pelas galerias internas da bateria é outra bomba d’água elétrica, dedicada somente para a o controle térmico da bateria. Para o resfriamento é utilizado um radiador com ventilador e quando necessita de mais redução de temperatura, utiliza o sistema de ar-condicionado que é compartilhado com o ar-condicionado do habitáculo do carro.

O sistema é autônomo e pode ser ativado mesmo com o carro desligado para suprir a necessidade de controle térmico da bateria.

Para muitos reparadores especialistas em ar-condicionado, é a primeira vez que um carro utiliza o sistema compartilhado de ar-condicionado, dividindo a tubulação de alta e baixa pressão só para controlar a temperatura da bateria. 

Na busca por soluções eficientes e de baixo custo, os fabricantes utilizam sistemas de resfriamento denominados passivos, que aproveitam o deslocamento do carro, direcionando o fluxo do ar para remover o calor gerado na bateria sem uso de sistemas adicionais como ventiladores.

O sistema de resfriamento passivo tem baixo custo e eficiência energética, pois não requer energia do carro, porém, ele não é capaz de manter uma bateria dentro das temperaturas de resfriamento ideais para uso de alto desempenho e viagens de longa distância com várias recargas rápidas. 

Já no sistema de resfriamento ativo, a estratégia é usar um ventilador com ar forçado passando pelas baterias para remover o calor. Este sistema prolonga a vida útil da bateria em comparação com o resfriamento passivo, pois mantém as baterias em uma temperatura operacional mais controlada.

É mais barato e mais leve do que o resfriamento a líquido e não precisa estar integrado com outros sistemas de resfriamento do veículo. A dificuldade está no controle do fluxo do ar dentro das galerias na parte interna da bateria, através das incontáveis células agrupadas em módulos para manter a temperatura uniforme em todo os conjuntos de células.

Mesmo que o resfriamento a ar ativo seja melhor do que o resfriamento passivo para manter as temperaturas operacionais ideais, a maneira mais eficaz de manter uma temperatura uniforme dentro de um pacote e atender aos requisitos de garantia é o resfriamento a líquido. 

O resfriamento por líquido é a maneira mais eficaz de remover o calor da bateria. Também é melhor do que o resfriamento a ar ativo para manter a bateria dentro de temperaturas operacionais ideais. Projetar um sistema que resfria todas as baterias uniformemente leva a um melhor desempenho e vida útil da bateria. O resfriamento por líquido também permite que a bateria seja operada com cargas de pico de energia mais altas, pois dissipa mais calor do que outros métodos de resfriamento.

Existem três abordagens principais para o resfriamento a líquido.

Tubos de resfriamento agrupados na forma de fita em serpentina, placas de resfriamento com canais de resfriamento dentro deles e resfriamento direto / imersivo. 

A utilização do tubo de resfriamento é a mais eficaz na manutenção de temperaturas uniformes das células, mas é mais difícil de fabricar e pode resultar em quedas de pressão maiores. O uso da placa de resfriamento é razoavelmente simples de implementar, mas pode levar a grandes variações de temperatura em baterias individuais. O sistema de resfriamento direto pode apresentar o meio mais eficaz de remoção de calor, mas é relativamente novo e requer refrigerantes dielétricos caros em vez de fluidos de resfriamento convencionais.

Pode ser mais desafiador projetar um sistema com refrigeração a líquido porque ele precisa ser integrado a outros sistemas elétricos e de fluido do veículo. O potencial de vazamento de fluido também deve ser considerado porque pode causar um curto-circuito. Os sistemas de refrigeração líquida são geralmente mais pesados, mais caros e mais complicados de reparar.

No entanto, as compensações podem valer a pena porque os sistemas de resfriamento a líquido fornecem vida útil prolongada e desempenho superior em comparação com pacotes resfriados a ar e resfriados passivamente do mesmo tamanho.

No Tesla modelo S, o sistema de resfriamento da bateria consiste em um tubo de resfriamento em serpentina patenteado que passa pelo pacote de bateria e carrega um fluxo de refrigerante a base de água e etileno glicol e o contato térmico com as células é feito por meio de material de transferência térmica.

Depois que o fluido refrigerante passa pelo pacote de bateria, ele é então circulado por um trocador de calor, onde o calor é transferido para o fluxo de ar ambiente que está sendo soprado por um ventilador, às vezes o sistema de ar- condicionado será usado para atingir um resfriamento mais baixo, isso é importante se o veículo se destina a ser usado globalmente, onde a temperatura ambiente pode chegar perto da temperatura máxima aceitável para a bateria.

O resfriamento de duas fases é necessário para permitir que a bateria seja mantida em uma temperatura ideal independente da temperatura ambiente. 

Trocadores de calor são necessários embora a quantidade de calor emitida por um veículo elétrico seja 90% menor do que um veículo de combustão interna, isso significa que o consumo de energia do sistema de resfriamento da bateria pode ser um dos maiores consumos de energia parasita nos veículos elétricos e está intimamente ligado ao desempenho e autonomia do veículo.

Os veículos elétricos utilizados em climas mais quentes podem perder a capacidade da bateria um pouco mais rápido do que os que circulam em regiões de clima temperado. O calor extremo é inimigo da química de íons de lítio, razão pela qual muitos carros elétricos vêm com baterias refrigeradas a líquido.

O uso excessivo de estações públicas de carregamento rápido DC Nível 3, que podem recarregar as baterias de um carro elétrico em até 80% de sua capacidade em apenas 30 minutos, também pode prejudicar o desempenho da bateria a longo prazo, isso porque, quanto mais rápido um carro elétrico é carregado, mais quente fica e novamente, isso não é saudável para a bateria. 

Continua na próxima edição.  

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