A eletrônica embarcada dos veículos veio a existir e trazer conforto e segurança aos motoristas e passageiros. Nos dias atuais é comum encontrarmos veículos com diversas centrais de comandos, tais como injeção eletrônica, ABS, imobilizador, entre muitos outros e sabemos que a intenção é sempre evoluir, caminhando lado a lado com a eletrônica e elétrica, ainda na era dos motores híbridos e elétricos.
Entender de eletrônica hoje é vital para que as oficinas permaneçam vivas neste grande cenário de mudanças nas arquiteturas dos automóveis. É necessário ir além do básico, fazer serviços que poucos fazem, trazendo um diferencial para seu empreendimento. Estes serviços vão desde reparos de chicotes elétricos até a reparação das placas de circuitos eletrônicos dos veículos. Para isso, é indispensável que o profissional esteja sempre em constante evolução, se capacitando e adquirindo conhecimento sobre a eletrônica veicular.
Nesta matéria iremos falar um pouco mais sobre os componentes eletrônicos, suas funcionalidades e testes.
GRANDEZAS ELÉTRICAS
TENSÃO ELÉTRICA: Denominada por ΔV, também conhecida como diferença de potencial (DDP) ou voltagem, é a diferença de potencial elétrico entre dois pontos ou a diferença em energia elétrica potencial por unidade de carga elétrica entre dois pontos. Sua unidade de medida é o volt (em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta).
Para medir Tensão de corrente contínua devemos:
1º- Colocar o multímetro na escala de Tensão Contínua.
2º- Colocar as pontas de prova corretamente na fonte que desejamos medir a Tensão, lado positivo ponta vermelha, lado negativo ponta preta.
RESISTÊNCIA ELÉTRICA: É a capacidade de um corpo qualquer se opor à passagem de corrente elétrica mesmo quando existe uma diferença de potencial aplicada. Seu cálculo é dado pela Primeira Lei de Ohm, e, segundo o Sistema Internacional de Unidades (SI), é medida em ohms.
Os resistores têm uma propriedade muito peculiar: quanto maior a seu valor, menor será a corrente elétrica que passa por ele.
RESISTORES SMD (Surface Mounting Device): À medida que o tempo passa menores são os equipamentos eletrônicos, e consequentemente os componentes também acompanham esse desenvolvimento.
Hoje dentro dessa filosofia encontramos facilmente resistores SMD, esses componentes são pequenos, soldados na superfície da placa e possuem em seu corpo o valor nominal mais na forma de um código numérico ao invés de cores.
Em um resistor SMD com o valor igual a 2512 podemos associar os três primeiros números como dígito (2512) e o número dois é o multiplicador (100Ω), totalizando 25.100Ω.
Para medir Resistência elétrica devemos:
1º- Colocar o multímetro na escala de resistência
2º- Colocar as duas pontas do multímetro nas extremidades do componente para obtermos o valor de resistência.
CORRENTE ELÉTRICA: É o fluxo ordenado de partículas portadoras de carga elétrica, ou também, é o deslocamento de cargas dentro de um condutor, quando existe uma diferença de potencial elétrico entre as extremidades. Tal deslocamento procura restabelecer o equilíbrio desfeito pela ação de um campo elétrico ou outros meios (reação química, atrito, luz, etc.).
Para Medir Corrente elétrica devemos:
1º- Abrir o circuito elétrico de um consumidor
2º- Colocar a ponta vermelha na extremidade do circuito que está aberto e a ponta preta na outra extremidade como mostra a figura.
Obs.: Teste de Corrente deve ser feito por no máximo dez segundos e para uma corrente máxima de Dez ampères.
CAPACITORES: O Capacitor é um componente usado em quase todas as placas eletrônicas. Ele permite armazenar cargas elétricas na forma de um campo eletrostático e mantê-la durante certo tempo, mesmo que a alimentação seja retirada do circuito. Os Capacitores são usados em fontes de alimentação e em muitas placas eletrônicas, principalmente nas ECUs.
A função mais comum de um Capacitor é estabilizar a corrente elétrica evitando oscilações que podem de certa danificar outros componentes dentro da placa.
Como testar um Capacitor Eletrolítico?
Com o Multímetro na escala de Continuidade, coloque a ponta preta no terminal negativo do Capacitor (o lado negativo do capacitor geralmente vem com uma faixa de referência para indicá-lo) e ponta vermelha no outro terminal. Observaremos que o multímetro irá dar um aviso sonoro (bip) e logo em seguida parar; repita a operação invertendo agora os terminais do capacitor colocando a ponta vermelha no terminal negativo e ponta preta no positivo e perceba que também haverá um aviso sonoro (bip) que logo cessará.
Esse procedimento nos indica que o capacitor está fazendo a função ao qual foi projetado, armazenado cargas elétricas e descarregando as mesmas.
DIODOS: O diodo é um dispositivo ou componente eletrônico composto de um material semicondutor de silício ou germânio numa película cristalina cujas faces opostas são dopadas por diferentes gases durante sua formação (elétrons e lacunas).
Existem dois tipos de diodos o Retificador e o Zener, ambos possuem polaridade em sua aplicação na placa para que façam a suas funções.
Como Testar um Diodo?
Internamente o diodo tem uma barreira (zona de depleção) que separa os dois elementos, essa barreira faz com que se tenha uma queda de tensão quando o diodo é polarizado diretamente (como a imagem acima), essa queda de tensão pode variar de diodo para diodo, e também do material que é feito (silício ou germânio). Generalizando quando formos testar o componente, a medida ideal é que o valor fique entre 0,2v a 0,8v (utilizando o multímetro na escala de semicondutores).
OSCILOSCÓPIO: O osciloscópio é um equipamento essencial para algumas análises automotivas, inclusive no reparo de centrais eletrônicas, pois com ele é possível fazer diagnósticos quanto ao tráfego de sinais elétricos no circuito elétrico.
Por exemplo: com ele podemos identificar se o processador está enviando o pulso de disparo de uma bobina, se esse pulso está saindo do componente responsável e se está chegando até o conector do bocal da Central.
Vejamos agora como podemos utilizar o osciloscópio e quais são seus ajustes mais importantes. Com esse entendimento será possível interpretar qualquer sinal em qualquer osciloscópio.
INTERPRETANDO O OSCILOSCÓPIO
Antes de fazer a leitura dos parâmetros da forma de onda medida, temos de verificar qual é o valor do ajuste da base de tempo e da escala de tensão que estão configuradas. No exemplo a seguir temos:
BASE DE TEMPO: é igual 10 ms por divisão. Significa que a varredura horizontal leva 10 ms para varrer o espaço de uma divisão horizontal da tela.
ESCALA DE TENSÃO: 5 V por divisão. Significa que uma variação de 5 V no sinal de entrada corresponde a uma divisão vertical da tela.
Como podemos observar no dia a dia, os veículos estão em constante evolução. Os sistemas elétricos e mecânicos estão cada vez mais complexos, tornando-se indispensável o conhecimento aprofundado nessas áreas. E o mecânico, em meio a toda essa evolução, deverá acompanhar a tecnologia, profissionalizando-se e especializando-se ainda mais nesse ramo, para então poder se tornar um técnico automotivo. Pois só assim conseguirá acompanhar o mercado!
Enfim, todas essas tecnologias da eletrônica embarcada já estão batendo em nossa porta e, quem estiver melhor preparado para atendê-las, com certeza sairá na frente e se tornará referência no mercado!