Faltando ainda quatorze meses para se iniciar o prazo de submissão de redução de emissões e de consumo, montadoras e importadoras que se habilitaram ao Inovar-Auto (programa de incentivo à inovação tecnológica e adensamento da cadeia produtiva de veículos automotivos) promoveram avanços significativos às tecnologias de motores a combustão, de eletrônica embarcada, redução de coeficiente aerodinâmico, pneus verdes, entre outros. Os veículos híbridos e elétricos, no entanto, não foram muito considerados no cumprimento de metas de eficiência energética. Ricardo Guggisberg, presidente da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) reuniu a imprensa automotiva esta semana em São Paulo, para falar sobre o atual quadro de desenvolvimento do mercado brasileiro de veículos híbridos e elétricos. Na entrevista ele também comentou sobre a 1ª edição do movimento paulistano do veículo hibrido e elétrico, que acontece no dia 27 de agosto – do Paradiso ao Pacaembu, e sobre a 12ª edição do salão latino-americano de veículos elétricos, novas tecnologias e componentes, que será realizada entre os dias 1 e 3 de setembro, no pavilhão amarelo do Expo Center Norte. “Entendo que as montadoras que se habilitam ao Inovar-Auto, em sua maioria, vão conseguir reduzir o consumo energético compulsório de seus produtos, de 12,08%, o que proporciona crédito presumido de até 30 pontos percentuais do IPI, por meio de introdução de novas tecnologias como downsizing de motores, turboalimentadores, redução de coeficientes aerodinâmicos, injeção direta, start-stop, cilindre desativation, redução de peso, pneus verdes, entre tantas outras”, analisa Guggisberg, para quem o Brasil está se distanciando da tendência dos principais polos produtivos e mercados automotivos internacionais. O presidente da ABVE reconhece a atual predominância dos motores à combustão - que atualmente são responsáveis mundialmente por cerca de 95% dos veículos comercializados. Destes, apenas 5% são híbridos ou elétricos. No Brasil, em 2015, foram emplacados 846 veículos híbridos e elétricos, o que significa 0,00042% dos 2.017.639 automóveis licenciados. “Esses dados mostram claramente como os híbridos e elétricos podem contribuir com as metas adicionais de 15,46% e 18,84% em eficiência energética do Inovar-Auto, que proporcionam créditos presumidos de mais 1 e 2 pontos percentuais no IPI, sem agredir a participação dos motores à combustão, mas de grande valia à sociedade e ao meio ambiente”, enfatiza Ricardo Guggisberg.