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O Google divulgou mais um balanço a respeito do seu projeto de desenvolvimento de carros autônomos e apontou o comportamento dos motoristas, que confiam na tecnologia muito rápido, aumentando o risco de acidentes como uma das preocupações durante o desenvolvimento da tecnologia.
Desde 2012, os carros da empresa á rodaram 2.040.822 km em modo 100% autônomo e mais 1.510.564 km conduzidos por motoristas (funcionários voluntários filmados durante todo o trajeto).
Os coordenadores do projeto querem entender não somente como os carros reagem a situações inesperadas, mas também como os passageiros se comportam. Por isso, esses voluntários se comprometeram a manter atenção constante, mesmo quando o carro estivesse em modo totalmente autônomo, mas o resultado não foi muito positivo.
“As pessoas não prestaram atenção [no trânsito] como deveriam. Nós vimos alguns comportamentos desastrosos, incluindo um motorista que se virou para procurar o laptop no banco de trás para carregar seu celular – enquanto viajava a 100 km/h em uma rodovia! Nós observamos a natureza humana: as pessoas confiam muito rapidamente na tecnologia quando ela começa a funcionar”, relata o balanço.
Assim os pesquisadores chegaram à conclusão que de além de se preocupar em desenvolver os sensores e códigos de computador que evitarão acidentes, precisam encontrar maneiras de garantir que os motoristas fiquem sempre atentos.
“Os testes nos fizeram optar por desenvolver carros que podem se dirigir de um ponto a outro sem intervenção humana. Todos pensam que fazer um carro dirigir por conta própria é difícil. E é. Mas, acreditamos que isso é tão difícil quanto fazer as pessoas prestarem atenção quando estão distraídas ou cansadas”.
Os carros autônomos da empresa ainda estão em fase de testes e a equipe de desenvolvimento aproveitou o Dia das Bruxas para realizar um teste inusitado. Eles convidaram crianças a circular pelos campos de prova usando fantasias, com o objetivo de analisar se os carros conseguiriam identificar uma pessoa, mesmo que completamente coberta por trajes estranhos. O Google garante que os carros ficaram completamente estacionados, já que a intenção era testar apenas o funcionamento dos sensores, e que o comportamento das crianças precisa ser estudado com mais profundidade. “Nós ensinamos os nossos carros a dirigir com mais cautela perto de crianças. Quando os sensores detectam crianças – fantasiadas ou não – nas proximidades, o software entende que elas podem agir de diferentes maneiras”.
Durante todo o mês de outubro, nenhum dos 48 carros em testes do Google se envolveu em acidentes, completando dois meses seguidos sem registrar colisões. Entre abril a agosto sete acidentes foram relatados, mas todos em baixas velocidades e causados por outros motoristas, segundo documentos oficiais da empresa.