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3º Painel Asdap debate sobre o setor de reposição independente


Foram 160 participantes em palestras, painéis e debates sobre o mercado automotivo brasileiro

Por: da redação - 12 de maio de 2016

 
A Associação Sul-Brasileira dos Distribuidores de Autopeças promoveu, no último dia 9, o 3º Painel Asdap. “Se o atual cenário político e econômico do País nos entristece e nos desmotiva, que possamos nós mesmos nos servir de inspiração para sermos cada vez melhores, porque somos maiores do que tudo isso. E a prova disso está aqui, nesse encontro de mais de 160 pessoas interessadas em arregaçar as mangas, trabalhar, trocar experiências e fazer a diferença”, disse Henrique Steffen, presidente da Asdap, em seu pronunciamento. O evento foi realizado na Macro Office (Rua Piauí, 183), em Porto Alegre (RS). A palestra “O potencial de mercado na região Sul do País – a frota circulante e suas principais características”, com Danilo Fraga, analista de Marketing da empresa Fraga Serviços de Marketing, abriu o ciclo de debates. A fala do analista mostrou informações de vendas de veículos leves para o mercado interno desde 1995 e projeções até 2020, além de dados gerais da frota brasileira de carros, caminhões, motocicletas, ônibus, máquinas agrícolas e rodoviárias. Ele também apresentou gráficos com as evoluções da frota de veículos leves por faixa de idade, do crescimento da frota e consumo de combustível e do mercado de autopeças leve por região do Brasil. O painel “É hora da reposição independente” teve participação de três representantes da indústria automotiva: Jorge Schertel, presidente do Grupo Affinia, que passa a se chamar Nakata; Edvaldo Ricardo S. de Souza, gerente de Marketing e Vendas da Mahle; e Claudio Doerzbacher, CEO da Gauss. Os três falaram sobre a percepção da indústria em relação ao cenário econômico atual, reposição independente, além de sugerir maneiras de transformar desafios em oportunidades.
 
“O momento agora é de cautela. A frota realmente está crescendo, mas o nosso problema não é o crescimento da venda, é vender certo. Hoje, estou muito mais preocupado com o cliente de vocês do que com vocês que estão nesta sala” disse Jorge Schertel, afirmando que não é hora de ter um estoque maior. “A situação ainda vai complicar um pouco mais até começar a melhorar. Devemos nos precaver, guardando uma posição financeira sólida.”
 
Já Claudio Doerzbacher declarou que “diante de tantas dificuldades, tende a ser mais eficiente quem tem mais facilidade para se adaptar às mudanças”, destaca. “A hora é, sim, da reposição independente, porque essas dificuldades exigem que a gente consiga ser mais eficiente e entregar lá na ponta, para o consumidor e para o montador que irá atendê-lo, uma condição que atenda ele do ponto de vista econômico. Vejo o pessoal do mercado de reposição independente mais bem posicionado para isso.”
 
Sobre transformar os desafios em oportunidades, Edvaldo Ricardo S. de Souza comentou: “Primeiro é uma questão de qualificação, que é um papel muito maior do fabricante, como forma de proteger o aftermarket. Depois, a gestão de custos, que é uma questão para a qual todas as empresas devem olhar com muito cuidado. Custo é que nem unha, tem que cortar todo dia. Tem também a questão da diversificação, ou seja, quanto eu posso agregar ao meu negócio e faturar menos para minimizar o custo fixo. Por fim, e não menos importante, o foco no caixa”.
 
Cezar Bresolin, jornalista e comunicador do Grupo Bandeirantes, fez a mediação dos debates.
 
No encerramento, Cassio Hervé, presidente do Grupo Oficina Brasil, falou sobre “Mercado de reposição automotiva, um porto seguro na crise?”. Segundo ele: “O aftermarket brasileiro está vivendo e viverá os melhores momentos de sua história, pois reproduzimos aqui, com maior ênfase, uma vez que a nossa frota é mais jovem do que era a dos Estados Unidos em 2009, o crescimento sólido do pós-venda que será absorvido na maior escala pela rede independente de oficinas”, constatou. “Para ilustrar de onde vem a força do aftermarket e sua resiliência nos períodos de crise, basta extrapolarmos nosso cenário para o que ocorreu em Cuba. Se a indústria automotiva brasileira encerrar suas atividades, nossas 76 mil oficinas, a cada ano, terão mais serviços e mais peças serão consumidas!”