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Conheça em detalhes o relé de distribuição de carga da motocicleta Honda CG 150


Acompanhe nesta matéria o princípio de funcionamento, procedimento de diagnóstico das falhas mais frequentes e rotina de testes do sistema

Por: Paulo José de Sousa - pjsou@uol.com.br - 16 de agosto de 2016

A aplicação do relé em circuitos elétricos não é tão novidade assim, mesmo nos sistemas mais simples já era utilizado nas décadas passadas, mas ainda há reparador que não compreendeu a função daquela “caixinha preta” na fiação da motocicleta.

Nos veículos mais populares como uma motocicleta de baixa cilindrada, as preocupações dos fabricantes estão focadas na segurança, eficiência e simplicidade de manutenção. Normalmente a motocicleta não conta com opcionais eletrônicos modernos como nos modelos de alta cilindrada, mas utiliza um “emaranhado” de fios e conexões elétricas que interligam os diversos componentes do sistema eletroeletrônico. 

Graças ao relé alguns metros de fios e conectores foram economizados e os circuitos foram simplificados, facilitando assim o compartilhamento de informações entre o módulo de controle do motor (ECM) e os demais componentes do sistema. 

Foto 1
Foto 2
O mecanismo está presente no sistema PGM-FI (imagens 1 e 2) da motocicleta Honda CG 150, está localizado bem próximo ao módulo do motor, a peça não costuma apresentar defeito, por isso, pouco se fala sobre o componente, mas na hora da pane os sintomas podem confundir a cabeça do mecânico e, durante o diagnóstico o reparador poderá perder muito tempo percorrendo o caminho mais longo até a elaboração do serviço.

Funcionamento do relé

Em uma definição simples, o dicionário da engenharia elétrica diz que:” alguns relés são usados como interruptores para ligar ou desligar um equipamento”, no nosso caso o relé é um interruptor eletromecânico, sua movimentação de fazer o contato mecânico abrindo e fechando, ou seja, ligando e desligando um circuito, ocorre quando uma corrente elétrica  proveniente da chave de ignição cria um campo magnético ao percorrer  uma bobina interna. (imagem 3).

Foto 3
Foto 4
Ao ligar a chave de ignição o pino “7” do ECM (imagem 4 )  faz o aterramento da bobina do relé, ao ser eletrizado o circuito interno do relé faz uma ponte entre o regulador/ retificador e o contato da ignição, nesta condição a bateria da motocicleta é carregada durante o funcionamento do motor. Panes no relé implicam no funcionamento irregular do sistema de injeção eletrônica, ocasionadas pela falha no sistema de carga da bateria.

Diagnósticos de falhas no sistema 

Entre os problemas que ocorrem, os mais comuns são originados pelas falhas de contato que podem ser provocadas pelas folgas nos conectores ou também as oxidações. Nos diagnósticos, a prática mais produtiva é aquela que visa a eliminar as possibilidades de falhas de contato e posteriormente analisar o relé e as demais peças respectivamente, efetuando testes de continuidade entre todos os componentes interligados ao relé.

Veja a sequência de itens que devem ser analisados:

• Conector do ECM; 

• Fiação principal;

• Conexão do regulador/retificador;

• Conexão do relé;

• Bateria; 

• Fusível da bateria;

• Relé de distribuição de carga;

• Interruptor da ignição;

• ECM;

• Regulador/retificador;

• Alternador. 

Teste do relé de distribuição de carga

1. Inspeção do relé:

Teste: continuidade entre os terminais do relé de distribuição de carga.

O teste proposto para o relé está baseado em promover a energização da bobina interna para fechar o circuito. 

Instale uma bateria entre os terminais “C” e “D”, (não há necessidade de seguir a polaridade +/- ), no diagnóstico é comum ouvir um ruído proveniente do contato interno do relé, verifique a continuidade nos pontos “A” e “B”, substitua o relé se não houver continuidade entre os terminais. (imagens 5 e 6)

Foto 5
Foto 6

2. Inspeção do circuito: regulador/retificador – relé de distribuição de carga

Teste: Voltagem (V) regulada

Observação: interruptor de ignição ligado

Conexão do multímetro: (+)  fio vermelho/amarelo  (-)  no chassi

Resultado padrão: há voltagem (V) igual à bateria 

 

3. Inspeção do circuito: regulador/retificador – relé de distribuição de carga

Teste: Voltagem (V) regulada

Conexão do multímetro: (+)  fio vermelho/branco  (-)  no chassi.

Observação: veja se o fusível está em condições de uso.

Resultado padrão: há voltagem (V) igual à bateria.

 

4. Inspeção do circuito: interruptor de ignição, regulador/retificador – relé de distribuição de carga.

Teste: Voltagem (V) regulada.

Observação: interruptor de ignição ligado.

Conexão do multímetro: (+)  fio vermelho (com o relé)  (-)  no chassi.

Resultado padrão: há voltagem (V) igual à bateria.

 

5. Inspeção do circuito: regulador/retificador – linha da bateria

Teste: Voltagem (V) regulada.

Observação: testar no conector do regulador/ retificador desligado.

Conexão do multímetro: (+)  fio vermelho/branco  (-)  no chassi.

Resultado padrão: há voltagem (V) igual à bateria. 

 

6. Inspeção do circuito: ECM – relé de distribuição de carga.

Teste: continuidade.

Observação: interruptor de ignição ligado.

Conexão do multímetro: (+)  amarelo/verde  (-)  no chassi

Resultado padrão: deve haver continuidade.