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Bomba de combustível de motocicleta as panes continuam


REMOVER SUBTITULO MATERIA NÃO PUBLICADA

Por: Paulo José de Sousa - 13 de fevereiro de 2012

O assunto bomba de combustível já foi abordado, mas ainda é um tema muito polêmico, que merece ser revisto diante de tantas dúvidas, protestos e reclamações registrados na internet. Por um lado, alguns usuários estão insatisfeitos com a motocicleta devido a pane no sistema e responsabilizam o fabricante, colocando em xeque a qualidade do produto e também da assistência técnica. Por outro lado, o reparador e o fabricante se defendem, responsabilizando o combustível utilizado. Afinal, a responsabilidade é de quem?

 

Nesta edição vamos entender como funciona a bomba que envia combustível pressurizado na quantidade necessária ao(s) bico(s) injetor(es). Em sua maioria está dentro do tanque, imersa no combustível junto ao sensor de nível, por isso é chamado de sistema “in-tank”.

O trajeto que o combustível faz do reservatório até o motor é conhecido como linha de combustível, que, em sua maioria, é composta de tubulações, regulador de pressão, bico injetor etc.

 

Pressão da linha de combustível

 

A pressão do combustível é controlada mecanicamente, mas a bomba, como um atuador, não é capaz de verificar e regular a pressão, por isso é necessário um regulador no circuito do combustível. O dispositivo, que nas motos mais simples está integrado à bomba e nas motos mais sofisticadas está fora do reservatório, em ambos os casos têm a função de ajustar e compensar a pressão durante a abertura e fechamento do bico injetor. Este papel é fundamental para evitar flutuações de pressão, assegurando um fornecimento do volume necessário de combustível ao motor.

As motocicletas Yamaha Fazer 250 mais antigas são equipadas com um amortecedor de pulsação que também é conhecido como “amortecedor de pressão” na linha de combustível. O componente não está presente nas demais motos. Ele foi substituído por uma mangueira de combustível com flexibilidade suficiente para absorver a oscilação das pressões e suavizar os golpes do combustível próximo à região do bico injetor e reduzir ruídos vindos do movimento de abrir e fechar do injetor, evitando possíveis alterações no fornecimento do combustível do motor.

Nas motocicletas não existe um padrão de pressão de combustível. Cada modelo trabalha com uma pressão segundo um projeto de fábrica, que pode variar entre 250kPa /cm² ~324 kPa/cm² equivalente a 2,5 kgf/cm² ~ 3,24kgf/cm² ou 36,3 psi ~ 46,1 psi

A pressão do combustível proporciona vantagens quanto à vaporização e mantém a alimentação uniforme, mas exige que os componentes da linha sejam robustos, a fim de suportar a alta pressão, que deve ser a mesma em todas as rotações do motor. Isso, para que o volume de combustível injetado seja o adequado e garanta uma mistura correta, otimizando sua atomização através do orifício de saída do bico injetor.

Caso haja alguma pane na bomba e no regulador de pressão, o volume de combustível será alterado para mais ou para menos ou não irá chegar ao motor. Portanto, a motocicleta poderá falhar ou até deixar de funcionar e não adianta dar tranco.

É importante saber que, ao ligarmos a chave de ignição da moto, é normal ouvirmos um ruído característico da bomba, proveniente do interior do reservatório de combustível. Este ruído aumenta conforme a quantidade de combustível disponível diminui, algo que é comum para o sistema, pois a bomba está pressurizando o combustível da linha para facilitar a partida do motor, eliminando um possível vazio da tubulação. O processo de pressurização prévia tem um tempo definido pela central eletrônica – ECU estimado em 5 (cinco) segundos. As bombas de combustível de modo geral também são equipadas com uma válvula de retenção, para evitar o retorno de combustível no funcionamento e, quando o motor está desligado, para assegurar uma pressão residual.

 

Acionamento da bomba

 

Basicamente o acionamento pode ser feito de duas maneiras. A ECU fornece um pulso elétrico e liga o relê da bomba e em seguida a bomba recebe a tensão do relê. Para os modelos XTZ 250 Lander e YS Fazer 250 da Yamaha, não há relê da bomba de combustível. Neste caso, a ECU faz o acionamento direto da bomba; para ambos os casos, o propulsor da bomba é alimentado por uma tensão contínua igual à da bateria, que impulsiona o combustível até o bico injetor. Por isso é recomendável sempre manter a bateria em boas condições de uso.

É bom saber que a ECU somente envia sinais de atuação, mas não tem como avaliar a pressão do combustível.

Mas se, ao ligarmos a chave de ignição da motocicleta, o ruído estiver lento, muito baixo, muito alto ou como se estivesse moendo uma peça, é sinal de falha e neste caso é necessário revisar a bomba ou o sistema.

 

Diagnóstico do funcionamento da bomba

 

Sintomas e causas

 

Ruído anormal na bomba de combustível:

Como mencionado anteriormente, o ruído do funcionamento da bomba pode ser ouvido sem a necessidade de ligarmos o motor da moto; basta ligar a chave de ignição e aguardar, que a bomba irá dar início à pressurização do combustível, mas este não é um diagnóstico 100% seguro. Existe a possibilidade de a bomba estar com desgastes internos e, por conta disso, a pressão da linha estar baixa, consequentemente reduzindo o volume de combustível fornecido ao motor. Concluindo: este diagnóstico só é viável para algumas panes elétricas da bomba ou no circuito elétrico de acionamento.

A recomendação de diagnóstico seguro para panes mecânicas é certamente a aplicação do manômetro de pressão de combustível, que é a ferramenta para aferir a pressão na linha de combustível, apontando valores de pressão excessiva ou baixa pressão de combustível. Os dois casos indicam panes e são prejudiciais para a condução da moto, ocasionando falhas no funcionamento, aumento nas emissões de poluentes ou até danos no motor.

 

Vazão da bomba de combustível

O diagnóstico do volume de combustível fornecido pela bomba também faz parte das análises que devem ser observadas. No manual de serviços de cada modelo, há a informação do volume de vazão de combustível. Basta desconectar a mangueira que liga a bomba ao bico injetor, ligar a chave da motocicleta e coletar o combustível num recipiente com graduações durante um tempo determinado e, em seguida, medir o volume e comparar com a tabela do fabricante.

 

Nível de combustível baixo

A localização da bomba de combustível dentro do reservatório está sempre no ponto mais baixo do tanque. Levando em conta sempre a mínima quantidade de combustível capaz de alimentar o motor em todas as condições de uso, inclusive para as motocicletas de uso misto, a bomba de motocicleta tem seu tamanho compacto devido às dimensões e à complexidade do formato do tanque da moto.

O motor elétrico da bomba é arrefecido pelo combustível e nesta condição não há riscos de explosões.

Os fabricantes das motocicletas produzem peças resistentes à corrosão do álcool contido na gasolina ou álcool puro que abastece as motocicletas flex. Porém, as oficinas recebem diariamente motocicletas com algumas panes ocasionadas por corrosão, entupimento e travamento das bombas de combustível. Não se pode provar, mas tudo sugere que seja a ação do combustível de baixa qualidade.

Um cuidado que se deve recomendar ao usuário é não deixar o combustível acabar, para que não haja riscos de entrar ar no circuito, que certamente irá dificultar a próxima partida após o abastecimento do tanque. O uso frequente do nível excessivamente baixo do combustível pode interferir diretamente na vida útil da bomba.

O álcool é muito mais agressivo que a gasolina e pode ocasionar emperramento e corrosão no motor elétrico da bomba, que foi projetada para funcionar somente com gasolina.

As motocicletas que entram no país por importadores independentes podem não estar com suas bombas adequadas para a gasolina nacional. Portanto, são mais sensíveis à corrosão e ao travamento.

 

Pane seca nas motocicletas bicombustíveis

Para as motocicletas MIX e FLEX

Se o combustível acabar durante a condução da motocicleta, a orientação do fabricante é que seja abastecida com 50% de gasolina. A dosagem é feita diretamente no reservatório. Após alguns minutos de funcionamento, a ECU irá ajustar a mistura no padrão adequado para o bom funcionamento.

 

Principais panes que podem ocorrer na bomba de gasolina

 

Bomba não funciona

Causa provável: motor elétrico queimado, bomba travada, ECU com defeito, pane no circuito elétrico da motocicleta, circuito elétrico de acionamento da bomba com defeito, fusível queimado, interruptores gerais com defeito, tensão da bateria muito baixa e, para alguns modelos, relê com defeito.

 

Pressão excessiva na linha de combustível

Causa provável: falha no regulador de pressão da linha de combustível, mangueira de combustível prensada ou tensão excessiva da bateria seguida de falha no regulador de pressão.

 

Pressão baixa na linha de combustível

Causa provável: falha no regulador de pressão da linha de combustível, falha na vedação entre bico injetor e tubulação, bico injetor com deficiência na vedação, mangueira de combustível danificada, conexões da mangueira e bomba com vazamentos, filtro de gasolina obstruído, baixa tensão na bateria e nível de combustível muito baixo.

 

Cuidados nos testes ou na substituição da peça

 

• Normalmente, o acesso à bomba é por baixo do tanque de combustível e, por ser uma região crítica, exige a máxima atenção durante o manuseio ou na substituição da peça.

 

• Esteja atento durante a instalação do tanque na motocicleta, para que as mangueiras não fiquem dobradas. Ao substituir a bomba, troque o anel de vedação a fim de que não haja vazamentos de combustível, evitando assim o risco de incêndio.

 

• Após executar o serviço, certifique-se de que os conectores das mangueiras e da fiação estejam bem encaixados.

 

• O manômetro utilizado deve estar em boas condições de uso e preferencialmente as escalas deverão estar na mesma unidade do manual da moto; do contrário, providencie a conversão.

 

• Algumas bombas possuem a base da carcaça de material plástico muito sensível; por isso tenha cuidado ao remover ou encaixar a tubulação, evitando assim a quebra da peça.