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Na edição passada comecei a falar de um tema que ainda há muito a ser discutido, pois quanto mais oficinas eu visito, percebo que o assunto precisa ser debatido com calma e objetividade.
Já faz tempo as montadoras têm investido em novas tecnologias com dois objetivos: o primeiro é reduzir custos, não para que o carro se torne um bem mais barato para o consumidor, mas, sim, para que seja um produto mais lucrativo. É a tecnologia a favor do capitalismo.
O outro motivo é para que o automóvel seja a prova de falhas ocasionadas por erros do condutor. Em outras palavras, que quebre menos, mesmo que o motorista insista no erro. É a tecnologia a serviço da durabilidade, da preservação do bem.
Por exemplo: antigamente, quando ocorria algum problema com o sistema de arrefecimento e o carro esquentava além do limite, se o condutor não parasse o veículo corria-se o risco de o motor fundir. Hoje, antes que esse limite seja atingido, é dado um alerta ao motorista e, mesmo que ele insista em manter o carro ligado, é impedido por um dispositivo eletrônico de segurança que corta a injeção de combustível. Moral da história: o motor não funde e isso gera economia para o dono do carro.
Neste sentido, não há limites para eletrônica. Mas, ao mesmo tempo, é preciso ficar atento e realizar as manutenções em dia. O sistema de freios é um dos que mais necessitam de cuidados atualmente, principalmente aqueles que apresentam dispositivos como ABS (antibloqueante), EBD (distribuição eletrônica de peso), ESP (controle de estabilidade), ASR (controle de tração), hill holder (assistência em aclives), AFU (ajuda a frenagem de urgência) e freio elétrico de estacionamento, tudo interligado a sensores e módulos que operam em conjunto para garantir o máximo de segurança possível. Agora imagine discos e pastilhas gastas além do limite, ou fluido vencido. Pronto. Toda essa tecnologia não serve mais para nada.
Propulsão
Os motores estão mais duráveis e eficientes, consomem menos, emitem menos gases poluentes, mas necessitam de combustível de melhor qualidade, consequentemente mais caros. Alguns modelos populares como o Fiat Uno 1.4l utilizam comando variável eletro-hidráulico, que tem como base de funcionamento o óleo motor, o que o torna bastante sensível aos períodos de troca.
Por falar em lubrificante, quero deixar registrado e-mail recebido pelo leitor que se identificou como jrmalheiro, que fez o seguinte comentário: “O futuro está nas mãos dos reparadores automotivos, a redução efetiva da emissão dos gases veiculares está na mão do profissional executor de serviços e procedimentos. O profissional do futuro não está distante do profissional atual; a diferença é as regras e normas que ele irá seguir. Regras estas de domínio público, conceitos básicos de uso de um veículo (montadora, reparador e usuário falando a mesma linguagem, simplificada e objetiva). Reduzir as emissões de gases veiculares é uma atitude que envolve usuário e reparador.”
E, continua: “Devemos lembrar que regras e normas até então deixadas de lado podem ser a solução para inúmeros problemas; o lubrificante por exemplo é responsável por ‘durabilidade, performance, consumo e emissões de gases’. O assunto inspeção veicular ambienta é polêmico para quem não entende a finalidade do exame: confirmar o controle em que o motor foi projetado (uma alteração técnica quebra este controle). Entre as regras e normas que o mercado não está cumprindo atualmente é o respeito às especificações. O Palio só é Economy quando usa lubrificante SAE 5w30, se usar SAE 15w40 deixa de ser Economy.”
Fiz questão de publicar esta mensagem pois resume, em partes, o recado que quero dar nesta edição. As montadoras têm trabalhado cada vez mais para tornar os veículos melhores, mais bonitos, eficientes, econômicos, duráveis, e para isso contam com centenas de milhões de recursos financeiros para investir em tecnologia, e o reparador deve respeitar isso, pois assim garante também a própria sobrevivência.
A tecnologia tem ajudado a afastar a manutenção corretiva da oficina, que é bom para o consumidor e, de certa forma, bom para o reparador também. Assim, é preciso fomentar a cultura da manutenção preventiva, pois em breve, somente haverá reparo corretivo em caso de falha muito grave do motorista ou mesmo do mecânico. Nosso leitor jmramalho já se deu conta disso. E você?