Quando abri minha oficina, achava — inocentemente — que bastava ter uma boa caixa de ferramentas, um macaco jacaré, um compressor, um scanner... e saber consertar carros. E nisso eu era bom. Defeito difícil era comigo mesmo. O que eu não sabia é que o maior desafio não seriam os carros. Seriam as pessoas. Eu era bom de chave e scanner, mas péssimo com números. Não fazia ideia se a oficina dava lucro. Não acompanhava nada: faturamento, ticket médio, índice de garantia, fluxo de caixa, capital de giro, nada. Conciliação bancária, então? Pra mim, era coisa de outro mundo — ou, pra falar a língua do mecânico, era mais difícil consertar um Marea sem manual. Trabalhava muito, vivia no limite. Nunca tinha segurança para fazer uma conta, comprar uma ferramenta nova ou investir em algo maior. Quando precisava de um empréstimo, esperava quitar o antigo e pegar outro no mesmo valor. Se eu estava dando conta até aqui, achava que ia continuar conseguindo. Só que a conta não fechava. Um dia, cansado de ver o dinheiro escorrer pelos dedos — e olha que não era pouco, como já vimos em várias matérias aqui do Jornal Oficina Brasil — eu respirei fundo e encarei a realidade. Minha oficina faturava. Mas quem lucrava era o caos. Foi ali que comecei a mudança. E não foi por causa de um curso milagroso, uma planilha mágica ou uma dica de guru. A virada começou quando eu parei de apagar incêndio e comecei a fazer gestão de verdade. A partir daquele momento, deixei de ser só o “mecânico responsável” e comecei a me tornar gestor de oficina. Desde então, minha missão mudou: quero que todo dono de oficina entenda que o negócio dele pode — e deve — ser uma fonte de lucro, orgulho e paz. Mas isso só acontece quando ele assume o volante da gestão. É isso que eu vou compartilhar com você aqui nesta coluna: Sem romantismo. Porque a oficina não é só onde se consertam carros. É onde: Donos transformam suas vidas financeiras Famílias seguem viagem com seus carros seguros Mecânicos prosperam com dignidade Clientes recuperam a confiança E até os B.O.s das montadoras, a gente resolve A oficina é onde vidas se transformam. Pra você entender como vão ser nossos encontros aqui no Oficina Brasil, já vou deixar duas ações práticas, simples e poderosas, que você pode aplicar antes mesmo do próximo artigo. Reserve 15 minutos e anote: Quantos carros entraram Quanto foi faturado O que saiu em garantia, cortesia ou serviço não pago Isso vai te mostrar se você está trabalhando com direção — ou só rodando no automático. Sem isso, não tem como crescer — e nem sobra dinheiro no bolso. Mesmo que seja só você e mais um colaborador. O que funcionou bem essa semana? O que atrapalhou ou gerou retrabalho? O que podemos fazer diferente na próxima? Essa conversa previne conflitos, melhora o clima e mostra que você está liderando — não só mandando.“ASSUMA O VOLANTE DA SUA OFICINA — E DA SUA VIDA”
Gente de todo tipo: cliente, funcionário, fornecedor... e, no fim das contas, eu mesmo.
A cabeça não descansava.
E o caos da desorganização me assombrava todo dia.QUEM LUCRAVA NA MINHA OFICINA ERA O CAOS
A GESTÃO MUDA TUDO
os bastidores reais da vida nas oficinas.
Sem fórmula pronta.
Mas com um compromisso: provocar reflexão e ação.
E a primeira vida que precisa mudar é a do dono.MÃO NA MASSA: DUAS AÇÕES PARA COMEÇAR AGORA
1. RAIO-X DA SEMANA — Toda segunda-feira cedo
2. REUNIÃO RÁPIDA — Um dia fixo com sua equipe
Escolha um dia fixo da semana e pergunte: