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A nova geração de veículos nacionais e importados utiliza cada vez mais o corpo de borboletas eletrônico, prova de que o sistema veio para ficar
O cabo de acelerador foi um item largamente utilizado em veículos carburados e injetados até os anos 90. Nesta última década pudemos conferir diversos lançamentos de veículos com o acionamento da borboleta de aceleração comandada eletronicamente. Os primeiros modelos nacionais a contar com a tecnologia foram Fiat Palio 1.3 16v (sistema Drive-By-Wire que traduzindo significa "comandado por fio") e o Gol Mi que ainda possuía cabo de acelerador, porém a marcha lenta era controlada eletronicamente através da abertura da borboleta. Um potenciômetro localizado no pedal do acelerador completa o sistema, enviando tensão correspondente a ECU em acordo com a profundidade solicitada pelo condutor. Este valor será interpretado pela ECU e enviado ao corpo de borboletas.
Com o passar do tempo este sistema apresentou falhas e muitos reparadores condenaram o corpo de borboleta eletrônico sem a total certeza se o problema surgia do equipamento.
Para auxiliar no perfeito diagnóstico, estão disponíveis para comercialização os aparelhos de teste do corpo de borboletas eletrônico. A Kitest possui o modelo KA-029 e a Plana TC o modelo Boby.
Em ação
O membro do conselho editorial do jornal Oficina Brasil, Amauri Cebrian Domingues Gimenes, da Vicam Centro Automotivo, empresa situada no bairro da Mooca em São Paulo, afirma que recebeu veículos com o problema no corpo de borboleta, vindos de outras oficinas, aonde os respectivos técnicos não souberam diagnosticar a origem do problema. Isso prova a real necessidade da oficina possuir o aparelho, visto a economia de tempo e assertividade no diagnóstico.
Por dentro do corpo de borboletas eletrônico, produzido em liga leve, existem basicamente os seguintes itens: conector plástico, motor elétrico (com pulso de 0 a 5 volts), engrenagens, pistas, coletores de pistas, mola de tração ou retorno, placa, tampa plástica e junta. (Vide imagem Mi)
O corpo é um misto de sensor e atuador, pois ele informa a ECU o ângulo de abertura e recebe alimentação para abrir ou fechar, em respeito ao comando do pedal do acelerador.
Quando ele apresenta problemas, este pode ser permanente (impedindo a aceleração do veículo) ou intermitente, suspendendo a aceleração em momentos pontuais.
A peça chave de um corpo são as pistas internas. Elas trabalham em contato com o coletor, transmitindo os valores de voltagem em acordo com o percentual acelerado. Elas estão em par por dois motivos: melhor precisão na aferição e como segurança, pois se uma apresentar falhas, o corpo continua a funcionar, porém com a luz de anomalia da injeção acesa no painel.
Obs: Para a realização do teste, o corpo de borboletas deverá estar fora do veículo, em bancada.
No modelo da Kitest o usuário tem condições de efetuar a análise de maneira manual. O da Plana TC dispõe de análise manual e automática, com led indicador de anomalia.
Leds das Pistas
Ambos aparelhos de teste possuem leds indicadores da tensão aplicada em cada pista e a escala vai de 0 a 5 volts. Elas indicam a posição Atual das Pistas 1 e 2 simultaneamente. A vantagem de ler as duas pistas ao mesmo tempo, é que é possível comparar o sincronismo das duas, ou seja, quando uma está quase a zero, a outra deve estar quase a 5V. Esta tensão é inversamente proporcional. Ex: Teoricamente se a pista número 1 estiver com 3,5 volts de alimentação, a pista número 2 deverá estar com 1,5 volts e assim sucessivamente, sempre baseado na tensão normal de trabalho que é 5 volts (soma da tensão das duas pistas). Para saber no detalhe a tensão aplicada em cada pista, com o aparelho de testes conectado e ligado, basta identificar os fios de alimentação nas costas do plug do corpo de borboletas, com as pontas de um multímetro. Em seguida selecione a opção Volts DC. O valor exato da pista aparecerá no visor. Para saber a tensão da outra pista, aperte no aparelho de testes o botão que as inverte. Esta opção existe para comparar o sincronismo de abertura, fechamento e funcionamento em cada uma.
Os aparelhos acompanham diferentes cabos para conexão aos diversos veículos nacionais. Os modelos Classe A e Scénic possuem conectores diferenciados e os respectivos cabos são vendidos separadamente.
É de suma importância que a bateria do veículo esteja devidamente carregada e com amperagem idem, a fim de não influenciar na aferição.
Conclusão
O teste deve ser acompanhado de uma boa observação visual sobre o funcionamento, comportamento, e ângulo de abertura da borboleta de aceleração.
Além dos testes em bancada (teste de alimentação), o corpo de borboletas poderá apresentar também defeitos em função de alta resistência dos componentes internos, devido à temperatura de funcionamento do motor.
Para assistir o teste dos equipamentos no Youtube, acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=bigMECg3hQo&feature=related - (modelo Kitest)
http://www.youtube.com/watch?v=0VNRuYSkeP8 - (Plana TC)
Matéria da edição Nº217 - Março de 2009