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O que era segredo e especulação em setembro do ano passado, durante o lançamento do Fiat Linea, agora é notícia e realidade. O hatch compacto Punto T-Jet (o mesmo motor do Linea T-Jet) chega sem concorrência direta, por R$ 59.500. É o esportivo mais barato do mercado e possui elementos para se tornar um sucesso de vendas entre o público que busca adrenalina e potência.
Resta saber, no entanto, se esta nova geração de motores turbo terá sorte melhor do que as anteriores, que equipavam Uno, Tempra e Marea. Na teoria, eram excelentes carros, mas, na prática, difíceis de lidar, sob o ponto de vista da reparação. As principais reclamações eram (e ainda são, em alguns casos) peças de reposição, difíceis de encontrar e, consequentemente, caras, suspensão frágil e manutenção trabalhosa.
Mas, não cabe a nós adivinhar o futuro, e sim mostrar qualidades e defeitos dos lançamentos. Assim, o Punto T-Jet apresenta características de carro esportivo, na pele de compacto Premium, enriquecido com vasto pacote tecnológico e conforto na medida certa para o tamanho e preço do veículo.
Powertrain
O motor italiano T-Jet de 1.4 litro de 16 válvulas rende, com auxílio do turbocompressor de 1 Bar de pressão e intercooler, 152 cv de potência a 5.500 rpm e torque máximo de 21,1 kgfm atingido a 2.250 rpm e mantido até 4.500 rpm. No teste drive oferecido pela montadora, mostrou boa desenvoltura, com aceleração mais esperta do que o irmão maior e mais velho, Linea T-Jet.
Parte dessa esperteza é conseqüência direta do menor peso: são 1230 Kg do Punto contra 1305 Kg do Linea. Além disso, a Fiat informou ter ‘apimentado’ o Punto, para dar mais agilidade na arrancada.
Segundo a Fiat, o Punto T-Jet apresenta desempenho de 8,4 segundos na aceleração de 0 a 100 Km/h e velocidade máxima de 203 Km/h, com consumo de 12,3 Km/l na cidade e 16,4 Km/l na estrada (NBR 7024). O câmbio é manual, de cinco marchas à frente e uma à ré, com tração dianteira.
Sobrealimentação
O turbocompressor que equipa o Punto T-Jet é baixa inércia e oferece até 1 Bar de sobrealimentação. De fabricação japonesa, o IHI RFH3 é refrigerado a água, com carcaça de liga de ferro fundido à base de níquel. Por conta da presença do turbo, a FPT Powertrain Technologies equipou o motor com virabrequim em aço, pistões revestidos, bielas de aço fraturaras, pino flutuante e cargas de anéis otimizadas, para melhorar o consumo e garantir menores ruídos e vibrações.
O bloco do motor é produzido em ferro fundido. Já o sub-bloco, que aloja a árvore de manivelas, é de alumínio, com mancais em ferro fundido integrados. Segundo a FPT, o sistema de refrigeração adotado no novo bloco é otimizado com circulação em U, que apresenta maior vazão e proporciona resfriamento uniforme em todos os cilindros, além de contar também com módulo integrado de refrigeração de óleo (trocador de calor).
A junta do cabeçote é metálica e com multicamadas. Segundo a Fiat, essa solução garante a vedação em altas pressões de combustão, visto que o motor T-Jet apresenta taxa de compressão de 9,8 ± 0,2:1. O sistema de injeção de combustível é fornecido pela Bosch, do tipo multiponto seqüencial ME 7.9.10, com recurso que permite identificar falhas em qualquer sensor, e resguardar o motor em caso de sobrepressão do turbo.
De acordo com a Fiat, o gerenciamento realizado pela ECU que define o melhor tempo de injeção de gasolina e faísca nas velas (de platina e irídio) é feito a partir da leitura da temperatura do ar e da água, a pressão do turbo e a posição dos pistões dentro dos cilindros e do acelerador.
Suspensão
Por se tratar de um esportivo, a suspensão foi trabalhada de forma a proporcionar melhor estabilidade em curvas. Ficou mais firme. Infelizmente, o percurso proposto no teste drive não ofereceu condições favoráveis para averiguar o quanto o conjunto foi melhorado.
A montadora informa que todos os componentes da suspensão são novos. As molas, por exemplo, são menos flexíveis na dianteira (17%) e traseira (8%). Os amortecedores foram recalibrados em função das novas cargas de molas, e as barras estabilizadoras sofreram duas modificações, com objetivo de reduzir a inclinação lateral em curvas: a dianteira ganhou 1 mm no diâmetro (passou de 19 mm para 20 mm), e a traseira foi equipada com uma peça de 18,5 mm de espessura (os Punto aspirados não possuem essa peça).
Primeiras impressões
À primeira vista, o Punto T-Jet enche os olhos. É bonito, esportivo, chama atenção, apresenta excelente posição de dirigir, tem potência, tecnologia e preço competitivo na hora da aquisição.
Por conta de todas essas qualidades, deve apresentar também custo de manutenção compatível ao nível e quantidade de tecnologia embarcada, principalmente em peças de desgaste como pastilhas e discos freios, óleo lubrificante, filtros de ar e óleo. Algo bem parecido com os hatches médios como Vectra, Golf, Tiida, C4, entre outros, veículos que a Fiat utiliza como comparativo para demonstrar as vantagens do motor 1.4 turbo.
A desvantagem, no caso, é que se trata de um compacto Premium. Mas, se o objetivo é diversão e prazer ao dirigir, pode valer a pena. Só não pode é esquecer a manutenção preventiva, pois do contrário, a conta com certeza será mais alta.
Matéria da edição Nº218 - Abril de 2009