Desde pequeno, o paulistano André Simões era fascinado por carros e adorava montar e desmontar objetos e seus próprios brinquedos, com espírito curioso questionava tudo e procurava entender como as coisas ao seu redor funcionavam. Quando criança sempre ia para a Retífica da família depois da escola e nas férias para acompanhar seu pai e sua mãe e observar seu avô e os profissionais da empresa envolvidos em diversas atividades, até o negócio se tornar referência em tecnologia de usinagem e montagem de motores, além de uma boa gestão, além de uma clientela fiel e satisfeita. Todo este trabalho e dedicação levaram a retífica M&M a se tornar uma referência nacional numa atividade que está inserida na reparação automotiva.
Mergulhado neste ambiente de excelência empresarial o jovem André se interessou pela parte técnica, mas o que mais lhe chamou atenção foi a parte envolvendo a gestão de uma empresa tão complexa. É sabido que a boa gestão é justamente um dos maiores desafios nas atividades empresariais no mercado de reparação, pois é neste momento que muitos chegam a desistir. André, relembra dessa época e relata: “Eu amava ir na retifica, depois da escola vivia lá, era meu local favorito. Ver tudo que acontecia e entender aquela dinâmica me fazia querer aprender mais sobre a administração da empresa. Era muito interessante ver como as pessoas depositavam seus sonhos na empresa, e todas elas estavam entregues naquele ambiente. Além de ser agradável, você via as pessoas empenhadas para ajudar uns aos outros”.
Dentro do âmbito de gestão, André apresentou um dom natural que era a facilidade com números, balanços, custos, etc. Porém, o que lhe chamava mais atenção era a gestão das pessoas. Neste aspecto ele procurava entender como a retífica podia fazer a diferença na vida dos colaboradores e clientes, via que tudo aquilo era muito complexo.
Aqui fazemos um pequeno parêntese nesta “biografia”, observem que nos processos de gestão mais modernos um dos pontos principais é a gestão de pessoas, o que não era tão enfático assim nos anos 80 e 90, neste sentido o jovem André guardou todas aquelas percepções e antecipando a uma tendência.
UM JOVEM NEGOCIANTE
Além do interesse na parte de gestão com ênfase em pessoas, seu lado lógico e desenvolto com os números evidenciou outra faceta, o seu lado “negociador”. Como não tinha espaço para desenvolver esta atividade na empresa da família, aproveitava parte do seu tempo livre “fazendo negócios” comprando e vendendo objetos como videogames, DVDs, etc.
Com apenas 12 anos e para alavancar seus “negócios” passou a usar o Jornal “Primeira Mão” que fez muito sucesso nos anos 90 para pequenos e médios empresários. Mesmo com tantas atividades o jovem André não descuidou dos estudos, em que sempre conseguia boas notas e transitava bem por todas as matérias. André, ressalta: “Gostava de ir à 25 de Março fazer negócios com uma amigo (Renan), comprava e depois revendia, fazia isso com animo. Acho que éramos os únicos adolescentes que ao invés de ir jogar vídeo game, passavam a tarde inteira no centro”.
Aos 17 anos, ganhou uma bolsa de estudos para estudar Economia, na Fundação Getúlio Vargas, uma instituição de referência no mundo acadêmico e em conjunto estudou Direito na Universidade de São Paulo. Foram 4 anos se dedicando e aperfeiçoando.
Em paralelo à experiência acadêmica, André foi buscar mais conhecimento profissional fora do ambiente familiar e passou a trabalhar em um grande banco (Credit Suisse), o que fazia todo sentido nesta nova etapa de formação. É sabido que o setor financeiro é altamente competitivo, tecnológico e um ambiente desafiador, muito apropriado para o desenvolvimento de um jovem curioso, trabalhador e com seus próprios sonhos. André, relembra: “Sempre quis trabalhar em grandes empresas, fazer grandes coisas, nunca gostei de ficar no médio, eu me desafiava todos os dias. Abraçava minhas atividades como se fosse tudo. Além disso, me cobrava muito, sei que tem seu lado bom e ruim, mas era algo meu”.
No banco em que trabalhava teve entregas importantes e transitava bem, com boas perspectivas. Porém, André percebeu claramente que estava disposto a trocar uma carreira promissora, para arriscar na realização do seu maior sonho: ser dono de sua própria empresa.
O VOO SOLO
Com o amadurecimento pessoal e profissional, André demonstrou um grande interesse pela área de psicologia e como um autodidata, fez cursos, buscou muitos autores, livros, etc. Seu sentimento era extrair o melhor de si mesmo e das pessoas, sejam elas colaboradores em uma empresa, ou sejam clientes, sempre procurando entender suas necessidades e percepções, e assim melhorar as entregas de cada um. André, afirma: “Para tentar me entender melhor me desenvolver, procurei ajuda de profissionais que hoje eu digo: “Nossa, como eu evoluí em todos os sentidos”. Foi um divisor de águas para mim, pois pude me entender melhor, criar a capacidade de estar no papel do outro, e além disso ter a cumplicidade”.
Hoje em dia, a palavra “empatia” está em alta, pois os gestores de sucesso procuram justamente se colocarem no lugar dos outros antes de tomarem decisões, enfim, hoje sabemos que o verdadeiro líder é aquele que investe no conhecimento das pessoas.
Com toda esta bagagem acumulada André tinha certeza do que mais queria na vida, era ser dono de sua própria empresa.
Antes de empreender seu próprio negócio, André teve que tomar duas decisões importantes: abandonar o trabalho do banco e voltar ao trabalho familiar. Porém, dessa vez com objetivo de contribuir com o seu conhecimento como estágio intermediário até se sentir apto a montar sua própria empresa.
Neste intervalo, a família mudou o foco do negócio, de uma retífica, para uma distribuidora e fornecedora de autopeças. Por outro lado, essa experiência no setor de autopeças foi muito rica, pois ele estava mergulhado no setor de reparação, atuando em todos os seus elos da cadeia automotiva e evoluiu como profissional.
Sua colaboração na empresa Goop trouxe bagagem profissional importante para prepará-lo para essa nova etapa quando então, em 2021, quando completava 12 anos de atividades na empresa familiar, André decidiu dar seu grande passo e construir sua própria empresa.
Como ele já havia elegido o setor de reparação como o ambiente de realização de seu sonho, André decidiu virar sócio de uma oficina mecânica, sendo uma das primeiras atitudes tomadas após seu desligamento na empresa familiar. Colocando-se no lugar do reparador, ele poderia observar todas as oportunidades, anseios e principalmente num esforço intelectual, identificar eventuais necessidades e criatividades não percebidas, além de novos rumos para essa atividade tão importante. Simões, relata:
SEU SONHO MATERIALIZADO NO OFICINA BRASIL
Nesse período de imersão, André viveu o dia a dia da oficina, pesquisou muito, conversou com bastante gente. Foi um ano que pode realmente ficar na “incubadora” para empreender voos mais altos. André sabia que queria fazer algo maior dentro do setor, mas ainda não havia clareza do que seria essa empreitada. Para ampliar seus horizontes, buscou contatos com alguns profissionais e empresários que são referência no setor de aftermarket, dentre eles buscou contato com Cássio Hervé, diretor do Grupo Oficina Brasil. A conversa com o Sr. Cássio ganhou um novo rumo, um longo e inesperado rumo. Pois o veterano empresário há muito tempo buscava um sucessor, alguém jovem que se interessasse por uma estrutura tão complexa e inédita de prestação de serviços que é o Grupo Oficina Brasil.
As conversas com o Sr. Cássio inicialmente provocaram a imaginação de André, que passou a ver muito sentido na possibilidade de se tornar CEO e dar continuidade ao sonho de Hervé.
Juntos, conversaram sobre seus sonhos para o setor, seus desejos e sua experiência como dono de oficina mecânica. Ali nascia o começo de uma grande amizade e trocas de experiência. Cássio relata: “André surgiu no momento certo como a pessoa certa! Estou muito entusiasmado pois é o profissional mais capacitado para a missão de garantir ao GOB mais 34 anos de liderança no mercado de aftermarket, uma vez que ele identificou na empresa a ferramenta para realização de seu próprio sonho!”.
A negociação foi rápida, pois a convergência de objetivos era evidente e o acordo foi selado em dezembro de 2022, quando André tornou-se proprietário e CEO do Grupo Oficina Brasil e Cássio Hervé ficou na condição de Conselheiro.
Agora, André está à frente do Grupo Oficina e já começa a implantar sua marca, e relata:
Nosso foco é ser interlocutor da oficina, e vamos aprimorar cada vez mais todos os nossos serviços. Pois com minha experiência no setor que engloba todos os elos da cadeia, inclusive profundamente a oficina mecânica, tudo isso me estimula a buscar soluções que gerem valor para nossa cadeia e apoiam a indústria.
André tem como missão melhorar cada vez mais todos os produtos e soluções já consagrados pelo Grupo Oficina Brasil, construindo uma ponte entre fabricantes, distribuidoras, entidades do setor, montadoras e principalmente a oficina mecânica.
Essa mudança trouxe muito entusiasmo à competente equipe do Oficina Brasil, que já identificou no André um líder. Ao mesmo tempo os tradicionais clientes do Grupo estão sendo contatados e envolvidos nesta nova e promissora fase da empresa.
Aqui vai um mero comentário de um jornalista que vós escreve: O tempo todo André se dispôs a conversar com cada um da empresa, gestores, coordenadores, analistas, consultores e técnicos automotivo. Sempre se mostrando ser uma pessoa aberta a ouvir e discutir os rumos do mercado de reposição. Todos nós do Oficina Brasil estamos entusiasmos como os novos rumos e projetos, e temos certeza de que ele fará um grande trabalho. Juntos, vamos construir mais um capítulo dessa história de grande sucesso e garanto grandes novidades para vocês clientes e reparadores em 2023.
Você, nosso leitor, que acompanhará mais um importante capítulo da história do seu grande companheiro da oficina, também se sinta motivado, e por fim relembro a última frase que o André Simões disse nessa entrevista: “Obrigado. Essa é palavra que quero dizer a todos que me acompanharam. Estou construindo meu sonho, e aqui estou depositando tudo nele. Estou com a mesma motivação que eu tinha aos 20 anos, quando trabalhava no banco, aquela vontade de fazer a diferença e mostrar muito mais do que imaginam. Agradeço antecipadamente vocês reparadores, clientes e companheiros de profissão, pois só com vocês vamos fazer a diferença. E a minha esposa Brenda, meu grande amor, pois ela sempre esteve ao meu lado, foi minha conselheira de negócios, mentora, terapeuta, esposa e principalmente companheira e me guiou para ir atrás do meu sonho. Obrigado!”.