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TecAlliance facilitará reparadora encontrar peças e o primeiro produto oferecido é o TecDoc


Entrevistamos Heloísa Monzani, Diretora Geral da TecAlliance do Brasil. Segundo a executiva, o TecDoc já tem apoio e interesse das empresas e será lançado na Automec. O catálogo promete trazer agilidade ao reunir a maioria das peças de reposição

Por: Vinícius Montoia - 13 de março de 2015

Em 1994 foi detectada, na Alemanha, a necessidade de padronizar as informações das peças de aftermarket. Para isso foi preciso criar um grande catálogo que documentasse tudo que estivesse disponível no mercado. Assim surge a TecAlliance, empresa criada pelos fabricantes de autopeças para padronização das informações do setor de reposição independente.

Dessa forma foram criados padrões que atendessem à diversidade de produtos, respeitando as especificidades técnicas de cada peça. Hoje a empresa é conhecida como o guia ou, popularmente, a “bíblia” do setor quando nos referimos à informação de peças.

“A partir da nossa base de dados comercializamos o catálogo online e soluções para o mercado e empresas de catálogos, software e sistemas que utilizam os nossos dados para desenvolver soluções na medida. Somos uma ferramenta do mercado para o mercado”, diz Heloísa Monzani, Diretora Geral da TecAlliance do Brasil Sistemas de Informação.

O produto da TecAlliance é o TecDoc, que a diretora explicou acima. Além dele há mais dois produtos que a empresa oferece, o TecCom e o TecRMI, que chegarão ao país em breve. “Como queremos ser brasileiros no Brasil, apesar da padronização e base de dados ser global, temos que entender a mentalidade e necessidades do Brasil, por isso demoramos para dar o pontapé inicial, mas agora podemos dizer que a bola está rolando”, afirma a diretora.

Heloísa Monzani nasceu em São Paulo, mas foi na Espanha, onde morou por 15 anos, que começou a trabalhar no setor automotivo, sempre com aftermarket. Agora que está de volta ao Brasil, Heloísa não quis deixar o setor. Para tanto, veio ajudar na implantação da TecAlliance, começando pelo produto TecDoc. “Acredito que esta esperiência e conhecimento do mercado ibérico e europeu, onde já utilizava o TecDoc e TecCom, é importante para ter uma visão mais global e perceber as diferenças e peculiaridades do mercado brasileiro, mas também que os projetos, necessidades, problemas são mais comuns do que se pensa e sei que posso acrescentar muito neste caminho do Brasil na padronização de dados”, garante Heloísa.

Para saber quais são os planos da empresa por aqui, acompanhe a entrevista que realizamos com Heloísa Monzani, Diretora Geral da TecAlliance do Brasil Sistemas de Informação. 

Jornal Oficina Brasil - Por que a TecAlliance escolheu o Brasil? 

Heloísa Monzani – O Brasil é um mercado muito importante no setor automotivo, todas as grandes multinacionais fabricantes de autopeças têm fábricas ou representações aqui. Um mercado de 202.000 milhões de habitantes, 28 montadoras, uma frota de veículos de mais de 40.000.000 (leves e pesados), 4º maior mercado mundial no nosso setor, 7º maior produtor de veículos, mais de quinhentos grandes distribuidores e 90.000 oficinas não pode nem deve ser desconsiderado nesta economia global. Considerando especialmente o nosso produto, a informação e sua padronização, há uma lacuna aqui, que deve ser preenchida. Para isso estamos implantando o sistema no país.

JOB - Quais são as expectativas da TecAlliance em um mercado que tem 28 milhões de clientes de oficinas independentes? 

HM - A nossa expectativa é agilizar e padronizar a informação, em um mercado tão dinâmico, especial e disperso como o brasileiro, especialmente pela sua imensidade geográfica e especificidades automotivas: há que adaptar-se e trabalhar com a frota e veículos específicos para o mercado brasileiro. Como uma ferramenta pensada, criada e mantida pela indústria de autopeças, nosso objetivo é facilitar e agilizar a correta seleção das peças, auxiliando toda a cadeia do mercado a ser mais rápida e certeira na reparação, além de diminuir os custos (econômicos, de imagem e marca) que todos têm quando a peça correta não é substituída.

JOB - Quais os custos que o reparador pode ter para implementar o sistema?

HM - O reparador adquire licenças de consultas do nosso catálogo on-line onde, em uma única web, tem acesso para consultar as peças e informações de todos os fabricantes que são nossos parceiros.  São licenças anuais, que tem um custo/benefício interessante e que podem ser adquiridas diretamente à TecAlliance do Brasil ou através dos distribuidores de autopeças, empresas parceiras distribuidoras e principalmente das associações, como Sindirepa, que já “homologou” o TecDoc e terá condições especiais para os seus associados.

Além do WEBCATALOGUE (catálogo online), somos a base de dados para outros catálogos e programas de gestão para oficinas e lojas de peças. É a informação correta e padronizada das autopeças por trás de todas estas ferramentas e catálogos que as novas tecnologias proporcionam ao mercado.

JOB - Dá para mensurar quão ágil se tornará o trabalho do reparador com o TecDoc?

HM - Sim, com alguns cliques em uma única página da web ou WEBCATALOGUE, o reparador encontra, compara e seleciona, partindo da aplicação (modelo do carro) entre todas as famílias de peças e acessa as informações dos fabricantes para a reposição.  A busca é fácil, rápida, encontrada no mesmo formato ou padrão, independente da marca. O que é mais importante é que tem a informação de qualidade de quem fabrica as peças.

JOB - Em quanto tempo será possível cadastrar todas as peças? Do total disponível no mercado, a TecDoc consegue deter a totalidade das peças, distribuidores e fabricantes? 

HM - O início é mais lento, mas já temos 25 grandes empresas parceiras do TecDoc no Brasil, 15 delas com os dados alimentados na nossa base de dados (e já consultáveis) e outras 10 preparando os seus dados. Até o final do primeiro semestre de 2015 todas estão “produtivas” no nosso catálogo e estamos trabalhando para que outras empresas, principalmente empresas brasileiras, façam parte desta padronização e tenham os seus dados introduzidos. Na Europa, há 20 anos atrás, começamos com 21 marcas e hoje, globalmente, temos 600 marcas.  Muitas delas são multinacionais, mas as empresas nacionais também têm uma importância e representação inegável no Brasil. Nosso objetivo não é menos ambicioso, queremos ser também aqui a vitrine e referência na informação de autopeças. A informação, ou “cadastramento” de peças é realizado pelos fabricantes. Os distribuidores são nossos usuários ou clientes e têm um papel fundamental na “convocação” dos seus fornecedores de peças a participarem.

Dentre as empresas que já fazem parte do TecDoc estão Ajusa, BilsteinGroup (Febi, Swag, Blue Print), Contitech, Delphi, Hella, Mahle, Mann, Hummel, Magneti Marelli, Cofap, R Bosch, Sogefi (Fram e  Purflux), TMD Cobreq, TRW, Valeo, Whaler e ZF.

JOB - As estruturas já montadas na Europa e América do Norte vão ajudar a montar a estrutura aqui no Brasil ou vai ter que começar do “zero”?

HM - A nossa base de dados e todo o trabalho de pesquisa e manutenção de frota de veículos, suporte técnico, desenvolvimento de produtos estão centralizados na nossa matriz, na Alemanha. Mas seremos brasileiros no Brasil, na estrutura comercial, administrativa e suporte ténico em português para os nossos fornecedores de dados e nossos clientes. A responsabilidade de administrar a estrutura para o Brasil e a América do Sul é minha, como Diretora Geral da TecAlliance do Brasil Sistemas de Informação.

JOB - Aqui também teremos o TecDocCatalog, voltado para veículos pesados?

HM - Sim.

JOB - Quais serão os segmentos abrangidos (veículos de passeio, semi-pesados, pesados, comerciais leves, etc)?

HM - Começamos com veículos leves e comerciais leves, mas já estamos trabalhando na frota circulante brasileira de caminhões, ônibus e motocicletas. Nossa previsão é passar aos fabricantes de peças esta informação no começo do segundo semestre de 2015, para que processem e façam o seu trabalho de equivalências e preparação de dados, disponibilizando para consulta até o final do ano.