Notícias
Vídeos

Raízen traz ao Brasil o novo V-Power Nitro+, última geração de tecnologia em combustíveis


Gasolina aditivada, elaborada em parceria com a Ferrari, possui formulação exclusiva para limpar e proteger as partes vitais do motor

Por: Margarida Putti - 14 de outubro de 2014

Combustível que já é comercializado no BrasilRaízen, empresa licenciada da marca Shell no Brasil, anuncia que iniciou a distribuição do combustível Shell V-Power Nitro+, nova gasolina desenvolvida pela empresa em colaboração com a Ferrari que chega ao mercado para substituir a atual Shell V-Power.

Segundo a fabricante, o combustível tem formulação única, com 70% a mais de FMT (sigla em inglês Friction Modification Technology - em português Tecnologia de Mudança de Fricção), para agir imediatamente na redução de atrito nas áreas críticas do motor, o ajudando a desempenhar melhor sua potência. A empresa informa ainda que, além disso, a Shell V-Power Nitro+ também trabalha instantaneamente para manter limpos os coletores, válvulas e bicos injetores, protegendo assim as partes vitais do motor.

De acordo com o coordenador de combustíveis da Raízen, Gilberto Pose, a importância de conservar o sistema de válvulas e bicos injetores limpos é fundamental para adquirir uma boa mistura entre combustível e ar, e consequentemente o melhor aproveitamento da energia. “A nova gasolina aditivada se destaca pela ação mais efetiva dentro do motor, e os efeitos são notáveis já no primeiro abastecimento. O combustível é comercializado em todos os postos da bandeira Shell no País”, diz Pose.

Sarina Arnold, engenheira da Shell há 22 anos, coordenadora do desenvolvimento da gasolina V-Power Nitro+A octanagem é a mesma do Shell V-Power atual (87 octanas). Já o nível máximo de enxofre foi reduzido pela legislação e agora é de 50 partes por milhão – anteriormente o nível era de 800 partes por milhão.

Para conhecermos melhor sobre o novo combustível, o Jornal Oficina Brasil entrevistou a engenheira química da Shell Global, responsável por projetos de P&D e referência internacional em combustíveis, Sarina Arnold, que esteve diretamente envolvida no desenvolvimento da Shell V-Power Nitro+.

Durante a conversa, Sarina detalhou sobre o processo de elaboração da gasolina, as principais qualidades e funções deste produto no motor de um veículo, e comentou sobre a parceria com a Ferrari e a utilização do combustível na Fórmula 1.

Jornal Oficina Brasil – O que representa o desenvolvimento do Shell V-Power Nitro+?

Sarina Arnold – O V-Power Nitro+ pertence a uma família de produtos da Shell, e por meio da Raízen, sua marca licenciada no Brasil está sendo distribuído em todo o país. Este é um combustível elaborado para atender todos os tipos de veículos, tanto de tecnologia flex fuel quanto àqueles que envolvem motores movidos somente a gasolina. Na estrada ou na cidade, sua composição é superior à versão anterior oferecida no mercado, com cerca de 70% mais de tecnologia de fricção modificada, sendo assim mais eficaz. Essa nova tecnologia é um agente redutor de fricção das peças metálicas do motor quando estas entram em contato com o combustível. Com isso, proporciona mais proteção, melhor aproveitamento da energia e maior eficiência do motor.

A fórmula da Shell V-Power Nitro + é baseada em um aumento da limpeza interna do motor, com ação detergente e dispersante, que evita a formação de depósitos de sujeiras nas peças e mantém limpos os coletores, válvulas e bicos injetores. O produto também foi “desenhado” para proteger as peças e remover partículas já presentes de outras gasolinas e o uso contínuo do V-Power Nitro+ mantêm esse agente de limpeza ativo.

JOB – Quanto tempo foi necessário para se desenvolver o combustível?

Sarina Arnold – Todo o processo de pesquisa, desenvolvimento e análises ocorreu em nossos laboratórios localizados nos EUA, Alemanha e Inglaterra. Como o produto será vendido em vários países, inclusive no Brasil, todo o processo levou de dois a três anos.

O estudo também englobou várias etapas de testes com motores e as condições mercadológicas de cada país. No Brasil, a gasolina foi desenvolvida levando em consideração a exigência de um nível de 25% de etanol na gasolina, e desta forma, houve um trabalho feito especificamente para atingir a frota de veículos nacional.

 Engenheira mostra um exemplo de motor em corte, e relata que o processo de admissão do combustível é simples, e que após as válvulas realizarem suas funções, os gases resultantes da combustão são expulsosJOB – Em relação ao processo de limpeza, como podemos afirmar que o produto não trará efeitos indesejáveis ao remover impurezas dos motores?

Sarina Arnold – Essa é uma boa pergunta. Os depósitos do sistema de alimentação são removidos gradativamente pela ação detergente do combustível. Um segundo agente, denominado dispersante, dissolve esse material em minúsculas partículas, que são queimadas na câmara de combustão e naturalmente eliminadas no escapamento. Assim, quanto maior o uso do combustível, mais a conservação de limpeza da válvula e das peças que entram em contato com a gasolina.

É importante dizer que se o consumidor nunca utilizou a Shell V-Power antes e gostaria de tentar, não existe nenhum problema. Ele não precisa ir ao reparador ou fazer uma limpeza no motor do automóvel primeiro, basta apenas começar a utilizar o produto e o próprio vai cuidar do motor de maneira gradativa e não vai causar nenhum problema, nenhum “bloqueio” ou qualquer coisa do gênero.

JOB - Em agosto deste ano, o produto chegou ao Brasil. Em quais outros países o mesmo já foi lançado?

Sarina Arnold – A Shell V-Power Nitro+ já foi lançada em outros 15 países, visando reforçar o posicionamento da marca em alta qualidade de combustíveis. Apresentamos o produto na Europa, América do Sul, Hong Kong, Tailândia, também no Leste Europeu, na Ucrânia, Polônia e Bulgária. Também lançamos a gasolina na Argentina, seu vizinho......lembrei-me dos jogos da Copa do Mundo e o futebol brasileiro [risos].

O programa no Brasil busca pelo controle de qualidade. As “quality vans”, isto é vans de qualidade, irão visitar os postos de serviços e coletar as amostras dos produtos e testar a fim de verificar a qualidade do combustível. Assim, os “marcadores” são testados e se há algum problema nós podemos corrigi-lo muito rapidamente.

JOB – O combustível foi elaborado em parceria com a Ferrari. Desta forma, podemos dizer que a Fórmula 1 foi uma experiência para o desenvolvimento da tecnologia?

Sarina Arnold – Sim.  É realizado um forte trabalho para que a qualidade do produto seja a mesma que a do combustível da Ferrari utilizado nos veículos de competições da Fórmula 1.  A Shell V-Power Nitro+ é feita com o conhecimento e aprendizado de todos os testes feitos em nosso moderno laboratório construído para a categoria em parceria com a Ferrari. Assim, essa é uma tecnologia de que estamos muito orgulhosos de sermos capazes de colocar nas ruas, através dos veículos de passeio.

Em muitos países é possível utilizar o mesmo combustível da F-1 sem problemas, entretanto no Brasil, por ser um país único, pois a porcentagem de etanol é de 25% nos combustíveis, ainda não é possível usar esse tipo de combustível. Mas no futuro será, se a regulamentação mudar, pois a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) é muito restrita no que diz respeito ao fato de o combustível de F-1 possuir 10% de etanol, conforme as leis dos EUA e da Europa exigem.

Se você pensar no resto do mundo, você não pode mudar a concentração de etanol de um dia para o outro, isso tem que ser feito aos poucos e ser compatível com os automóveis locais, por isso se trabalha bem de perto com as montadoras de veículos e as pesquisas que eu faço tem envolvimento de vários colaboradores para entender como fazer progresso e mudanças na biotecnologia e adaptar o combustível.

Pose (esquerda) e Sarina (direita) debatem sobre a importância da utilização da V-Power Nitro+ na proteção e melhor funcionamento das válvulas    JOB - Quais ações e treinamentos a Raízen vem realizando para frisar a importância do combustível aos revendedores da marca?

Sarina Arnold – A Raízen também está investindo em treinamentos para os vendedores dos postos com bandeira Shell. O objetivo é fazer com que eles sejam capazes de sanar eventuais dúvidas dos clientes, especialmente sobre os benefícios do uso contínuo da gasolina aditivada. Acredito que o Gilberto Pose poderá completar minha resposta.

Pose - Temos uma forte parceria com o Jornal Oficina Brasil para a disponibilização de material técnico sobre nossos combustíveis aos reparadores, também estamos atuando nos postos de abastecimentos junto à equipe de vendas do combustível, estamos divulgando ainda informativos sobre a campanha do V-Power Nitro+ tanto nas redes sociais, como sites e propagandas veiculadas na televisão.  Realizamos, recentemente, um projeto que se chama “Autoridade em Combustível Shell”, juntamente com o apoio do Jornal Oficina Brasil, no qual mais de 6 mil reparadores participaram da ação promovida pela Raízen, que  capacitou e certificou os profissionais independentes para atuarem com seus clientes nas oficinas – referente a conscientização do uso do Shell V-Power Nitro+, entre outras atividades. 

JOB - Nesse mundo supostamente masculino, como é ser uma engenheira na área de tecnologia de combustíveis?

Sarina Arnold – É interessante. Alguns casos chegam a ser divertidos, porque às vezes eu tenho que explicar sobre combustíveis e segurança para o meu marido ou o marido da minha irmã, e ouço sempre reações como: “Uau, não sabia que havia tanta ciência por trás disso!”.

Em algumas situações, as pessoas não entendem o que eu faço, explico que trabalho para a Shell, sou engenheira química, desenvolvo combustíveis e as pessoas acham que eu trabalho no posto de gasolina, na bomba de combustível, elas não conseguem entender, então eu digo: não, não, não, eu trabalho no laboratório, faço análises e testes. Realmente, os consumidores não pensam na elaboração do combustível abastecido nos seus carros, na pesquisa, no estudo das moléculas deste composto. Mas além dessas reações, eu nunca tive problemas com pessoas que por eu ser mulher, sempre fui respeitada. Eu acho que algumas pessoas, em especial homens, se sentem envergonhados sim com minha presença, mas eu nunca tive problemas.

Eu tenho muitas colegas mulheres, a figura feminina na universidade está crescendo. Mulheres estão estudando esse campo de ciência da tecnologia, acho que muitas mudanças estão ocorrendo nesta área, pois há mulheres trabalhando para a Shell em plataformas de petróleo e gás, por exemplo, tudo está conforme a globalização. Meus últimos 13 anos foram dedicados às várias pesquisas na área de tecnologia de combustíveis, de qualidade do ar e emissões a biocombustíveis.

 * Sarina veio ao Brasil especialmente para a divulgação do V-Power Nitro+, a engenheira mora em Houston com seu marido e duas filhas.