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Luporini Distribuidora completa 100 anos e se mantém firme no mercado de autopeças


Neste mês conversamos com exclusividade com Antonio Carlos, Diretor Comercial da Luporini. Ele nos conta que atualmente o portfólio da empresa conta com cerca de 5 mil itens voltados para o setor de vans e pick-ups

Por: Da redação - 23 de setembro de 2023

Importadora e distribuidora de autopeças desde 1923, a Luporini representou em nosso país marcas mundialmente conhecidas, como Volvo, Fiat, Simca, Atlas Copco e a RIV (indústria de rolamentos italianos). Com foco no mercado de vans e pick-ups, hoje, a empresa conta com 5 mil itens em três marcas próprias: ASH Rolamentos, Worx e Kotra. 

Para agregar ainda mais valor e gerenciar esta empresa centenária, faz parte da equipe atual o diretor comercial Antônio Carlos de Paula, que tem mais de 30 anos de experiência em empresas como a Dana e Peregrino. “Eu estou lá há um ano. Minha vida toda foi no mercado de reposição independente, sempre trabalhei com isto”, diz o diretor que contempla um currículo extenso ao fazer parte da fabricação e distribuição de uma série de produtos nas companhias citadas acima.

Com parcerias na China, a Luporini importa estes três segmentos: “Temos a marca ASH, com linha de rolamentos, cubos de roda e reparos de roda; Marca Kotra, com cilindros de embreagem, de freio e uma série de componentes de motor, balancim, tucho e ex-comando; E tem a marca Worx, focada mais em material de acabamento, como fechaduras, maçanetas e algumas ferragens”, detalha Antônio. Para fazer a entrega de todos estes itens, a autopeças conta com uma rede de distribuidores nacionais de médio porte especializados neste setor, além de grandes varejos que também estão afinados dentro deste mercado.

Apesar da boa gestão e estabilidade notória que a Luporini mantém dentro de seu nicho automotivo, a marca enfrenta desafios como qualquer outra empresa quando há oscilações econômicas no país e no mundo. O diferencial, segundo Antônio, é ter o controle de custos, pois ao trabalhar com importação existe sempre uma dependência nas flutuações do dólar, por exemplo. “Durante a pandemia, o preço do frete saiu de 1.500 dólares para quase 15 mil dólares o contêiner, uma loucura! Tem também, principalmente, a barreira de encontrar produtos de volume para complementar o portfólio quando você trabalha com a gestão da marca própria, em que 20% da venda representa 80% do volume. E em compensação, os outros 20% do volume é o contrário. São dificuldades que fazem parte desse negócio, por isso, quem se propõe a fazer sua própria marca tem que estar bem especializado e organizado nesse sentido”, finaliza.

De fato, ser empresário no Brasil e ainda tentar inserir produtos próprios em um cenário de forte concorrência com outras grandes importadoras é um desafio e tanto. De acordo com o diretor comercial da Luporini, nos dias de hoje, os grandes fabricantes já são importadores, ou seja, não fabricam praticamente nada de aftermarket em território brasileiro. “Trazem tudo de fora e colocam na marca deles. Eles (concorrência) têm estoque e acabam atrapalhando quem tem um volume menor, que prioriza ter menos para ser um pouco mais especializado no setor automotivo”, comenta Antônio que enxerga também uma crescente onda de produtores entrando neste segmento. 

Diante destes obstáculos é que se percebe a importância de possuir conhecimento e atualizações periódicas no ambiente de trabalho, a fim de se destacar aos olhos dos clientes. Por isto, a relação com os reparadores é fundamental para alinhar ações de marketing em conjunto, tais como a divulgação de lançamentos de novas linhas e produtos.

Em 2022 foi registrado um aumento de 20,51% no número de passagens de veículos nas oficinas, de acordo com o Pulso do Aftermarket. Este dado demonstra a procura por serviços cada vez mais especializados no pós -venda. Nos últimos três anos, Antônio afirma que a Luporini se manteve próxima de seus clientes o máximo possível, mesmo diante da pandemia do coronavírus. “Eu tenho que estar próximo de quem pega na mão, de quem usa, de quem coloca lá. Então, esse é um ponto que a gente procura transmitir para a nossa equipe, de estar presente nos clientes.” 

Treinar e estar junto do reparador

Os treinamentos técnicos são importantes para o crescimento de indicadores da indústria, como o market share (participação da empresa) e share of mind (impressão que a empresa deixa em seus consumidores). Pensando nisso, a Luporini investe em equipe especializada para apoiar os clientes reparadores, tirando dúvidas sobre a aplicação de seus produtos. 

“Não temos programas específicos de treinamento, porém, sempre concordamos que essa parte é fundamental. Tanto é que sempre tivemos muito próximos da própria Oficina Brasil, do pessoal do Sindirepa e do Cinco Peças, sempre fazendo treinamento e estando presente com o reparador” , afirma Antônio, diretor comercial da autopeças. Ter um maquinário “ultramoderno” custa caro para o aplicador, portanto, na visão do diretor, não compensa ter este tipo de equipamento se não tiver o conhecimento necessário.

“Cada vez mais se faz essencial a mão de obra especializada para o tipo de produto que fabricamos” , ressalta Antônio, que vê a iniciativa do Oficina Brasil como propulsora no conceito de manter proximidade com o reparador automotivo e fabricantes ao compartilhar informações acerca deste nicho.

O diretor comercial da marca aconselha ter foco não somente nos treinamentos, mas na parte de gestão também. Segundo ele, como em qualquer outro negócio, o profissional tem que estar atento ao que está acontecendo no mercado, nas mudanças etc. 

Não importa em que região do país está o reparador, pois independente de frotas diferentes, culturas regionais e até mesmo a forma de manutenção que cada local adota, ter boa capacitação e gestão é o que faz o negócio girar. “Nem sempre um bom mecânico é um bom gestor” , conclui.

Carros elétricos e expectativas no mercado de autopeças

A tendência europeia dos carros elétricos vem ganhando espaço nos asfaltos do Brasil e afora. O conceito sustentável que este modelo apresenta atrai investidores e novos clientes que prezam por empresas que estejam alinhadas a esta pauta ambiental. Como o setor das autopeças especializadas vê este processo de eletrificação então? O diretor comercial da Luporini é direto e assegura que “todo carro tem que ter roda, tem que trafegar e tem que parar. Então, a parte de freio e a parte de suspensão pode mudar alguma coisa, mas o veículo vai continuar consumindo esse tipo de produto. Além do mais, é um negócio que se fala muito e não tem tanto volume assim, então isso aí vai acabar virando um outro nicho, assim como o de vans”.

Para ele, os carros híbridos e elétricos só fazem sentido em países que não tem uma matriz energética como a do nosso país, no qual existe o etanol que não depende de petróleo, ou seja, não polui. 

Por fim, Antônio afirma que apesar destas novas modalidades veiculares, as expectativas para o próximo semestre da Luporini é de que os negócios se mantenham estáveis. “Pode ser que mudem algumas variáveis, mas toda nossa matriz de transporte é construída em cima de quatro rodas. Nós não temos ferrovias, o que tem é muito pouco. Parte marítima não existe, então basicamente é caminhão e automóvel. 

É por isto, que as perspectivas são de que os negócios continuem como estão. Não vejo que vai ter um grande ‘boom’. Nós temos uma frota muito grande rodando, e precisando de manutenção, portanto, esse negócio vai sempre estar girando.” 

Para conhecer mais sobre a trajetória da Luporini, seus projetos sociais e campanhas referente ao seu centenário, acesse: www.luporini.com.br