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Goodyear Correias conta seus planos para o mercado de reposição


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Por: Da Redação - 15 de maio de 2013

Com pouco mais de dois meses a frente da diretoria comercial da Veyance Technologies do Brasil Produtos de Engenharia, detentora da marca Goodyear Correias, Fernando Roland já enfrentou seu primeiro desafio na empresa, durante a Automec 2013, com o grande assedio de clientes e parceiros, além da imprensa especializada e diga-se de passagem, se saiu muito bem. ”Na feira apresentamos a nova linha de correias sincronizadoras Titanium, com uma série de melhorias em sua composição que faz com que a correia tenha uma vida útil maior e um desempenho superior. Também apresentamos a linha de correias Poly-V Elásticas, que não utilizam tensionadores na sua aplicação, o que faz com que o custo de manutenção seja reduzido e o motor pese menos, levando a um menor consumo de combustível”, conta o executivo.

Engenheiro de formação, Fernando Roland possui especialização em Administração Industrial pela Universidade de São Paulo e em Gestão de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas, com larga experiência no segmento de elastômeros. Nesta entrevista exclusiva ao Oficina Brasil, ele conta sobre o planejamento da Goodyear Correias para o mercado de reposição e reafirma o foco da empresa neste segmento.

Jornal Oficina Brasil: Qual sua experiência no mercado de autopeças e como foi sua vinda para a Goodyear correias?

Fernando Roland: Atuei no mercado de autopeças por oito anos no início de minha carreira. Tive a oportunidade de trabalhar no Brasil e na Alemanha, realizando negócios em diversos outros países.

JOB: Quando e como iniciou no setor automotivo?

Fernando: Comecei aos 14 anos trabalhando em uma empresa alemã produtora de pistões. Foi uma experiência muito rica, pois eu fazia ensino médio em mecânica à noite e vivia todas as questões práticas durante o dia.

JOB: Fale sobre sua experiên­­­­cia com a Goodyear Correias.

Fernando: Na verdade, Goodyear Engineered Products é a nossa marca. A empresa chama-se Veyance Technologies, e fez a aquisição dos ativos da Goodyear na área de correias em 2007. Desde então, vem desenvolvendo um modelo de negócio de bastante sucesso, apresentando uma linha de crescimento contínua e sustentável. Eu estou na empresa há um mês e bastante entusiasmado com as opções que temos para desenvolver ainda mais o negócio.

Fábrica e Mercado

JOB: Como é a estrutura da empresa no Brasil?

Fernando: Temos duas fábricas no estado de São Paulo onde produzimos correias automotivas, correias transportadoras e mangueiras automotivas e industriais. Também um moderno centro de distribuição em Itapevi juntamente com nossa sede comercial e administrativa.

JOB: Fale do posicionamento da Goodyear no mercado de correias.

Fernando: A marca Goodyear é líder no segmento de correias no mercado de reposição e estamos trabalhando focados para expandir nossa posição através do lançamento de novos produtos e na melhoria de nosso pacote de serviços. Somos proprietários da patente do projeto Gatorback utilizado nas correias Poly-V. Este design exclusivo nos canais da correia possibilita um melhor abraçamento da correia na polia ocasionando uma maior transmissão de potência e mais vida útil por atuar com uma menor temperatura de trabalho. 

JOB: Qual a participação na montadora e as principais marcas atendidas?

Fernando: Nos últimos anos estivemos concentrados na consolidação de nossa posição de líder do mercado de reposição, porém estamos colocando esforços junto às montadoras buscando participar de projetos que tenham sinergia com nossa estratégia de longo prazo. Temos muito trabalho a fazer nesta área.

JOB: Quais as novidades da empresa para o mercado de reposição?

Fernando: Apresentamos nossas últimas novidades na Automec 2013, entre elas, a nova linha de correias sincronizadoras Titanium, com uma série de melhorias em sua composição que faz com que a correia tenha uma vida útil maior e um desempenho superior. Também lançamos a linha de correias Poly-V Elásticas, que não utilizam tensionadores na sua aplicação, o que faz com que o custo de manutenção seja reduzido e o peso do motor menor, levando a um menor consumo de combustível. 

Estamos trazendo também uma completa linha de mangueiras automotivas para as mais diversas aplicações, tais como: ar condicionado, combustível, turbo, freio e até para transporte de ureia utilizado nos motores Euro5 para linha pesada. Também lançamos nosso novo catálogo de aplicações de correias com muitas novidades. Além disso ainda temos o nosso segmento de tensionadores automotivos e molas pneumáticas para suspensões a ar de ônibus e caminhões. 

JOB: Quais as ações de suporte oferecidas para o mercado de reposição?

Fernando: Oferecemos uma gama completa de treinamentos, material técnico de apoio e a visita constante de nossa equipe técnico/comercial para entender as necessidades ao longo da cadeia de valor. Todo esse trabalho é realizado através de nossa equipe de vendas, representantes e promotores espalhados pelo Brasil.

JOB: Há ações de relacionamento com reparadores independentes?

Fernando: Sim. Além das constantes visitas realizadas aos reparadores através da equipe de campo, oferecemos também as palestras técnicas sobre os nossos produtos, com distribuição de material didático, como por exemplo, o nosso manual técnico para correias dentadas e catálogos de aplicações. Temos também um programa de visitas à fábrica de correias onde eles podem ver e acompanhar todo o processo produtivo de uma correia e toda a tecnologia aplicada em sua produção.  

JOB: Qual sua avaliação sobre o mercado automotivo nacional?

Fernando: Temos um parque industrial em expansão e os investimentos anunciados para os próximos anos no Brasil estão entre os maiores do mundo. Por isso, acredito que cada vez mais o nosso país vai ampliar sua importância no mercado mundial.

JOB: E o que a Goodyear Correias espera que aconteça no aftermarket nos próximos anos?

Fernando: Pretendemos dar continuidade no processo de mudanças do aftermarket, enxugamento da cadeia e profissionalização. Nos preocupamos com a questão de capital investido x retorno, que tem sido desfavorável para o setor, pois somente com uma maior profissionalização de toda a cadeia de suprimentos é que vamos ter um maior ganho de produtividade, obtendo uma redução dos custos de operação, aumentado assim a atratividade para este mercado.

JOB: Quais os principais desafios para os profissionais de reparação independente que a Goodyear enxerga nos próximos anos?

Fernando: Na nossa visão, um dos maiores desafios será o desenvolvimento técnico dos reparadores, sendo que cada vez mais os novos veículos tendem a ter mais tecnologia aplicada. 

O computador faz parte constante do dia a dia destes profissionais e aquele que torcer o nariz para esta realidade, com certeza ficará desatualizado. Além disso, o administrador da reparação independente terá que saber ajustar cada vez mais seus custos e acabar com as constantes guerras de preço de mão de obra para conseguir esse ou aquele serviço. Reparadores têm que ter em mente que o que se ganha com a mão de obra deve ser utilizado para reinvestir negócio, seja com cursos técnicos ou com novas ferramentas para a oficina. Veja o exemplo de correias mesmo: no passado, com uma simples chave de fenda o reparador efetuava a troca de uma correia do Fusca. Hoje, se ele não tiver o ferramental correto, não conseguirá realizar a troca correta de uma correia dentada. E uma troca mal realizada na correia dentada pode comprometer todo o motor, afetando diretamente o comando de válvulas do veículo. 

Além disso, outro grande desafio diz respeito à invasão de produtos importados de baixa qualidade. Eles precisam estar muito atentos para não comprar um sonho e entregar um pesadelo aos seus clientes. Preço não é tudo e eles devem desconfiar principalmente quando as diferenças são gritantes. Afinal é o nome da empresa deles que estará em jogo e em alguns casos, a segurança de seus clientes.

JOB: Quais as principais oportunidades para as empresas de reparação independente que a Goodyear enxerga nos próximos anos?

Fernando: Acho que uma das grandes oportunidades para as empresas de reparação independentes é o fato de termos uma enorme diversidade de carros na frota circulante. Cada vez mais, os reparadores devem obter conhecimento técnico sobre os novos veículos que chegam ao país. A diversidade da frota, quando comparada com a americana, por exemplo, ainda é pequena, mas tende a crescer muito nos próximos anos. E isso não é uma oportunidade somente para o segmento da reparação. As indústrias com certeza tem um grande desafio pela frente.

JOB: A diversidade da frota prejudica a troca de correia, uma vez que o ferramental precisa ser específico? Fale sobre quais ferramentas específicas existem para o trabalho.

Fernando: Não tenha dúvida de que o ferramental é parte importantíssima na troca de uma correia e o reparador deverá ter o ferramental específico para cada aplicação.  

Porém, além do ferramental, o conhecimento também deverá ser ponto fundamental de desenvolvimento para os membros da reparação. Até porque cada motor é um projeto diferente e para tanto deverá ter uma certa metodologia para a manutenção. Outro fator muito importante no caso específico das correias é a manutenção do sistema de transmissão de potência do veículo, o que inclui todo o sistema de tensionadores e polias. 

Eles também se desgastam e para cada correia substituída esse conjunto também deverá ser verificado e substituído. Neste caso, além de ter o ferramental adequado ele também precisará saber os torques de aperto corretos. Novamente, conhecimento técnico será a chave. 

JOB: O aumento da compra de peças no canal concessionário tem alterado ou prejudicado a venda de correias?

Fernando: Claro que prejudica, mas no caso de correias bem pouco.  Acredito que os reparadores vão diretamente nestes canais quando a dificuldade de encontrar determinada peça é grande ou então nos casos de peças de valor agregado alto. 

Nós, por exemplo, conseguimos ter em nosso portfólio de correias algo como 98% da frota de veículos leves que atualmente rodam no Brasil e estes produtos estão 100% disponíveis em toda a nossa rede de distribuição a nível nacional. Ser uma empresa global nos possibilita ter esta vantagem, pois podemos trazer peças de qualquer planta da Veyance no mundo, tais como EUA, México ou Europa. Então algumas vezes quando um veículo é lançado no Brasil nós já temos a correia sendo produzida na Europa, possibilitando a disponibilidade da peça para o aftermarket rapidamente.