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Certificação das lâmpadas automotivas está em processo. O reparador está preparado?


A Osram, multinacional especializada em lâmpadas, entre elas as automotivas, atende hoje a praticamente todas as montadoras presentes no país, além do mercado de reposição

Por: Vivian Martins Rodrigues - 21 de setembro de 2012

Ricardo Leptich, que assumiu a divisão automotiva da OSRAM do Brasil em fevereiro deste ano e ficou responsável por dar continuidade no processo de introdução de novas tecnologias do mercado nacional, falou com exclusividade ao Jornal Oficina Brasil sobre a certificação Inmetro e o mercado de reposição. Na Osram desde 1995, o executivo tem ampla experiência no segmento de iluminação.

Jornal Oficina Brasil: Seu primeiro emprego foi na Osram e você galgou cargos na empresa até assumir a divisão de lâmpadas automotivas do Brasil. Conte um pouco desta trajetória.

Ricardo Leptich: Trabalho na Osram há 17 anos. Especificamente na divisão automotiva estou há oito anos. Atuei como marketing de iluminação automotiva por três anos, com foco na reposição e nas montadoras e agora, de dois anos para cá, atuo como gerente responsável pela área comercial e marketing  desta divisão. Passei por vários setores da empresa de iluminação, mas agora atuo no setor automotivo.

Jornal Oficina Brasil: Como é definido o mercado de iluminação brasileiro?

Ricardo Leptich: Nas montadoras temos mais de 50% de participação dos carros produzidos aqui no Brasil. As vendas para as montadoras não são direta. É feita pelo sistemista de iluminação.

Vendemos para eles que possuem a homologação da montadora e fazem a distribuição na linha de produção.

Na reposição, diria que temos aproximadamente 32% de participação.

Jonal Oficina Brasil: Como está dividida a empresa globalmente?

Ricardo Leptich: A Osram atua em vários segmentos: lâmpadas automotivas especiais, iluminação geral, industrial e LEDs (presentes também na indústria automotiva). São três grandes unidades de negócio no mundo.

A Osram é do grupo Siemens e está presente em 145 países. De todos os atuantes no Brasil, 100% da produção de lâmpadas automotivas é importada. Trazemos os produtos de oito fábricas de fora e os concorrentes fazem o mesmo.

Jornal Oficina Brasil: Qual a estrutura de distribuição da Osram?

Ricardo Leptich: Temos os distribuidores que pulverizam para o varejo. Atuamos na linha da cadeia que contém os distribuidores e estes por sua vez, atuam nas autopeças, auto-elétricos, entre outros.

Jornal oficina Brasil: Explique o processo de certificação da lâmpada pelo Inmetro.

Ricardo Leptich: Na Osram vemos o processo de certificação como um grande benefício  para o consumidor final. Desta forma, não podemos deixar de citar sistema de iluminação, que está dentro dos ítens de segurança do veículo.

Então falamos da segurança das pessoas que ocupam o carro. O condutor pode ser ofuscado pela luz que o outro condutor está gerando, e assim, potencializar o risco de acidentes, principalmente em estradas.

A normatização se apresenta para filtrar o mercado e profissionalizar o segmento de iluminação automotiva.

Temos hoje produtos no mercado com qualidade bastante inferior, que não atendem praticamente nada das especificações técnicas que as normas demandam e estão potencializando os riscos de acidentes nas estradas, o que não é o nosso caso.


O foco da certificação, pelo que a Osram entende, visa a segurança do condutor, ocupantes do veículo e, claro, uma qualificação dos produtos que são vendidos na reposição, para que o consumidor não seja prejudicado neste processo. Vemos com bons olhos a ação. Provalvelmente, muitas empresas devem deixar de fazer parte do mercado, pela dificuldade em realizar a homologação, que é um procedimento que custa muito dinheiro e obviamente,  não possuir requisitos técnicos que as normas pedem.

Essas empresas não vão investir recursos para homologar o produto e perdê-lo no processo de certificação.

Com certeza, é algo que mudará bastante o setor automotivo.

A norma passa a vigorar em janeiro de 2013.

As importações de produtos após esta data não poderão ser feitas se estes estiverem certificados pelo Inmetro.

Cada produto ganhará um número de identificação, que deverá ser impresso na embalagem. A empresa ganha um certificado do Inmetro e para liberar as importações, será necessário usar esse documento, sendo que o Inmetro irá fiscalizar depois de um ano de sua emissão.

Ele faz um ensaio de manutenção para verificar se o produto que foi homologado há um ano atrás está tendo o mesmo resultado de laboratório do que está sendo comercializado de fato.

Esse é o grande ponto da certificação.

É na manutenção que iremos verificar se o que foi aprovado realmente atende as normas técnicas e se o produto continua chegando com qualidade no Brasil.

Os produtos em estoque, devem ser comercializados até dezembro de 2013.

Há seis meses para comercializar os produtos não certificados e homologados.

O canal de distribuição tem mais seis, que vai de junho de 2013 a janeiro de 2014 e o varejo tem até julho de 2014 para liquidar o estoque de produtos não homologados. Oficinas também devem comercializar neste período o estoque
sem certificação. Após esse prazo, todas as partes da cadeia de distribuição não poderão trabalhar com produtos que não estejam certificados pelo Inmetro.

Jornal Oficina Brasil: A Osram está em processo de certificação em todas as suas plantas?

Ricardo Leptich: Sim.
As oito plantas e os duzentos tipos de lâmpadas automotivas que comercializamos. Esse processo foi iniciado a três meses atrás e finalizaremos nos próximos meses. O processo envolve contratar uma OCP, Organismo de Certificação de Produto, que faz auditorias nas plantas e verificam uma série de requisitos.

Após a auditoria, vinte lâmpadas de cada modelo são colocadas no laboratório para fazer ensaio de vida, torção de parâmetros elétricos e ensaios que a portaria pede.
Aprovados, os produtos recebem os certificados.