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Novo Honda Fit 1.5 CVT mantém liderança em seu segmento, com melhorias na reparabilidade


Mulheres que atuam na reparação automotiva participaram desta avaliação e explicam por um olhar feminino por que este monovolume nipônico faz tanto sucesso

Por: Jorge Matsushima - 11 de março de 2016

O Honda Fit chega à sua terceira geração (foto 1), e é um verdadeiro fenômenos de vendas no mercado brasileiro. A fábrica da Honda Automóveis do Brasil, localizada em Sumaré-SP, deve atingir este ano a expressiva marca de 600.000 unidades produzidas. Em 2015, segundo dados da Fenabrave, foram emplacadas 42.476 unidades que equivalem a 63,02% do segmento, ou seja, ele sozinho vendeu quase que o dobro da soma de todos os seus concorrentes.

Além das consagradas virtudes técnicas, o Fit reúne outros atributos importantes que influenciam os compradores, particularmente as mulheres e casais que dividem o carro. 

Sempre em busca de praticidade, segurança e conforto, as mulheres exercem influência quando o assunto é a compra de um carro novo, e nada melhor do que consultarmos o Guia de Oficinas Brasil e registrar os depoimentos de reparadores e reparadoras para avaliarmos a evolução técnica e os fatores adicionais que tornam o Fit tão atraente. Participaram desta matéria:

Patrícia Sobreira Garcia (foto 2 dir), 35 anos, administradora de empresas, sócia há 10 anos na Canaã Serviços Automotivos (localizada no bairro de Pinheiros em São Paulo) junto com Rogério Rodrigues dos Santos Ferreira (foto 2 esq), 39 anos, diretor técnico, que trabalha no segmento automotivo desde os 15 anos.

Geruza Antunes (foto 3 esq), 29 anos, empresária, 8 anos trabalhando no ramo automotivo na empresa Chip Car Auto Elétrico (localizada na cidade de Louveira-SP) que montou junto com o marido, Vando Roberto Martarello (foto 3 dir), empresário e eletricista de autos, 37 anos e 22 anos de ofício. 

Cristina Piarulli de Souza (foto 4 centro), 46 anos, empresária, 15 anos sócia proprietária da Piarulli Centro Automotivo localizada no bairro da Bela Vista em São Paulo. Antes da Oficina própria, Cristina já trabalhou como auxiliar administrativa de outra oficina, e foi uma das primeiras motoristas de guincho a atuar na capital paulista. 

Wilson Climaco Barbosa (foto 4 esq), 32 anos, mecânico geral, trabalha há 15 anos no ramo e há 9 anos na Piarulli C.A. e Dirceu Natalício Ferreira da Cruz (foto 4 dir), 27 anos, reparador automotivo, há 12 anos, sendo 7 deles na Piarulli C.A.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Patrícia, Geruza e Cristina nos ensinam que as mulheres encaram o veículo de uma forma um pouco diferente dos homens, e alguns requisitos importantes a serem considerados são a confiabilidade técnica, praticidade, segurança, conforto e estilo. Elas se mostram à vontade para apontar as virtudes e pontos fracos do Fit 3ª geração.

Patrícia comenta: “para um carro ser considerado prático, ele precisa de muitos porta-trecos, pois mulheres sempre andam com um arsenal de objetos como bolsas, smartphone, bijuterias e acessórios; compras diversas; material esportivo; animais de estimação... sem contar as mães com bebês ou crianças pequenas. Eu por exemplo uso praticamente todos os porta-trecos disponíveis no meu Fit 2011, e neste modelo novo, já não gostei porque sumiram com 3 porta-trecos, um para colocar garrafinha de água no painel do lado do passageiro (foto 5 antigo x atual); 

outro na lateral do porta malas (foto 6 antigo x atual) onde costumo guardar os óculos para andar de bike;

e o terceiro que pouca gente conhece, que fica em baixo do assento do banco de trás lado esquerdo (foto 7 antigo x atual), onde eu guardo o manual e o documento do carro.

Não aprovo esta economia da Honda. Outro item que poderiam melhorar é acrescentar um porta-revista atrás do encosto do banco do motorista, igual ao que existe no banco do passageiro. Em compensação o console central ficou maior e ganhou novos nichos. Gostei”!

Geruza aprova a grande versatilidade e as possibilidades de configurações do banco traseiro (fotos 8A; 8B; 8C; 8D), que permitem levar uma infinidade de objetos dos mais variados tamanhos, e comenta: “É um sistema muito prático e inteligente.”

No porta-malas, Cristina lamenta a ausência dos pontos de fixação da “redinha”, e justifica: “Não gosto de nada solto dentro do carro. Para mim, lugar de objetos e bagagem é no porta-malas, e não em cima dos bancos. Mesmo a bolsa, por questões de segurança, coloco sempre no porta malas. O problema é que sacolas e outros objetos soltos no porta malas ficam deslizando de um lado para o outro, e às vezes acabam se esparramando. A rede que fixa a bagagem no porta malas é muito útil, e faz muita falta. Uma alternativa à “redinha” seria um carrinho dobrável em formato de caixa para carregar as compras, que poderia ficar no porta malas quando vazio”.

Por outro lado, Cristina observa: “aprovo a manutenção do estepe por dentro do carro, pois dificulta o furto. As oficinas precisam ter muita atenção com este item, pois volta e meia entram carros aqui sem o estepe, e o cliente ainda não percebeu que teve este item furtado. Se não for apontado na hora, na presença do cliente, cria-se uma situação complicada e constrangedora”. 

As 3 empresárias apontam o conforto e espaço disponível para os passageiros do banco de trás como ponto forte do Fit (foto 9), que contam com cinto de segurança de 3 pontos e encosto de cabeça para os 3 ocupantes, além do sistema de fixação isofix para as cadeirinhas de bebês e crianças pequenas; e concluem que poucos carros apresentam este grau de comodidade e segurança, e explicam: “normalmente são os nossos filhos ou parentes que viajam no banco de trás, daí a nossa preocupação com este espaço.”

Para conduzir o Honda Fit, motorista e acompanhante contam com diversos recursos e itens de comodidade (foto 10), e nossos entrevistados anotam suas percepções positivas e negativas:

Cristina sugere que as montadoras precisam incluir um espaço adequado para guardar as bolsas das motoristas como uma prioridade, e justifica: “é uma questão de segurança; bolsa em cima do banco atrai o interesse do ladrão. São poucos modelos no mercado que possuem sob os assentos dianteiros um espaço reservado para guardar e proteger bolsas, e este é um item muito valorizado por nós mulheres”.

Patrícia e Cristina não perdoam uma pequena “falha” da Honda em não incluir no espelho do quebra sol, a iluminação individual, e recomendam: “Mulher precisa se olhar o tempo todo, e à noite a iluminação central não é adequada para conferir o visual. Espelho no quebra sol precisa de iluminação individual, e precisa ter dos dois lados (motorista e acompanhante). Isso é básico!”

Rogério e Patrícia observam: “o ar condicionado deixou de ser digital, e voltou para o sistema tradicional de botões giratórios, o que é um retrocesso.”

Geruza opina: “a transmissão automática é um item de comodidade bastante adequado para a correria do dia a dia, principalmente para os usuários que enfrentam congestionamentos diariamente”. Pela mesma razão, Patrícia e Cristina também apontam a versão com transmissão automática (CVT no caso do FIT) como a preferida pelas mulheres, e por muitos homens também.

O novo painel de instrumentos e o volante multi funções também agradou a todos os entrevistados; o sistema multimídia com conectividade e a câmera de ré multivisão também receberam muitos elogios. Patrícia comenta: “hoje em dia passamos muitas horas no trânsito, e estar conectado é essencial para aproveitarmos melhor o nosso tempo. Com os comandos no volante, podemos fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas com segurança”!

Cristina faz outra sugestão para a montadora: “Já está na hora ‘deles’ lançarem um dispositivo adequado para acomodar e fixar o smartphone. Ele já é parte importante para a conexão e o deslocamento das pessoas”.

Geruza e Cristina elogiam a excelente ergonomia do assento do motorista, que proporciona conforto e uma ótima posição para conduzir o carro de forma segura. O volante, o apoio para o pé esquerdo e os bons retrovisores reforçam esta percepção.

Na parte externa, a reluzente cor azul netuno metálico destaca ainda mais as linhas urbanas e futurista do Novo Fit, que agradou a todos quase que por unanimidade. A exceção ficou por conta de Patrícia, que achou um certo exagero o recurso estético das falsas entradas de ar no para-choque traseiro (foto 11), e comenta: “Isso agrada mais aos homens. Mulher geralmente prefere carros mais redondinhos e delicados”.

Já Cristina e Geruza aprovam o desenho mais esportivo, moderno e imponente do Novo Fit, e Cristina aprova o design das rodas aro 16 calçadas com pneus 185/55R16 (foto 12).

DIRIGINDO O FIT CVT

A transmissão continuamente variável (foto 13), ou CVT (Continuously Variable Transmission) já chama a atenção logo de saída. Além das posições P (Estacionamento), N (Neutro) e R (Ré), ela possui as opções D (Drive) para uma condução normal e econômica; S (Sport) para uma tocada mais esportiva, e L (Ladeira) para aclives ou declives acentuados. Como o próprio nome diz, não há uma troca de marchas, e sim uma variação contínua de infinitas relações. Por esta característica as acelerações e retomadas são sempre suaves e sem solavancos, e todos se adaptaram rapidamente ao modo de condução, seja econômico, esportivo ou em subidas acentuadas com anda e para; e o novo Fit CVT se saiu muito bem, e sua performance foi aprovada por unanimidade.

O painel de instrumentos Bluemeter (foto 14) também agradou a todos os participantes do teste, e conta com um computador de bordo de coloração branca e azulada nos instrumentos, e um indicador luminoso que auxilia a busca por uma condução mais econômica, ficando verde para a maior economia, azul para consumo intermediário, e vermelho para maior consumo.

Outro componente de dirigibilidade bastante citado e elogiado foi a direção com assistência elétrica progressiva EPS.

Rogério: “A suspensão está mais macia e bem calibrada do que a versão anterior, mesmo com a roda aro 16 e pneu de perfil baixo, e a melhora é nítida. As ‘trocas de marchas’ são imperceptíveis, são contínuas mesmo! O assistente de condução econômica é bem interessante, e faz a gente rever o modo de condução.

Patrícia: “adorei o volante, mais leve e suave. A câmera de ré tem ótima resolução e ampla visão. O silêncio interno melhorou. Ele também é mais macio comparado à versão anterior. Este carro acelera muito bem, mesmo em ladeiras íngremes, e o desempenho se ajusta tanto para pessoas mais tranquilas, como não decepciona aqueles que gostam de acelerar um pouco mais forte.” 

Geruza: “a confiabilidade mecânica e a versatilidade do Fit transmitem muita segurança e bem estar, e com ele as pessoas conseguem realizar sem preocupações as tarefas do dia a dia, como levar as crianças para escola, fazer compras, ir ao trabalho, etc.” 

Vando: “nós podemos dizer por experiência própria que Honda são carros muito confiáveis e duráveis, bastando seguir as manutenções periódicas. A transição de marchas é bem suave e eficiente, a direção elétrica é muito leve, a resposta do motor é excelente, a suspensão é estável, macia e silenciosa e proporciona muita estabilidade, bem ajustada para uso urbano e para viagens, enfim, me parece ser mais um ótimo carro da Honda. Esta câmera de ré é muito boa, ela abre o campo de visão e ajuda muito.” 

Cristina: “eu não me dou muito bem com câmera de ré, mas este aqui ajuda mesmo. A direção elétrica é muito macia, e eu gostei muito do design e da iluminação azulada dos instrumentos. O assistente de economia é muito útil e interessante. O câmbio CVT é suave, e eu gostei da opção de condução no modo esportivo, com uma aceleração bem mais poderosa! Piloto automático eu dispenso, prefiro eu mesma acelerar! E o consumo, segundo o Inmetro é dos melhores né?”  (O modelo Fit CVT 2015 obteve Classificação A no PBE – Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, registrando 8,34(E)/12,27(G) km/litro em ciclo urbano e 9,90(E)/14,14(G) km/litro em ciclo estrada. Recebeu o Selo Conpet de Eficiência Energética em 2015). 

Wilson: “os freios ABS/EBD atuam de forma suave mas bem firmes; e nas subidas bem acentuadas, ele se sai muito bem. Gostei do motor, da transmissão, mas a suspensão está com um barulho, um toc toc que não é usual na linha Honda. Fiquei incomodado com este ruído, parece um batente ou outro componente com folga. A estabilidade e absorção das ondulações do piso é muito boa, mas quero ver de onde vem o barulho”.

MOTOR 1.5 IVTEC FLEXONE

O confiável e robusto motor 1.5 i-VTec FlexOne (foto 15) é equipado com o controle eletrônico variável de sincronização e abertura de válvulas, e gera 116 cv de potência a 6.000 rpm, e torque de 15,3 kgf.m a 4.800 rpm com etanol. O motor foi otimizado com o aumento da taxa de compressão, comando de válvulas redesenhado, e atrito e peso reduzidos, proporcionando maior torque em baixas rotações. O sistema de injeção é o  PGM-FI (Programmed Fuel Injection) que nesta versão dispensa o uso do tanque auxiliar de partida a frio.

Tanto Rogério da Canaã (foto 16) quanto Wilson e Dirceu na Piarulli (foto 17), conseguiram um Fit 2011 para realizar algumas comparações e identificar as principais mudanças, e elas são bastante favoráveis na questão da reparabilidade do motor.

A primeira mudança bastante visível é a substituição do coletor de admissão de alumínio pelo de plástico (foto 18 antigo x atual). A segunda é um novo desenho do prolongamento da base do para-brisa, que criou uma abertura maior de acesso entre o motor e a parede corta fogo.

Com esta modificação a principal queixa dos reparadores em relação ao motor do Fit, que era o péssimo acesso às velas de ignição, deixou de existir, pois agora há espaço suficiente para manuseio e troca deste item. A remoção do coletor de plástico também é bem simples e facilita o acesso aos injetores.

Rogério comemora estas melhorias que vão facilitar bastante os procedimentos de substituição das velas neste modelo, e comenta: “além das velas, agora podemos acessar por cima os sensores de oxigênio também. Ficou muito bom!”

Vando destaca a tecnologia flexone da Honda, que promove quando necessário (baixas temperaturas) o pré-aquecimento do combustível na flauta, eliminando desta forma o sistema de tanque auxiliar de gasolina que tantos problemas podem causar pelo esquecimento ou negligência da manutenção por parte do proprietário. 

Wilson e Cristina destacam que a modificação no cofre do motor será muito benéfica para o proprietário e para os reparadores, pois a redução do tempo de trabalho é significativa.

Cristina relembrou os problemas que os modelos da Honda, sobretudo o Fit, enfrentaram nas primeiras etapas da Controlar. “Aquela fase foi terrível, e alguns modelos Fit passavam várias vezes na vistoria até conseguir a aprovação. Se a inspeção voltar, vamos torcer para que nesta nova geração de motores, a montadora já tenha resolvido esta questão.”

Rogério e Wilson destacam que o acesso geral para manutenção dos componentes no cofre do motor é bastante tranquilo, tais como reposição de óleo e fluidos, troca do filtro de ar, troca de fusíveis e relés, pontos de manutenção do ar condicionado, correia de acessórios, módulo, corpo de borboleta, sensores e atuadores em geral. Na parte elétrica, Vando relata que na Chip Car os clientes vão lá basicamente para trocar lâmpadas ou bateria. Dificilmente precisam de serviço de manutenção no alternador ou motor de partida.

TRANSMISSÃO E DIREÇÃO

A caixa de transmissão CVT (foto 19) é da nova geração Earth Dreams, cuja principal novidade é um conversor de torque e uma elasticidade de giro maior, que melhora a tração em baixas velocidades, proporcionando uma resposta mais rápida, aceleração linear e economia de combustível. Para sua remoção e reinstalação, é necessário remover a cobertura do cárter e o agregado da suspensão.

A direção com assistência elétrica progressiva EPS (foto 20), é composta de uma caixa de direção mecânica e um motor elétrico servoassistido instalado na coluna de direção. A manutenção do conjunto é bastante simples, com bons acessos. 

Rogério vê vantagens neste mecanismo separado, pois os componentes podem ser adquiridos separadamente, agilizando a manutenção e reduzindo custos para os clientes.

SUSPENSÃO E FREIOS

A suspensão dianteira (foto 21) é independente tipo Mc Pherson e os freios utilizam discos ventilados e pinça flutuante.

A suspensão traseira (foto 22) é independente tipo barra de torção com molas helicoidais. Os freios são a tambor.

Rogério constatou que houve mudanças significativas na estrutura do carro e de diversos componentes da suspensão, visando redução de peso, melhor eficiência e economia de combustível. E relata: “A estrutura da carroceria parece mais reforçada, e o agregado da suspensão tem recortes que aliviam o seu peso. A barra de torção também é diferente. Isto explica o bom rendimento da suspensão em pisos irregulares. A substituição de amortecedores, molas, discos e pastilhas de freio é bem tranquila, sem maiores dificuldades. No modelo anterior, a troca da bucha da barra estabilizadora dianteira exigia a remoção do quadro, mas neste modelo não é mais necessário, pois temos mais espaço, e é mais um item em que a reparabilidade melhorou significativamente. Na suspensão traseira a barra estabilizadora foi eliminada, e a barra de torção que tem um desenho bem diferente agora fica voltado para baixo, e com o novo desenho incorpora a função da barra estabilizadora também, reduzindo peso e custos. O restante das peças está posicionado da mesma forma.”

E o atento Rogério detecta uma falha inesperada: “Olha este amortecedor traseiro esquerdo, está vazando óleo (foto 23)! Para um carro da Honda com apenas 12.000 km, isso é difícil de acontecer. Por ser um carro de teste, podem ter judiado dele e acabaram danificando a peça; mas a revisão da montadora deveria ter detectado essa falha antes de entregá-la para jornalistas, e principalmente para nós reparadores!”

Wilson e Dirceu comentam: ”aquele toc toc que ouvi no percurso pode ser deste amortecedor sim. Mas se este amortecedor já vazou com 12.000 km, pode ter mais peças danificadas na suspensão. Seria interessante um diagnóstico mais detalhado. No geral, o Fit não apresenta muitas dificuldades na manutenção de freios e suspensão, e a durabilidade dos componentes é boa. Neste modelo novo, a pastilha de freio é diferente, mas os discos e as bandejas parecem os mesmos. A Honda parece ter sido bem-sucedida na remodelação dos itens de suspensão, aliviando peso, eliminando alguns componentes e melhorando a eficiência. Agora o tempo vai dizer se o novo conjunto vai durar tanto quanto o antigo.”

OUTROS ITENS

Rogério e Wilson observam que a maioria dos itens de manutenção básica por baixo do carro estão bem posicionados e não mudaram de posição, como o filtro de combustível externo de fácil acesso (foto 24), o filtro de óleo, escapamento e catalisador, sensores de oxigênio (foto 25).

Rogério lembrou que, em alguns Fits antigos, o marcador de combustível apresenta uma anomalia sempre que reabastece o tanque. Foi lembrado de que este item faz parte de um recall, e que provavelmente esta peça pode ser substituída na garantia.

Vando registra: “na parte elétrica esse carro gera pouca demanda. Aqui na Chip Car ainda não atendemos nenhum caso de reparo em alternador, motor de partida, eletro ventilador do arrefecimento, enfim. O que aparece mesmo é troca de lâmpadas, bateria e instalação de alguns acessórios como alarme e módulo dos vidros. As lâmpadas são comuns e os acessos tanto nos faróis, lanternas dianteira e traseira e farol de neblina são bem tranquilos”.

Dirceu aprova a adoção das palhetas de silicone, mais eficientes e mais duráveis.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Rogério comenta: “informações técnicas para veículos Honda, eu geralmente recorro à internet, pesquiso muito fora, principalmente em sites americanos pois nos EUA tem muito Fit rodando, e lá as informações são mais abertas. Aqui é muito ruim, a Honda do Brasil não disponibiliza nada. A exceção fica por conta do site do Oficina Brasil que tem bastante informação. Até hoje, nós não precisamos de informações mais técnicas ou detalhadas do Fit, pois as manutenções realizadas sempre ficam nos itens básicos. Mesmo Civic mais velho, não precisa de muita coisa, e o que eu tenho nos equipamentos tem sido suficiente, pois não é um carro que quebra com frequência. Aqui em um dos nossos equipamentos de diagnóstico (foto 26), consigo as leituras básicas de funcionamento deste motor.”

Vando comenta: “na nossa rotina de autoelétrico, eu me baseio nas informações contidas no equipamento de diagnóstico (scanner), literatura técnica por assinatura, e quando necessário ligo para os instrutores dos cursos técnicos que fazemos, e também troco informações com outros reparadores da região, pois a gente sempre se ajuda e troca informações”.

Cristina lamenta: “a maioria das montadoras, incluindo a Honda, não se preocupam com o acesso a informações técnicas sobre a manutenção dos seus veículos. As concessionárias seguem a mesma linha e são muito fechadas. Por isso recorremos à internet”. E Wilson complementa: “Uma boa fonte de informações na internet é o Fórum do Oficina Brasil, pois lá encontramos o relato de reparadores experientes que já enfrentaram problemas semelhantes ao que estamos pesquisando, e eles dão as dicas passo a passo para resolver o problema. Saindo da internet, nós guardamos todos os artigos técnicos que recebemos, principalmente o Jornal Oficina Brasil.”

Rogério finaliza: “As montadoras poderiam disponibilizar os manuais técnicos para as oficinas. Lá fora por exemplo, em alguns países, isso é obrigatório. No Brasil, eu apoio iniciativas como os da Fiat, Chevrolet, Volkswagen, Ford, Mitsubishi e outras montadoras que já iniciaram este processo. É bom para o reparador, e melhor ainda para o cliente da marca”.

PEÇAS DE REPOSIÇÃO

Na avaliação de Rogério, o preço das peças genuínas Honda geralmente é competitivo e comenta: “A diferença para o mercado paralelo é pequena, e em alguns casos até mais barato. Esses dias cotamos os amortecedores do Fit, e eles estavam mais baratos na concessionária do que os Cofap no distribuidor. A exceção fica por conta dos itens de alto giro como pastilhas e discos de freio, que neste caso contam com bons fornecedores no mercado paralelo, e a diferença é grande em relação ao genuíno. Na Canãa, nosso mix de compra de peças fica em 30% na Concessionaria (qualidade e preço competitivo); 40% no Distribuidor (itens de giro) e 30% entre varejo e importadores especializados.”

Vando comenta: “peças para veículos Honda, vou direto na concessionária aqui de Vinhedo (cidade vizinha) onde temos cadastro, e os preços são acessíveis e competitivos. Na Chip Car as compras de peças se dividem em 50% no Distribuidor (peças de giro como lâmpadas e baterias) 20% na Concessionária (peças específicas) e 30% no varejo (compras avulsas e emergenciais).”

Cristina avalia: “As peças de alto giro como filtros, pastilhas e discos de freio, você encontra boas opções no mercado paralelo. Mas nos demais itens a procedência pode ser duvidosa, e nestes casos damos preferência para as genuínas, que muitas vezes são bastante competitivas em termos de preço. Mas é preciso pesquisar sempre, pois alguns itens na concessionária fogem da margem competitiva, com valores abusivos, e nem sempre o cliente tem recursos para bancar. E aí cabe a nós encontrarmos uma alternativa confiável e viável. Tem muitos itens importados com preços atraentes, mas ninguém sabe bem a procedência e qualidade. Preferimos apostar nas marcas conhecidas e com qualidade comprovada. Por estarmos em uma região próxima do centro de São Paulo, a logística de entrega de peças é fundamental para a nossa atividade, e por isso 70% das nossas compras é feita no varejo, pois eles são competitivos, entregam rápido e nos ajudam a “caçar” peças no mercado; 20% nas concessionárias (peças cativas) e 10% no Distribuidor (itens de alto giro).”

Wilson considera bom o estoque para pronta entrega das Concessionárias Honda próximas, mas as peças solicitadas por encomenda levam em média de 5 a 10 dias para chegar, o que pode causar desconforto para o cliente.

RECOMENDAÇÃO

Cristina: “recentemente indiquei o Fit para duas pessoas diferentes, que compraram o carro e estão bem satisfeitas. A vantagem de indicar o Fit é porque você fica tranquilo de que a pessoa não terá problemas. É muito difícil um Honda chegar guinchado em nossa oficina, e quando chega, geralmente é porque o cliente se descuidou e não fez as manutenções na hora certa, afinal, o carro é muito bom, mas não é inquebrável, e precisa de manutenções periódicas como outro qualquer”.

Rogério e Patrícia (intercalando):  “O carro evoluiu muito, principalmente no design, mas internamente ficou um pouco mais pobre, acho carro da Honda meio básico por dentro. É básico, mas bem funcional e prático. É carro para quem não quer dor de cabeça. São carros que chegam tranquilamente acima dos 100.000 km sem apresentar maiores problemas, claro, desde que sejam efetuadas as manutenções preventivas. As versões automáticas são muito procuradas, o que garante um bom valor de revenda.”

Geruza: “um defeito para comentar é o preço do carro, muito alto. Mas não parece ser o problema para muitas pessoas, e uma parte deste investimento pode ser recuperado no baixo custo de manutenção e na economia de combustível. Como proprietária de Auto Elétrica, o nosso histórico se resume a troca de lâmpadas, baterias e instalação de acessórios. Além das virtudes que já falamos, o Novo Fit tem um design muito atraente, que agrada tanto homens quanto mulheres. A ótima reputação de carro confiável não é por acaso, e este é o principal aspecto que endossa a nossa recomendação.”

CONCLUSÃO

Os critérios que mulheres consideram para escolha de um veículo novo são diferentes dos considerados pelos homens; mas na parte técnica, elas não dispensam a ajuda e os conselhos de um especialista, geralmente um reparador automotivo de confiança, ou alguém que entenda da parte técnica do carro. 

Ao se certificarem que o modelo pretendido é tecnicamente confiável, ou seja, um carro que não as deixarão na mão por quebras frequentes, outros itens como economia de combustível, baixo custo de manutenção, conforto, versatilidade, praticidade, segurança, e um belo e atraente design serão fatores a serem considerados.

E embora a Honda do Brasil continue distante do reparador independente, responsáveis pela eficiente manutenção da maior parte da frota circulante Honda no país; reparadoras e reparadores mostram a sua competência e versatilidade, obtendo informações técnicas corretas das mais variadas fontes, e comprovam que continuam soberanos na escolha das peças a serem aplicadas, sem abrir mão da qualidade e confiabilidade, mantendo centenas de milhares de clientes Honda satisfeitos pelo país.