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Crise? Que crise?


Toda crise é uma oportunidade de repensarmos o que fazemos e como fazemos.

Por: Marcelo Gabriel - 11 de maio de 2015

Sempre que ouço a palavra crise me lembro da Amália Sina. Filha de chineses e executiva brasileira, ela foi presidente da Philip Morris, da Walita e vice-presidente da Philips e conseguiu conciliar a garra de gestora contemporânea com a sabedoria milenar de seus antepassados.

Foi com ela que aprendi que em chinês crise e oportunidade são representados pelo mesmo ideograma (aqueles símbolos gráficos dos idiomas chinês, japonês e coreano). Um ideograma traduz um conceito, uma ideia-força, um eixo de raciocínio. E é justamente esta sutileza que fica evidente quando pensamos no conceito de crise como oportunidade e de oportunidade como crise.

Toda crise é uma oportunidade de repensarmos o que fazemos e como fazemos. Ouvimos no noticiário que o país está em crise, que a venda de veículos novos está em queda, que há aumento do desemprego, etc, etc, etc. Tudo isso é verdade e é uma crise, dentro do conceito da Economia Schumpeteriana ou Marxista. Mas também é uma oportunidade.

Com o arrefecimento na venda de carros novos nota-se uma corrida às oficinas independentes para manter o bem que se tem e deixá-lo em condições de uso ou em condições de venda se o cinto apertar muito. Mas como não estamos vivendo períodos de vacas gordas, o que se observa é a escolha pela manutenção mínima, apenas o indispensável para seguir operando.

E onde está a oportunidade? Escondida nesta crise. A Economia é cíclica, já está provado empiricamente e a um ciclo recessivo sempre se segue um ciclo de bonança e se você cuidar bem do seu cliente hoje que as coisas não estão tão bem, as chances dele voltar no momento da boa maré são maiores.

Nesta edição trazemos a cobertura da maior feira de autopeças da América Latina: a Automec, que foi realizada em São Paulo entre 7 a 11 de abril e mostrou ao mercado automotivo que somos fortes e bem consolidados. Já se passaram 20 anos da primeira edição da Automec, uma reivindicação justa da indústria de autopeças que se via sem espaço no Salão do Automóvel e encontrou seu espaço numa feira que hoje faz parte do calendário mundial de eventos ao lado da Automechanika Frankfurt e da AAPEX em Las Vegas.

Além da grandeza econômica e da representatividade do setor a feira também mostra o lado humano desta grande cadeia de valor. São executivos, empresários, comerciantes e profissionais que, durante cinco dias, transformam o Parque Anhembi no centro do mercado. E é muito bom encontrar os amigos do Norte, do Nordeste, do Centro-Oeste, do Sul e mesmo os mais próximos aqui do Sudeste sempre com um sorriso e um abraço e aquela sensação de que fazemos parte de um mesmo universo.

E aproveitamos a feira para reunir os seguidores do Fórum do Jornal Oficina Brasil que pela primeira vez deixaram o espaço virtual para se encontrar em um evento presencial, marcado pela confraternização, troca de experiências e aprendizado, com uma palestra sobre Tecnologia em Lubrificantes da Mobil. Os detalhes deste encontro estão nas páginas 32 e 33.

Sempre reiteramos aqui que o mercado de reposição é o porto seguro nas crises, o que seria o mesmo que dizer, dentro da ótica chinesa, que o mercado de reposição é o mercado das oportunidades e isso é verdade. Em conversa com executivos e empresários durante a Automec, os ânimos estão positivos com boas notícias vindas de vários lados. Obviamente que há aqueles que não estão entusiasmados mas, de um modo geral, é possível passar por este período e ter algum sucesso. Quando a época é de vacas gordas até os incompetentes se dão bem, em épocas de vacas magras só os melhores sobrevivem.

De nossa parte estamos olhando este momento pelo lado da oportunidade e você?

Boa leitura.

Marcelo Gabriel
Diretor