Notícias
Vídeos

Automec, Itália medieval e reparador verde


Até que enfim os expositores dão mostras de certo “amadurecimento” e começam a encarar a feira como um evento “de negócios” e não de badalações.

Por: Cassio Hervé - 15 de maio de 2013

Em abril a “feira do aftermarket” viveu sua 11º. edição entre os dias 16 e 20 e para aqueles, que como eu, acompanham o evento desde sua primeira edição em 1993, uma coisa ficou clara:

Até que enfim os expositores dão mostras de certo “amadurecimento” e começam a encarar a feira como um evento “de negócios” e não de badalações.

Refiro a isso, pois observei que os estandes estão mais discretos e mais parecidos com “offices” ao invés de casas de espetáculos, cassinos, boates e similares.

Em muitas edições da AUTOMEC e no auge dos investimentos milionários em estandes cinematográficos, eu me perguntava - avaliando pelo ponto de vista do marketing - o que levava muitas empresas a investir uma verba, que muitas delas não dispunham (numa avaliação “racional”), para jogar tudo na pirotecnia?

Mercadologicamente falando e em termos de ROI, acho que nunca uma empresa que gastava em mega estandes (comprometendo às vezes 50% de sua verba anual de marketing) conseguiu “fechar a conta”, ou seja, comparando o que investiu e o que observou de retomo. Porém em termos de “imagem” todos ficavam satisfeitos e os representantes do “mercado” (composto pelas altas patentes da cadeia de reposição) reconheciam a “aprovavam” tais exageros.

Esta “cultura” que prevaleceu por anos a fio nos reporta a história italiana quando, no final da idade média, a cidade Toscana de San Gimignano foi palco de uma feroz disputa entre as famílias mais ricas do lugar. Para provarem seu poder, estas famílias erguiam em suas casas torres gigantescas que passavam dos 70 metros! (muitos destes “monumentos à vaidade” ainda estão de pé e fazem a alegria dos turistas que visitam a cidade).

Pois a dispura por estandes diferenciados da AUTOMEC nas edições passadas reviviam o clima da velha San Gimignano, onde ao invés das altas torres, encontrávamos muitos metros quadrados de caríssimos estandes animados com serviços de buffet à altura do Ritz de Paris!

Apesar de minhas críticas e certo tom de deboche, é fundamental que nós do Oficina Brasil reconheçamos que também fomos vítimas da “síndrome de San Gimignano” e por anos a fio gastamos dinheiro construindo nossas “torrezinhas” no Anhembi.   Considerando nosso ramo de atividade (marketing direto), tais gastos eram ainda mais despropositados que os dos fabricantes de autopeças. Sabe lá se não tivemos uma encarnação pela Itália medieval....

Porém, quem esteve na AUTOMEC 2013 pode conferir que nós também “amadurecemos”, a ponto de decidirmos ficar fora “fisicamente” da AUTOMEC 2013, optando pela presença de nossa marca, com eficientes recursos de sinalização no ambiente do Anhembi. Agora, passado o evento, avaliamos que nossa decisão foi acertada e o ROI ficou evidente para nós.

Resultado: neste novo cenário a feira não perdeu em nada sua importância, muito pelo contrário, o atual modelo só comprova sua importância e expressão no campo dos negócios.

A única coisa negativa que observei foi que com os estandes menos sofisticados a decrepitude do Anhembi ficou mais exposta, e o grande “show” fica por conta (numa comparação com os eventos no exterior) do cenário “terceiro-mundista” do ambiente.

Ainda sobre a Automec, acompanhamos de perto o Congresso do “SINDIREPA Nacional”, com organização da Reed Alcântara, que aconteceu no último dia da feira, no sábado pela manhã.

Além da fantástica programação apresentada aos mais de 500 profissionais presentes, nossa CINAU (em parceria com as Universidades 9 de Julho e Uninove) realizou uma pesquisa, com o público presente, sobre “consciência ambiental”. Assim confira nesta edição, além dos conteúdos que você está acostumado a curtir, uma matéria sobre a AUTOMEC, agora mais “profissional” e a pesquisa sobre consciência ambiental, que prova que o reparador é verde!

Boa leitura.

Cássio Hervé

Diretor