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VW Polo 1.6 Flex é bem visto na oficina


Na avaliação do Polo foram apontadas mais recomendações de como evitar e corrigir falhas que podem ser provocadas pelos reparadores ou proprietários do que defeitos crônicos de fabricação. Um bom sinal

Por: Marco Antonio Silvério Junior - 18 de outubro de 2011

É raro ouvir um reparador que não recomende o VW Polo, e nesta avaliação podemos comprovar que realmente há poucos problemas devido à baixa durabilidade ou por falhas de fabricação. Ouvimos os membros do conselho editorial e coletamos boas dicas de diagnóstico e para evitar problemas quando efetuar intervenções.

O motor EA 111, apesar de não ser muito potente, tem bom torque a partir de baixas rotações, são 14,5 kgfm a 3250 rpm, com uma curva bastante plana, por isso garante boa dirigibilidade. A nova geração deste motor foi disponibilizada a partir de 2009, onde a taxa de compressão foi elevada de 10,8:1 para 12,1:1, obtendo um torque de 15,6 kgfm a apenas 2500 rpm quando abastecido com etanol, enquanto a potência praticamente se manteve (103 cv para 104 cv com etanol).

Esta modificação foi feita junto a um novo comando de válvulas com tempo de abertura das válvulas de escape reduzido e atrasado enquanto a de admissão foi adiantada. O filtro de ar também foi modificado para proporcionar a captação de ar mais frio. Para compensar o aumento da taxa foram instalados injetores de óleo na região dos anéis para um melhor resfriamento dos pistões.

A nova geração também teve o diferencial alongado para que o motor trabalhe em rotações mais baixas, propiciando um menor consumo de combustível e consequentemente um melhor nível de ruído. O sistema de escape também foi modificado, o coletor passou a ser feito em chapa de aço com o catalisador integrado, melhorando o nível de emissões de poluentes.

Injeção eletrônica
André Bernardo, da Design Mecânica de Campinas chamou atenção para o cuidado que deve ser tomado ao realizar a troca da bateria, pois este procedimento poderá ocasionar a queima da ECU, caso haja o contato entre o pólo positivo da bateria e o negativo, com a chave ‘L’ por exemplo.

A perda do parâmetro Ar/ combustível pode acontecer pelos seguintes motivos:
• Combustível de má qualidade;
• Sonda lambda com fim de vida útil;
• Falha no sistema de ignição (Velas, cabos de velas ou bobina) causando interferência na central eletrônica;
• Bicos parcialmente obstruídos por goma formada pelo uso constante de álcool;

Segundo André Bernardo, este problema também poderá ocorrer, caso o proprietário do veículo o abasteça e em menos de cinco minutos após sair do posto, chegue em casa ou simplesmente tenha que desligar o motor. Desta forma, o módulo que acabou de reconhecer uma nova entrada de combustível no tanque devido à subida do ponteiro, não terá tempo suficiente para identificar o que está sendo queimado, por isso recomendamos rodar por no mínimo 10 km antes de desligar o motor.

Procedimento de Adaptação do A/F no sistema Bosch 7.5.10:

1. Desconecte a ECU do veiculo por 5 minutos e conecte-a novamente.
2. Dê a partida no veículo acionando (pisando) simultaneamente o pedal do freio e o pedal do acelerador. Nesta condição a ECU estará assumindo a Condição Padrão (50% álcool e 50% gasolina).
3. Aguarde alguns minutos com o veículo ligado para adaptação automática do A/ F.

O conselheiro Paulo de Aguiar, da Engin, recomenda que, após problemas devido a abastecimento com combustível adulterado, seja feita também a substituição da sonda lambda, pois poderá prejudicar o desempenho e o consumo do motor. Em condições normais, recomenda-se que a troca seja feita a cada 60 mil km, pois mesmo sem falhas aparentes, pode estar causando os problemas citados.

Segundo Julio de Souza, da Souza Car, defeitos no sistema de ignição, onde a corrente que passa pelos cabos de ignição se torna muito alta, podem causar problemas de perda de aceleração, devido ao corpo de borboleta ficar inoperante por interferência. Devido à longa duração da bateria destes veículos e a possibilidade de confundir com uma falha do corpo de borboleta, verifique as condições de carga da bateria e se o alternador está funcionando corretamente quando o motor estiver apagando em marcha lenta.

Ainda, quanto ao sistema de ignição, Sergio Torigoe, do Auto Elétrico Torigoe, falou sobre a possibilidade de falhas intermitentes do motor devido a defeito na bobina. Quando fizer a substituição, reforce também os aterramentos do motor e da bobina, que deve ser de boa procedência.

Amauri Gimenes, do centro automotivo Vicam, informou que o conjunto válvula termostática costuma apresentar vazamentos e deve ser substituído por completo, não apenas válvula e tampa.
Lembrou também que devemos usar aditivos nos sistema de arrefecimento na proporção de 40% de aditivo e 60% de água.

Suspensão
Aqui está talvez o principal problema deste modelo. A durabilidade das buchas de bandeja é extremamente baixa. O veículo que avaliamos na oficina Box Mecauto, do conselheiro Fabio Cabral tinha pouco menos de 20 mil km e já apresentava trincas neste componente. Fábio explicou que a bucha original possui uma posição de trabalho, porém o esforço acontece também na direção em que não há borracha para amortecer, por isso a fragilidade.

A recomendação de Fábio é que sejam instaladas buchas do VW CrossFox quando for necessária a troca, já que estas possuem borrachas nas duas direções de trabalho, prolongando e muito a vida útil das mesmas.

Pancadas muito fortes ao passar por buracos podem danificar as torres dos amortecedores e também o agregado da suspensão. Segundo o conselheiro Paulo de Aguiar, da Engin, neste caso, compensa substituí-lo, pois o preço na concessionária é razoável e evita a necessidade de um alinhamento técnico, que pode não ficar correto.

O conselheiro Julio informou que é preciso muita atenção quanto a ruídos provenientes do câmbio, pois costuma ocorrer um defeito na placa de rolamentos gerando folga nas engrenagens planetárias. Julio já teve casos onde foi preciso efetuar a troca da carcaça pois estava desgastada internamente.