CONCEITOS BÁSICOS
O aumento da tecnologia embarcada nos novos veículos traz benefícios inquestionáveis aos usuários, afinal de contas todo o avanço tecnológico leva os ocupantes dos veículos ao mais absoluto conforto e comodidade, além de um nível de segurança inexistente nos primórdios. Porém todas vantagens são regidas por circuitos complexos e compactos, além de micro controlados por componentes extraordinários quanto ao avanço tecnológico, porém altamente vulneráveis aos mais variados fenômenos eletromagnéticos.
COMPATIBILIDADE ELETROMAGNÉTICA AUTOMOTIVA
O que é? O que trata? Qual a importância?
“Compatibilidade Eletromagnética é a propriedade de um determinado sistema ou aparato em harmonizar-se com ruídos e espúrios eletromagnéticos gerados por fontes emissivas de espúrios elétricos conduzidos e radiados”.
A Compatibilidade Eletromagnética possui enorme importância, pois não visa-se apenas o conforto do condutor e passageiros, além disso coloca-se em risco a segurança dos mesmos. Campos Elétricos e Magnéticos são invisíveis, imperceptíveis e propagativos inclusive pelo ar. Tais grandezas são imunes às isolações, podem ser atenuadas, mas não eliminadas.
Um ruído eletromagnético pode colocar em colapso todo sistema de um veículo, por isso definimos 03 meios de propagação: a fonte de ruído, um meio de acoplamento e o receptor afetado. Vale explicar que um determinado sensor ou circuito pode ter características de emissão (quando ele gera os espúrios) ou pode apresentar susceptibilidade (vulnerabilidade ao ruído).
ACOPLAMENTO CAPACITIVO – CAMPO ELÉTRICO
Caracterizado por condutores ou meios de condução paralelos entre si. Mesmo que separados pelo ar ainda haverá um efeito capacitivo entre os condutores entre os condutores é iminente, e tudo isso aliado à uma alta frequência origina uma impedância nula, ou seja a impedância entre duas linhas torna-se desprezível, mesmo estando os circuitos isolados. O resultado de tudo isso são ruídos provenientes de um ou mais condutores que tendem a gerar uma “confusão eletrônica” no circuito afetado.
Citaremos o Sensor Hall, sua malha metálica tende a blindar o sincronismo de rotação em relação aos demais cabos próximos e também ao bloco do motor. Sim, o motor trata-se de um compartimento metálico carregado constantemente de cargas estáticas, mesmo desligado, acreditem.
Afastar os cabos pode diminuir o valor da capacitância parasita, porém a atenuação será pífia em decorrência do ar que separa os circuitos e ainda assim mantem a característica capacitiva.
DICA VALIOSA: Uma blindagem torna-se inútil caso suas duas extremidades não estejam aterradas.
ACOPLAMENTO INDUTIVO – CORRENTE ELÉTRICA
Vale uma explanação rápida.
Uma corrente elétrica gera linhas de fluxo ao redor do condutor. Eis o fenômeno mais breve de Corrente Elétrica.
Imaginemos um fio com uma corrente de 20 A originará o fluxo magnético já citado. O fluxo magnético por ser rotacional pode circundar e influenciar fios paralelos ao cabo inicial. Finalmente, acoplamento magnético significa o acoplamento propriamente dito em outros fios próximos, essa influência do fluxo magnético em outros fios ou trilhas induzem correntes parasitas que poluem outros sistemas.
Existem inúmeros exemplos sobre tal problema em veículos. Começaremos por um sistema de som, o que acham de passarmos o cabo de alimentação do módulo ao lado dos cabos RCA? Muitos instaladores não realizam tal ação, porém desconhecem o motivo. Um cabo de alimentação induziria ruídos aos cabos RCA e prejudicariam a qualidade de som.
NOTA: Para indução magnética blindagens são inúteis. Os chicotes em um veículo são transpassados após um projeto apurado da Engenharia. Infelizmente instaladores sem a devida instrução passam cabos por locais errados e propiciam problemas futuros.
Alguns dos amigos já perceberam que cabos de transmissão de dados, airbag e cabos ligados aos sensores de rotação das rodas são entrelaçados. Existe um motivo físico e interessante para isso:
1) Tomaremos o exemplo do High-Bus e Low-Bus. Tratam-se de dois fios que se alternam entre 0V, 5V e -5V. A conformidade de tal linha de comunicação caracteriza-se pela diferença de potencial entre ambos os condutores. Caso surja 5V em um dos cabos e 3,5 no outro cabo, teremos um problema, certo? Entrelaçar os cabos é uma forma de maximizar a indutância dos cabos, e caso haja uma interferência magnética, esta afetará os dois cabos ao mesmo tempo, a diferença de tensão entre ambos manter-se a mesma e o sistema permanecerá funcionando normalmente. Por isso fios entrelaçados.
2) O mesmo vale para airbag, fios entrelaçados, em caso de uma perturbação magnética, induzirá a mesma corrente nos dois condutores, e isso (pasmem) evitaria a detonação esporádica. Interessante, não?
ACOPLAMENTO ELETROMAGNÉTICO
Trata-se de uma combinação dos campos elétricos e magnéticos radiados por alta-tensão e correntes altíssimas, e propaga-se através de ondas eletromagnéticas conduzidas pelo ar. Na Alemanha, a poucos anos um veículo perdeu os freios ao passar abaixo de linhas de transmissão. O mesmo vale para torres de Telefonia que devem possuir uma altura mínima. Neste caso o único meio de prevenção estende-se a fabricar módulos e carrocerias de alta relutância magnética, estabelecidas pelas Normas CISPR 12 e CISPR 25.
Pretendo montar um material mais abrangente devido a complexidade do assunto.
Abraços
Fontes: http://www.rede-emc.org.br/2012/10/29/seminario-das-redes-retic-e-compmagnet-novembro-de-2012/
Palestra realizada na UFSC no qual fui palestrante.
Respostas:
Sidimec,
Eu fico feliz pelo seu interesse por tal assunto. Confesso que resumi consideravelmente.
Mesmo sendo um texto longo desejaria que mais profissionais tomassem conhecimento de tal ciência que acompanha a eletrônica.
E, principalmente, apresentassem questionamentos.
Um grande abraço.
nos dias de hoje ate cachorro de madame tem celular,os engenheiros devem se desdobrar pra limitar essas interferencias,parabens pelos topicos iniciados por ti.....
Obrigado Miros,
Minha satisfação é acrescentar mais conhecimento aos amigos do Forum.
Abraço.
sera que sao inventar um sistema de igniçao que nao gere tanta interferencia como o atual?
Miros,
Isso é possível e já existe. Motores hibridos!
Vou contar-llhe um segredo, a fonte maior de ruído está na partida, já que o arranque gera um campo eletromagnético monstruoso. Porém os ruídos nao se restringem somente a isso. Atracamento de relés, acionamento de motores de vidros, ventiladores, sistemas de som, são grandes causadores de ruídos eletromagnéticos.
Sinceramente, atualmente é mais viável blindar o sistema automotivo com filtros e sistemas supressores que torná-lo um sistema limpo aos olhos da eletrônica. E admito a vc, amigo, é algo que trabalho a anos.
Qualquer colocação, duvida ou opinião serão bem vindas, meu caro.
Um grande abraço.
Sistema BSI Peugeut / CItroen
Este sistema contém informações para imobilizador, display quilometragem, iluminação, limpador e muitas outras configurações programadas Peugeot Citroen.
O software que controla a operação desses sistemas pode ser corrompido se a bateria foi substituída e o BSI não entrou em modo adormecer antes da desconexão da bateria velha ou entrado em operação após o restabelecimento da nova bateria ou, por vezes, sem qualquer razão em tudo !
O sistema pode ser reiniciado se um problema ocorreu assim nem tudo está perdido.
Siga este procedimento para o reset (reiniciar).
Já a janela motoristas totalmente aberta.
Abra o capô e certificar-se de que o equipamento está desligado incluindo a luz interior.
Feche todas as portas e retirar a chave da ignição.
Aguarde 3 minutos, desligue a bateria do veículo, em seguida, aguarde 15 segundos.
Volte a ligar a bateria do veículo e esperar mais 10 segundos.
Ligar as luzes laterais através da janela do motorista.
Ligar a ignição NÃO ligar o motor neste momento.
Segure o botão de bloqueio na tecla para baixo por 10 segundos, enquanto chave ainda está na ignição.
Desligar a ignição e retire a chave da porta abrir e fechar para testar sistema de travamento central.
Ligue o motor.
OBS;:
O módulo BSI/CSI nada mais é que uma caixa de serviços inteligente. É nela que todas as informações de um sistema multiplexado transitam e se encontram. Ela é o cérebro do sistema e, após receber todos os “inputs” ou sinais dos sistemas, como ar-condicionado, farol, som, entre outros, as distribui para os demais sistemas interessados. Por exemplo, ao estar a 100 km/h na estrada e de repente pisar com extrema força no pedal do freio, a CSI/BSI receberá informações sobre isto. Em seguida, ela informará os outros sistemas, como pisca alerta e air bag, sobre as condições momentâneas. Após a “conversa” dos sistemas, cada um resolverá o que fazer de acordo com a respectiva programação.