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Mais uma vez relatamos um caso prático ocorrido em oficina, onde o veículo apresentou um problema de difícil solução. Porém, ao ler o texto você verá que a solução era simples, mas que exigiu uso de ferramentas apropriadas
Flavio Xavier
Olá a todos os amigos reparadores do Brasil. Nesta edição comentaremos sobre a manutenção de um microônibus da Marcopolo, o Volare V5. A falha que antes parecia de solução trabalhosa, no fim das contas, tinha uma solução bem simples.
Histórico:
O veículo citado nesta matéria era de propriedade da prefeitura de uma cidade do interior do estado para transporte de escolares.
Ele apresentava falha de funcionamento com dificuldade de partida, baixo desempenho, consumo elevado e perda de potência.
Eventualmente tudo normalizava e o veículo se apresentava como normal. Este carro foi diagnosticado por outras empresas, inclusive especializadas em serviço diesel common rail, e nada foi constatado.
TODOS os componentes do sistema já tinham sido trocados para testes:
• Pedal de acelerador completo;
• Sensor de pressão do turbo e temperatura do ar;
• Sensor de rotação do motor;
• Sensor de fase do motor;
• Sensor de temperatura do motor;
• Sensor de presença de água no diesel;
• Chicote elétrico completo;
• Relés de alimentação;
• Bomba elétrica;
• Tubo distribuidor de combustível diesel completo (tubo rail);
• Conjunto de injetores;
• Bomba de alta pressão Bosch CP3;
• Válvula de controle MPROP;
• Válvula de controle do turbo compressor;
• Central eletrônica de comando do motor.
Além disto, foi colocado outro micro-ônibus igual ao lado e todas as peças foram transplantadas para teste de funcionalidade e uma análise da mecânica de motor. E o problema citado ainda persistia...
Após toda esta cadeia de eventos, fomos indicados e contactados para fazer uma análise do sistema, devido a nossa experiência na análise de sinais dos componentes com osciloscópio.
Ao entrevistar o responsável pelo veículo, ele relatou todo o descritivo de serviços efetuados e troca de peças para testes, e que o veículo apresentava esta falha desde ZERO KM, estando todo o tempo de garantia sem solução. Após o término da garantia, o problema persistia, MAS JÁ SEM GARANTIA.
Como a falha era eventual, usava-se o veículo quando estava bom, que ás vezes durava umas duas semanas e depois apresentava o defeito, ficando um, dois ou mais dias com ele.
A partir desta narrativa, começamos a efetuar os testes dos componentes do sistema de forma individual.
Partimos de uma rotina básica de testes, analisando os valores de trabalho com o multímetro e o osciloscópio.
Para nosso uso, aplicamos o osciloscópio de quatro canais da marca HANTEK, modelo DSO 3064.
Após esta constatação, foi efetuada a troca do referido anel de impulsos (roda fônica), e o veículo não apresentou mais a falha característica.
Nem sempre quando houver falhas no sistema diesel common rail, serão problemas relacionados á bomba de alta pressão ou injetores.
É de SUMA IMPORTÂNCIA dar atenção especial a parte ELETROELETRÔNICA do sistema, onde se faz necessário o reparador automotivo ter um correto conhecimento do funcionamento e leitura dos sinais dos componentes.
Nos treinamentos por nós ministrados, é uma característica dar GRANDE NFASE a esta área de análise técnica. O mercado está carente de profissionais com o devido conhecimento técnico de medições elétricas do sistema, aplicação de multímetro, interpretação de esquemas elétricos e correto uso do osciloscópio.
A imagem CORRETA deste sinal segue abaixo: