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A Viação Osasco está posicionada atualmente como uma das maiores empresas de transporte coletivo na região metropolitana de São Paulo, com duas garagens localizadas nos municípios de Osasco e Carapicuíba. Acompanhe como é feita a manutenção da frota dos 314 ‘carros’ da garagem de Osasco, nome este dado aos ônibus que percorrem as rotas municipais e intermunicipais do Consórcio Anhanguera.
Com uma área total superior a 30.000 m² e 1.200 funcionários, o setor de manutenção conta com 155 colaboradores incluindo borracheiros, funileiros, lavadores, manobristas e reparadores. Todos os departamentos possuem a filosofia de trabalho voltada para a economia e racionalização do consumo de peças e equipamentos. Segundo o diretor de manutenção Ricardo Moreira, “de dois anos para cá decidimos de uma vez por todas acabar com o desperdício e colaborar com o meio ambiente.
A primeira medida que tomamos para que isto fosse possível foi à parceria com os fabricantes e fornecedores de peças de reposição. Sem eles seria muito difícil atingir os objetivos sozinhos”, comenta. Um exemplo de sucesso está relacionado ao consumo de pneus. Antes do início da parceria com os fabricantes de pneus, a média de descarte mensal ultrapassava as 120 unidades. Depois de todo um acompanhamento do homem técnico da fabricante parceira o qual orientou os reparadores sobre as regras de calibragem, alinhamento e balanceamento corretos, cambagem, e até mesmo dicas de condução, a quantidade caiu para pouco mais de 20 unidades mês.
Somente neste item foi gerada para a empresa uma economia próxima de R$ 120 mil mensais, além de atingir a média unitária de 130 mil km de vida útil total (banda de rodagem nova somada a duas recapagens).
Frota diversificada
A frota é dividida entre os modelos da Mercedes-Benz OF1721 de injeção mecânica, OF1417 e OF1722, ambos de gerenciamento eletrônico, e Volkswagen 17-210, o qual representa apegerente de manutenção Antônio Clarete, “o motivo para que a empresa opte em ter mais de uma marca na frota está mais para uma questão de diversidade, o que em certos momentos faz bem ao negócio. O, porém fica por conta do alto preço de manutenção e dificuldade na obtenção de alguns itens de reposição na linha Volkswagen. Nestes quesitos a Mercedes-Benz leva vantagem”, avalia.
Manutenção preventiva
Para garantir que a frota rode saudável e com baixo risco de apresentar problemas mecânicos na rua quando em operação, a empresa desenvolveu um sistema rotativo de manutenção, ou seja, dois diferentes modelos de atendimento. O primeiro é composto por valas e funciona como uma espécie de ‘box rápido’, onde todos os dias dezenas de carros recebem a manutenção preventiva ‘leve’, como a troca de óleo do motor e fluídos, verificação visual de componentes, troca de filtros, entre outros procedimentos.
O segundo espaço é reservado à manutenção profunda, a qual inclui a troca de componentes relacionados a motor, transmissão, freios, suspensão, etc. A presença do carro por um maior espaço de tempo está incluído no planejamento de manutenção desta linha de atendimento.
Em última circunstância caso haja uma falha mecânica não prevista durante o trajeto percorrido, um carro de socorro é enviado ao local para a tentativa de solução da avaria ou o reboque até a garagem.
Melhoria contínua
Uma realidade vivida pela Viação Osasco está relacionada à adequação de suas necessidades e acerto dos carros da frota. Segundo a equipe de manutenção, as montadoras ofertam produtos os quais supostamente foram pensados na necessidade de quem os compra, mas na prática não é bem isso o que acontece.
Como exemplo temos o sistema de suspensão. No modelo de fábrica comprado 0 km, os feixes de mola possuem as lâminas muito espessas e rígidas, o que não atende as necessidades quanto a eficiência e conforto dos ocupantes. Clarete comenta que “na rua temos situações as quais o carro está vazio e depois de alguns quilômetros completamente cheio, na máxima capacidade. Com os anos de experiência percebemos que o sistema oferecido pelas montadoras não é a melhor solução.
Para melhorar o conforto dos nossos passageiros modificamos as molas do tipo feixe, que passam a ter uma maior quantidade e comprimento, com menor ângulo individual”. O gerente ainda sugere que as montadoras poderiam ter maior agilidade na modificação dos projetos, para realmente poder oferecer produtos customizados aos frotistas.
Com a parceria de dois renomados fabricantes de peças de reposição do segmento de sistema de direção e freios, a durabilidade dos componentes foi significativamente aumentada. Antes da parceria os terminais de direção e barramentos eram substituídos levando em consideração o visual e as folgas medidas manualmente e sem critério, onde a sensibilidade de cada reparador era o fator decisivo. Após a presença do técnico da fabricante o qual desenvolveu um kit de ferramentas para aferição das avarias, os reparadores passaram a ter a certeza do momento exato para a substituição das peças.
E quem achar que a fabricante está perdendo nesta história se engana, pois com o desenvolvimento da ferramenta foi possível gerar um planejamento regular de compra do item, o que garantiu a manutenção mensal das vendas.
Nada escapa do olhar atento dos técnicos, que após constatarem a real necessidade de troca do componente, o efetuam na hora.
Motor
Devido o percurso atendido pelos carros da viação Osasco ser na sua grande maioria por dentro dos bairros, a quilometragem percorrida por mês gira em torno dos 5 mil km, o que garante a média de 60 mil km ano. Os registros de manutenção apontam para o mínimo de 6 anos para a necessidade de intervenção profunda, como a retífica ou troca dos componentes internos. “Temos carros com dez anos de uso que ainda possui o motor original”, relembra Moreira, ao relacionar a durabilidade também ao estilo de condução do motorista.
O índice de utilização de peças remanufaturadas está na ordem de apenas 15% do total consumido. Segundo Clarete, “além do preço da peça temos que calcular o tempo parado. Na prática como a durabilidade do item remanufaturado costuma ser ligeiramente menor em comparação a peça nova, nem sempre é compensador”.
Um serviço elogiado pelo corpo técnico da Viação Osasco devido a economia de tempo é a de retífica no local, ou seja, o prestador de serviços quando necessário visita a empresa com uma van denominada de ‘retífica móvel’. Com o aparato, o técnico é capaz de aplicar processos como encamisamento e brunimento de cilindros, manutenção e troca de peças do cabeçote, entre outros dentro do pátio.
A frota é abastecida com o diesel S50 fornecido diretamente pela Petrobrás, com adição de 4% de biodiesel. O tanque de combustível dos carros possui a capacidade para 300 litros, o que garante uma autonomia acima dos 600 quilômetros. Por dia a frota toda consome cerca de 30 mil litros de combustível e ao mês o montante ultrapassa os 800 mil litros.
Para garantir a perfeita regulagem dos motores e a colaboração ao meio ambiente, espontaneamente a empresa equipou a oficina com opacímetros. Todos os dias o teste é feito em oito carros e caso os valores estejam fora do tolerável, uma análise é efetuada para a identificação da origem do problema, seguida de ação corretiva.
Funilaria e pintura
Inevitavelmente com as ruas estreitas e o trânsito caótico e carregado dos grandes centros, colisões ocorrem diariamente. Para a solução a empresa possui uma área reservada aos serviços de reparos da lataria e dos painéis frontais e traseiros produzidos em fibra de vidro. Ao final do dia após o carro retornar a garagem, uma inspeção visual é feita e se necessário o conserto é efetuado no dia seguinte. Para o preparo das tintas, um laboratório também foi criado, em ambiente controlado e de acesso restrito ao colorimetrista.
Reciclagem e reuso da água
Diariamente os 314 carros são lavados em lava rápido próprio, com utilização de água reaproveitada oriunda de calhas de captação da água da chuva e da estação de tratamento interna, localizada nas dependências da empresa.
Descarte de materiais
Os produtos consumidos e que não possuem mais serventia são separados por categoria (peças mecânicas, fluídos, lataria, pneus, etc) e entregues a empresas recicladoras, semanalmente. No quesito quantidade, o item que lidera o ranking de reaproveitamento é o óleo lubrificante e as graxas