Com única opção de motor (1.6l 16v) e acabamento, o novo modelo da montadora chinesa sai por R$ 42.900; em teste drive, ficou devendo em performance, mas sistema de segurança é exemplo
Enquanto o minicompacto QQ não chega, a aposta da chinesa Chery para o mercado brasileiro é o médio Cielo, que a marca passa a comercializar em duas versões de carroceria, hatchback e sedan, curiosamente pelo mesmo preço: R$ 42.900.
Com uma única opção de motor, 1.6l 16v que rende impressionantes 119 cavalos de potência a 6.150rpm, e torque máximo de 14,98kgmf na faixa entre 4.300rpm a 4.500rpm, o Cielo sai de fábrica com a proposta de ser um carro de tamanho médio e bem equipado, por um preço de compacto Premium.
Assim, apresenta-se em versão única de acabamento, com ar-condicionado, direção hidráulica, freios ABS com EBD, air bags duplos, suspensão independente nas quatro rodas (sendo a dianteira McPherson e Multilink na traseira), sistema de som com porta USB, aviso sonoro de colocação de cinto de segurança, sensor de ré, rodas de liga leve de 16 polegadas, entre outros mimos.
Mas, faltaram alguns acessórios essenciais para carros deste porte, que são encontrados facilmente nos veículos da concorrência, como ajuste de profundidade do volante (apesar de possuir ajuste de altura), ajuste de altura do banco, computador de bordo (apesar de haver medidor de consumo instantâneo) e transmissão automática (só há opção com câmbio manual).
Primeiras impressões
Apesar de o motor render 119cv, o Cielo é manco, ao contrário do nadador que tem o mesmo nome e é campeão olímpico e recordista dos 50m nado livre. Ao acelerar fundo, o carro demora a responder e surpreende negativamente, pois deixa a desejar no quesito agilidade.
Somente após atingir 3.500rpm o Cielo acorda. Mas de forma tímida. A velocidade máxima divulgada pela Chery é de 170km/h. Pouco para a categoria, mas não chega a ser uma surpresa, considerando o peso bruto do carro: mais de 1.700kg (sendo 1.350kg a 1.375kg em ordem de marcha).
A vida a bordo é tranqüila, apesar da aspereza do motor em regimes elevados de rotação. Mas a 3.000 rpm, em quinta marcha a velocidade é de 120 km/h, nada mal para um 1.6l. Mesmo sem a opção do câmbio automático, o Cielo oferece um nível de conforto compatível com o preço.
No cofre do motor há espaço suficiente para se trabalhar e segundo executivos da marca já existe no mercado de reposição original peças da curva A nacionalizadas, como filtros e óleo lubrificante.
Em teste de direção, apesar da sensação de falta de força, o Cielo surpreendeu por apresentar sistema de prioridade de frenagem sobre aceleração. Com o carro em movimento, a central eletrônica fecha a borboleta (corta a aceleração) quando o freio é acionado, inclusive em ponto-morto. Eis um bom exemplo que deveria ser seguido por todas as montadoras.
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