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Aula 70 - Administrando sua automecânica: Como valorizar a MO


A falta de conhecimento em vendas, principalmente de mão de obra, pode levar as oficinas do Brasil a dependerem da venda de peças, e isso é um risco enorme e perigoso para o negócio oficina mecânica!

Por: Da Redação - 11 de dezembro de 2022

É necessário descrever o maior número possível de serviços, até por etapas, para que o Cliente saiba exatamente o que será feito em seu veículo, e a oficina deve deixar claro em várias linhas os serviços executados.

A frase “valorize a sua mão de obra” deverá ser cada vez mais ouvida e aplicada no setor automotivo. O setor de oficinas no Brasil tem suas particularidades e tendências locais, e temos uma coisa em comum, uma dificuldade em comum, a falta de valorização na prestação de serviços e de uma forma automática, a falta de recursos financeiros para mecânicos e mecânicas de todo o país.

Vender produtos tem suas facilidades, pois os cálculos para compor o valor de venda têm uma base comum e bem clara, que é o preço de custo desse produto. Também é fácil pesquisar e comparar preços de produtos pela internet. Agora como saber quanto cobrar pela mão de obra de um determinado serviço, se não temos o custo da hora trabalhada para compor o valor da venda? Pesquise pela calculadora de custo da hora de mão de obra do professor Scopino!

Pare de cobrar MO!

O proprietário do carro não conhece, normalmente, as peças, os componentes, os acessórios e os serviços necessários para a manutenção de seu patrimônio. E a maior parte das oficinas no Brasil são empresas pequenas, empresas familiares, com muita simplicidade, mas sempre profissionais, sempre competentes, sempre batalhadores. E como temos uma cultura de sempre pedir descontos, pedir um preço melhor, sempre pechinchar, se a oficina não tiver uma estratégia de saber cobrar, de saber valorizar, vai sofrer pressão para ceder descontos, e isso vai prejudicar muito a vida financeira da oficina.

E posso afirmar como professor e dar a seguinte recomendação: Pare de cobrar M.O., que seria a abreviação de Mão de Obra. Então as oficinas vão quebrar, pois vão parar de cobrar pelos serviços prestados! SIM! Devem parar de cobrar dessa forma, deve adotar estratégias em que devem aparecer todas as etapas executadas dentro do orçamento e serviço pedidos. Esse é o pontapé inicial para saber e valorizar a mão de obra.

É necessário valorizar os serviços e a sua mão de obra!

E para este aprendizado para a valorização da mão de obra, é necessário criar procedimentos que devem ser seguidos. A descrição dos serviços que serão realmente executados - deve realmente serem mencionados nas ordens de serviços ou orçamentos, item por item, como testes, como limpeza, como ajustes, como regulagens, substituição, diagnósticos, montagem e desmontagem.

A valorização da mão de obra começa pelos treinamentos e palestras, que podem estar visíveis aos clientes, como certificados enquadrados na parede, equipamentos novos e antigos, mas tecnológicos, também visíveis aos olhos do Cliente.

A organização do pátio, da oficina, a limpeza e organização da empresa. Todos estes fatores ajudam a mudar a imagem da empresa, da pequena oficina familiar, ou da grande e já organizada oficina, a valorizar os serviços efetuados. Mas para isso realmente funcionar, devemos escrever ou digitar muito!

Não tenha medo de escrever e descrever os serviços de mão de obra

Essa é a base fundamental, é a base para valorizar a mão de obra, desenhar e escrever os processos reais, ou seja, é só colocar no papel ou na tela do computador, as etapas necessárias para a execução dos serviços, sem medo de escrever.

Quando eu estudo a questão de horas trabalhadas nas oficinas, sempre me recordo quanto é cobrado para retirar e instalar platô, disco e rolamento de embreagem de um Ford Fiesta, por exemplo. E abordo muito esse tema nas minhas palestras, sabe quanto é o tempo? Muitos vão responder 3 ou 4 horas, alguns falam em 5 horas. E então eu respondo que são 12 minutos! Mas como apenas em poucos minutos é possível? Pois é aplicado valor agregado na concessionária.

São mais horas para retirar e instalar o quadro de suspensão, retirar e instalar a caixa de mudanças, retirar e instalar acessórios. E são cobrados mais 12 minutos para retirar e instalar o platô, disco e rolamento da embreagem, claro, já com a caixa de mudanças removida! Entenderam como é possível valorizar a sua mão de obra?

CONCLUSÃO

Em anos de aulas e consultorias pelo Brasil, vejo muito a desvalorização da mão de obra nas oficinas, principalmente pela falta de conhecimento do gestor em saber “vender” a sua mão de obra especializada. E essa falta de valor começa pela falta em escrever o máximo de etapas possível ao montar ou elaborar um orçamento. Vejo muito a apresentação de uma lista enorme de peças a serem substituídas, às vezes 5, 10 ou 20 itens, entre juntas, lubrificantes, filtros, discos de freios, pastilhas, amortecedores, etc, e para a troca, ajustes, regulagens, programações, etc, se escreve em uma única linha: Mão de obra.

É exatamente isso que deve ser mudado! Se tem uma lista de peças a serem trocadas, devemos demonstrar uma lista de mão de obra também! E seguem muitas dicas para escrever mais e valorizar mais a mão de obra em um serviço de freio de um veículo: 

Desmontagem de freio dianteiro; limpeza de freio dianteiro; substituição de pastilhas de freio; substituição de discos de freio; lubrificação de pinos das pinças; montagem de pastilhas e discos; ajuste de freio traseiro; sangria de sistema de freio; teste de rodagem.

Esses são apenas alguns exemplos de como valorizar a mão de obra, de uma forma simples, escrevendo, escrevendo, e demonstrando todos os serviços a serem executados.

Pensem nisso! Mas não se esqueçam, que além de ser mecânico, tem que ser gestor. Transforme a sua empresa em uma oficina forte! Faça a gestão da sua empresa, ela é muito importante e vital para a vida empresarial! 

Abraço a todos e até o próximo mês e $UCE$$O!