As condições de remuneração e valores defasados praticados pelo mercado de seguradoras às empresas de reparação de funilaria e pintura de todo o País levaram à insatisfação e até ameaça de paralisação do atendimento a veículos sinistrados nas oficinas.
Diante desse cenário, o Sindirepa Nacional se mobilizou e somou esforços para tentar reverter essa questão, contando com a participação efetiva do Sindirepa-SP que tem um trabalho de 15 anos realizado junto às seguradoras por meio da Câmara de Colisão da entidade que estabeleceu um canal de comunicação com a Fenseg – Federação Nacional de Seguros Gerais.
Para estabelecer um plano de ação, foi realizada assembleia que reuniu empresas de reparação na área de funilaria e pintura, em São Paulo-SP. Na ocasião, ficou definido que seriam realizadas reuniões individuais com as dez principais seguradoras (Allianz, Azul, Bradesco, HDI, Itaú, Mapfre, Marítima, Porto Seguro, Sul América e Tokio Marine).
Após vários meses de trabalho junto ao mercado segurador, o Sindirepa promoveu uma nova assembleia realizada, no dia 27 de junho, para anunciar o resultado alcançado nas negociações com as seguradoras.
Entre as conquistas obtidas junto às seguradoras, destacam-se duas principais:
• Reajuste anual de valor de mão de obra. Houve consenso geral e reconhecimento por parte das seguradoras que o valor pago às oficinas está defasado e, por isso, concordaram com a proposta de reajuste anual. “As seguradoras foram unânimes e reconheceram as distorções dos valores por falta de reajuste da remuneração”, afirma o presidente do Sindirepa, Antonio Fiola;
• Pagamento de atividades acessórias, compostas por uma série de tarefas desenvolvidas pelas oficinas, elaboração de orçamento, estrutura de atendimento, atendimento técnico, lavagem de veículos, entre outras. Algumas das seguradoras mencionadas acima já concordaram e estão pagando uma verba a título de atividades acessórias, enquanto outras estão estudando o valor e a forma de pagamento. “Até o momento, a Sul América foi a única empresa que acenou não concordar com esta questão”, revela o presidente do Sindirepa, Antonio Fiola.
O presidente da entidade lembra que a situação para as oficinas está insustentável. “Para executarmos o serviço de reparação para as seguradoras, assumimos muitas despesas, entre elas, o custo elevado para manter o sistema de software e o orçamentista, valor que pode chegar a R$ 5 mil, e, algumas seguradoras não reajustam a remuneração há cinco anos”, finaliza.
Para Fiola, a conquista do reajuste anual da remuneração mostra que as seguradoras entenderam o pleito do setor e representa o início de uma nova fase do relacionamento entre as duas partes, lembrando que o intuito principal é oferecer qualidade de atendimento ao cliente.
Segundo o vice-presidente do Sindirepa, José Nogueira dos Santos, as negociações continuam e a entidade deve ter novidades sobre o assunto nos próximos meses, mas faz questão de lembrar que só a união do setor é capaz de vencer barreiras.
Com a criação do Sindirepa Nacional, questões primordiais para o setor da reparação de veículos, como o relacionamento das oficinas com as seguradoras, podem ser discutidas em vários estados. A entidade representa os Sindirepas dos estados de SP, MG, RS, RJ, GO, PE, BA e MT.