Notícias
Vídeos
Fórum
Assine
Os lançamentos de motocicletas equipadas com sistema de injeção eletrônica causam receio entre os profissionais de reparação. A carência de informações técnicas sobre a tecnologia é um dos pontos mais criticados pelos mecânicos que afirmam ter uma grande preocupação com a reparação desses componentes. “A maioria dos mecânicos não está preparada para fazer a manutenção desses componentes”, afirma Jorge Valdo Fontes, da Val Motos Peças e Serviços.
As já lançadas Fazer 250cc e Lander 250cc, da Yamaha, e as Honda Biz 125, CG 150 Titan, NXR 150 Bros, CB 600F Hornet e Shadow 750 são os principais modelos que vem equipados com a injeção eletrônica. Como são motos recentes, são poucas que precisaram de reparação, Fontes conta que ainda não mexeu em nenhuma. “O problema é que se aparecer algum cliente aqui, minha equipe não estará completamente apta a atender algo relacionado à injeção”, diz.
Além disso, o mecânico afirma que montadoras com a Honda lançam a tecnologia e disponibiliza as informações técnicas apenas para a rede autorizada inicialmente. Para os outros profissionais independentes, resta esperar alguns meses até que a as informações sejam completamente divulgadas. “Isso complica muito nosso trabalho e esse problema não é recente, sempre foi assim”, reclama Fontes.
Scanner
A Chiptronic já lançou no mercado o MOTO-DIAG, um scanner para motos com injeção eletrônica. De acordo com o gerente comercial da empresa, Alcides Lima, o aparelho foi desenvolvido, com tecnologia inovadora, para todos os profissionais da área, inclusive iniciantes. “Ao invés de dar códigos de falha ele já dá a nomenclatura do problema na tela do aparelho”, explica Lima. Além disso, o MOTO-DIAG pode ser conectado ao computador, onde mostra dicas para a reparação.
O aparelho apresenta funções de ajuste de CO (mistura ar/combustível), indicação de falhas presentes e passadas, apaga falhas presentes e passadas, indicação de RPM, de temperatura do motor, diagnóstico dos sensores de tensão de bateria, posição do acelerador, inclinação, temperatura e pressão do ar de admissão e teste dos atuadores de bobina de ignição, injetor de combustível e atuador de marcha lenta.
O scanner custa R$ 1.680 e pode ser utilizado apenas para as motos Yamaha. Já os modelos da Honda, como a CB600 Hornet, Biz100, CG150 Mix Fluel, entre outros, deverão entrar na atualização do produto que chegará ao mercado no segundo semestre deste ano. A atualização é baixada pela internet com o aparelho conectado ao computador.
O mecânico Joel de Oliveira ressalta que a injeção eletrônica é bem melhor para a reparação, por questões de praticidade e rapidez. “É só conectar no computador e já sabemos qual é o problema da moto, já a carburação obriga desmontar a moto inteira praticamente”, fala. Para ele o ideal seria se todas as motos saíssem com injeção, mas também reclama da falta informação técnica. “Tem muito curso por aí que o reparador vai e não aprende nada”, conta Oliveira.
Curso
Os profissionais interessados em ampliar os conhecimentos sobre a injeção eletrônica nas motos, tem uma boa opção no Senai, que oferece um curso específico para a tecnologia. O curso mostra como o profissional poderá diagnosticar falhas no sistema de Injeção Eletrônica e no motor e identificar componentes do sistema de injeção e uso de ferramenta de diagnostico.
Matéria da edição Nº219 - Maio de 2009