Peças genuínas assumem terceiro lugar na lembrança do reparador

Pelo sétimo ano consecutivo, a CINAU – Central de Inteligência Automotiva divulga o resultado da pesquisa Marcas Preferidas que, como o nome diz, busca identificar as marcas de autopeças preferidas dos profissionais da reparação automotiva.

Um fato que chama atenção é a escalada das peças genuínas, fornecidas pelas montadoras via concessionárias. Questionados sobre qual a primeira marca de autopeças vem à cabeça, 4,7% dos entrevistados responderam Peças Genuínas, o que garantiu a terceira posição no ranking Marca Mais Lembrada (Heart Share).

Em 2007, este índice era de apenas 2,4%, o que conferia às Peças Genuínas apenas a oitava posição. Já em 2008, subiram para a quinta colocação, com 3% dos votos válidos (Veja tabela comparativa no site do jornal).

Neste quesito, o de Marca Mais Lembrada (Heart Share), a Bosch reina soberana, com 30% dos votos, seguida pela Cofap, com 9,3%. Em 2008 e 2007, as duas empresas figuraram também na primeira e segunda colocação. A Bosch obteve 27,2%, em 2008, e 23%, em 2007, e a Cofap, 8% dos votos, em 2008, e 10,4%, em 2007. Nestes dois anos, a terceira colocada foi a Sabó, com 4%, em 2008, e 8,7%, em 2007.

Curiosamente este ano a Sabó manteve o percentual de 2008, porém caiu para a quinta posição, atrás da TRW, que obteve 4,2% dos votos e ficou com a quarta posição, mesma colocação de 2008, quando obteve 3,7% dos votos.

Uma análise possível da escalada das peças genuínas na lembrança do reparador são as campanhas cada vez mais intensas das montadoras na tentativa de incrementar os negócios da rede concessionária com a venda de componentes no aftermarket.

Equipamentos
Excepcionalmente este ano a pesquisa MARCAS PREFERIDAS não contemplou a categoria “Equipamentos”, pois foi identificado que este grupo merece uma avaliação específica e detalhada em função da diversidade de produtos. Um levantamento “genérica” pode criar distorções, daí a importância de estabelecer categorias dentro deste grupo e passarmos a avaliar, scanners, limpadores de bico, analisador de gases, elevadores, etc. Em face desta realidade a equipe da CINAU está estudando a criação de uma pesquisa especialmente dimensionada para segmento de equipamentos a ser desenvolvida em 2010.

Pela primeira vez, pesquisa foi realizada 100% pela Internet
A pesquisa Marcas Preferidas é um levantamento estatístico, planejado e executado pela CINAU realizada junto ao universo de Reparadores do país por meio do site do jornal Oficina Brasil.

A pesquisa foi desenvolvida por meio de questionário eletrônico, de adesão e preenchimento espontâneos, e a coleta realizada entre os dias 1º de setembro a 15 de outubro de 2009, com amostra de 1.077 de entrevistados divididos em cota regional com reposição.

As respostas foram solicitadas sem indução, sugestão, pré-disposição ou influência alguma e foram divididas em três pontos principais
:
• Lembrança espontânea de marca, independente de categoria de produto ou serviço, denominado Heart Share. Essa medida mostra quais as marcas que moram no coração dos Reparadores;

• Primeira marca lembrada por categoria de produto ou serviço, denominado Memory Share. Medida que mostra de quais marcas os Reparadores possuem lembrança mais viva;

• Marca que o Reparador compraria ou recomendaria comprar, denominado Buy Trend Share. Medida que mostra quais as marcas que têm a preferência, a intenção de compra ou recomendação por parte dos Reparadores. Isto não implicando em se pretender medir o Market Share das marcas.

A finalidade do trabalho não é o de premiar esta ou aquela marca, mas o de divulgar ao Mercado o que pensam os Reparadores em relação às marcas dos produtos ou serviços que são utilizados no dia-a-dia das oficinas no país.

Os resultados têm uma margem de erro de ± 2 pontos percentuais, dentro de um nível de confiança igual a 95%. Isto significa que se fossem feitos 100 levantamentos com a mesma metodologia, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro prevista.

CINAU e o responsável técnico pelos trabalhos, estatístico Alexandre Carneiro, ambos têm registros no CONRE da 3ª Região. 3ª/5616 e 6991-A/SP, respectivamente.

As empresas interessadas em conhecer mais detalhes deste trabalho, podem contatar o Grupo Germinal pelo fone 2764-2895 com Eduardo Foz, solicitando uma apresentação dos detalhes do trabalho (sem qualquer custo). Só serão cobrados (mediante prévio orçamento) cruzamentos especiais como divisão dos resultados por estados, por linha (leve/pesado), público (reparador/varejo), entre outros.



Uma empresa que tem investido diversos esforços neste sentido é a Fiat Automóveis, com o lançamento do portal do reparador Fiat. A francesa Citroën também anunciou interesse em ter o reparador como parceiro de negócios, com claro objetivo de aumentar as vendas de peças, e a Chevrolet, desde muito tempo, realiza um sério trabalho de distribuição de peças ao mercado independente, com preço muito competitivo.

Fato é que o reparador tem sido o alvo de todas essas companhias, e não é por menos, pois são eles quem decidem qual marca de peça utilizarão no reparo do automóvel. Ocorre, porém, que nem sempre a marca mais lembrada é a que ele costuma comprar. Em diversos casos, a intenção de compra é decidida por outros fatores além do marketing, tais como experiência com a marca, qualidade, preço etc.

Outro fato é a preferência do reparador em adquirir peças no varejo, canal que consegue atender o mecânico com agilidade e diversidade, além de oferecer linhas de crédito para boa parte das compras.

Porém, as oficinas mais bem estruturadas buscam parceiros que oferecem melhores vantagens financeiras, como os distribuidores e a rede concessionária. O canal distribuidor oferece preço, mas cobra quantidade, e não é tão abrangente quanto o varejo. Já o canal Concessionário oferece uma completa gama de componentes da marca proprietária e bom preço, mas é restrito a uma única marca.

Uma rápida análise do comportamento de aquisição de peças do reparador levantada pela CINAU quinzenalmente, e que compõe a fonte de dados do Índice Gerador de Demanda (IGD) indica que em 2009, em média, o canal Varejo representou 81% da preferência de compra do reparador, enquanto o canal Distribuidor ficou com 10% e o canal Concessionário, 7%. Os outros 2% foram divididos em peças recebidas (adquiridas pelo dono do carro) e outros (compradas em desmanches e outros canais).

Assim, fica o alerta ao aftermarket independente: as montadoras têm percebido valor no abastecimento do mercado de reparação. E, para o gerador de demanda, o que importa é atender ao cliente, com agilidade e preço, pois o dono do carro que frequenta a oficina de confiança busca alternativas aos altos preços praticados pelas concessionárias, que normalmente têm estruturas mais lentas e complexas em termos de custos.

Ampliada
A pesquisa deste ano contou com algumas alterações em relação à do ano passado. As principais foram a inclusão de dois artigos: Bomba de Combustível e Escapamentos, e a exclusão do item Equipamentos, além da separação do quesito Velas e Cabos de Ignição. Assim, ao invés de 34 categorias, a pesquisa deste ano traz 36.

Em uma breve análise, chama atenção o aumento da presença das Peças Genuínas no quesito Marca Mais Lembrada (Memory Share). Das 36 categorias, é citada em 20, no ano passado, apareciam em 14 categorias. No quesito Intenção de Compra (Buy Trend Share), as Peças Genuínas também cresceram: de 13 categorias em 2008 para 16 em 2009.

A pesquisa revela ainda a consolidação de algumas marcas, que obtiveram índice de intenção de compra de mais de 100% em relação ao segundo colocado. Entre elas, figuram a Cofap, em Amortecedores (com intenção de compra de 64,7%), a Urba, em Bomba d’Água (51,6%), a Bosch, em Bomba de Combustível (48,5%), a Schadek, em Bomba de Óleo (64,9%), NGK, em Cabos de Ignição (60,8%) e Velas (73,5%), TRW/Varga, em Disco de Freio (33,3%), e Fluido (64,9%), Cibie/Valeo, em Farol (53,9%), Sabó, em Junta (54,5%) e Retentores (82,6%) Spicer, em Homocinética (57%), Axios/Monroe, em Metal Borracha (39,9%), BR, em Óleo Lubrificante (28%), Dyna, em Palheta (47,2%), MTE-Thomson, em Válvula Termostática (57,6%), e Gedore, em Ferramentas (52,5%). Veja o resultado completo abaixo:

Clique nas tabelas, para aumentar.