Duas dúvidas bastante comuns em relação à aplicação da resistência em componentes automotivos serão abordadas nesta coluna. Uma está relacionada às velas resistivas e a outra, aos bicos injetores.
Dúvida 1 – O que são bicos injetores de alta e baixa impedâncias? Em que tipos de veículos cada um deles é aplicado? Quais são as características dos sistemas onde são utilizados?
Resposta – Impedância está diretamente ligada a resistência à passagem de corrente, e também é medida em ohms. Então um bico de alta impedância é aquele que possui alta resistência, normalmente acima de 12 ?.
A corrente necessária para energizar a bobina e puxar a agulha do injetor vencendo a ação da mola interna é cerca de 1 A, e, para isso, é preciso alimentá-los com uma corrente de 12 V.
Já os injetores de baixa impedância têm resistência interna de aproximadamente 3 ?, por isso precisam de menor tensão para que o mesmo valor de corrente acione o injetor. Eles utilizam pré-resistores, que podem estar tanto dentro ou fora de um módulo.
Hoje, os injetores utilizados possuem entre 13 e 16 ?.
Dúvida 2 – Gostaria de uma explicação sobre velas resistivas. Como elas funcionam? Por que os veículos antigos não utilizavam?
Resposta – Para que ocorra a faísca nas velas de ignição é preciso uma alta tensão, que irá saltar do eletrodo central para o aterramento. Quando a corrente também é alta, um campo eletrostático é criado, devido à dificuldade em fluir para o terra.
Segundo a Lei de Ohm, a resistência é inversamente proporcional à corrente. Por exemplo, em um circuito de ignição, onde a tensão chega a 10 mil volts, a corrente é de 20 A e a resistência total é de 500 ?. Se for instalada uma vela resistiva que possui 5 mil ?, a tensão irá se manter em 10 mil V, porém a corrente irá cair para 2 A.
Aplicação: 10 kV = 500 ? x 20 A ? 10 kV = 5 k? x 2 A
Então, com a diminuição da corrente, também se reduz o campo eletrostático, que interfere nos sistemas eletroeletrônicos dos veículos, que nos modelos antigos eram bem menos complexos. Mas quando são instalados rádios e equipamentos modernos, estes sofrem interferência, e, nesses casos, podem ser utilizados velas e cabos resistivos, claro, respeitando o grau térmico, altura e formato do eletrodo.