O plano industrial 2013-2017 da Pirelli surge dois anos após o Plano Industrial, com visão para 2015, apresentado em novembro de 2011 e representa sua evolução estratégica. O plano surge em meio a um contexto macroeconômico que vem mudando profundamente em relação àquele, observando-se os anos de 2012 e 2013 bastante impactados por uma crise que abateu a economia europeia em particular. Na Europa, de fato, a difícil situação econômica resultou em um atraso de aproximadamente dois anos quando comparado às expectativas de outrora em relação ao crescimento do setor.
Antecipando a tendência de mercado, a Pirelli em 2011 já tinha identificado o segmento Premium como um dos com melhores perspectivas. Esse segmento, mesmo em um contexto econômico internacional difícil, continua a crescer a uma taxa três vezes mais rápida que o não-premium e, graças a suas altas margens, foi um dos fatores que mais contribuíram para os resultados obtidos até o momento. Uma informação transmite melhor a eficiência dessa estratégia: os produtos Premium (com tamanho igual ou acima de 17 polegadas) representam mais de 53% das receitas do negócio de veículos de passeio e mais de 80% de lucro, que apresenta um percentual de 7 pontos percentuais acima, ambos em termo de receita e lucro, comparado a somente dois anos atrás.
De 2011 até agora, a Pirelli:
O foco no Premium, implementado nos últimos dois anos, tornou a Pirelli uma empresa capaz de gerar em 2013 um fluxo de caixa livre superior a 3% das receitas.
Tendência da indústria
O mercado automotivo continuará a ser impactado por fatores externos, tais como uma incerteza persistente na macroeconomia, obrigações regulatórias, volatilidade na taxa de câmbio e na evolução da demanda em relação aos hábitos do consumidor e estilo de vida. O setor de veículos tem previsão de crescimento a uma taxa anual de 3,7% até 2017, com um aumento constante na participação do Premium. Em 2017, em particular, está previsto que quase 10% do total do parque circulante será composto de veículos Premium, com um aumento em relação à estimativa de 9,1% para 2013. O Premium permanecerá concentrado na Europa e na área da Nafta, que representará 60% do total comparado aos 65% em 2013, além da área Apac, cuja participação prevê-se aumentar para 30% dos 27% atuais.
No segmento de pneus, confirmando a eficiência do posicionamento estratégico da Pirelli, prevê-se que o Premium deverá continuar a crescer a uma taxa 3 vezes mais rápida que o segmento não-premium, com um crescimento anual médio esperado em nível global de 2013 para 2017 de 7,3% comparado a 2,4% para não-premium (+3,6% do crescimento total)
Nas economias estabelecidas (Europa e Nafta), em particular, o crescimento anual previsto no Premium é de 5,7% comparado a 0,3% do não-premium (+2,2% de crescimento total). Em economias de crescimento rápido, em resumo, o crescimento anual médio previsto para o Premium é de 11,6% comparado aos 3,8% do não-premium (+4,8% do crescimento total).
Em 2017, está previsto que o Premium deve representar 26% do mercado total de pneu (38% nos mercados estabelecidos e 15% em economias de desenvolvimento rápido), um crescimento de 4 pontos percentuais comparados a uma estimativa de 22% em 2013.
Desta forma, um contexto possível para o futuro é que:
Essas tendências já foram base para o plano industrial prévio e atualmente fornecem à Pirelli uma vantagem quando comparada aos seus concorrentes.
PLANO INDUSTRIAL 2013-2017: meta de lucro em >15% e ROI em 28% para 2017 geração de fluxo de caixa líquido antes dos dividendos de 1,6 bilhão de euros
Ações do plano 2013-2017:
Os pontos acima permitirão um aumento no retorno de investimentos (ROI) e no lucro (margem Ebit), com o objetivo de alcançar as metas abaixo ao final do plano:
Total em 2017:
EFICIÊNCIAS
Por conta das ações acima mencionadas para reforçar a competitividade, após os 322 milhões em eficiências obtidos entre 2011 e 2013, o plano para 2017 prevê eficiências adicionais de aproximadamente 350 milhões de euros. Desses, aproximadamente 320 milhões virão das eficiências associadas às atividades industriais e de produto (56% de materiais, 30% dos custos de mão de obra, 8% dos controles de custo e 6% da produção aumentada em países de baixo custo industrial) mais outros 30 milhões de euros das despesas gerais e administrativas.
Investimentos já realizados
No período de três anos, 2011-2013, a Pirelli investiu 1,5 bilhão de euros para ampliação de plantas, atualizações tecnológicas alinhadas ao foco Premium, melhor localização das fábricas (a capacidade produtiva de 100% dos produtos para veículos industriais e de 78% do Consumer está localizada em países de baixo custo de produção) e para complementar o trabalho de reestruturação que o restante da indústria tem feito atualmente.
Os investimentos do grupo atingiram seu pico em 2011. Isso, juntamente com o foco no Premium, estabeleceu as bases para uma robusta geração de caixa.
Recursos disponíveis para o plano:
Investimentos de 1,6 bilhão, mais de 60% na Europa e América do Sul
Geração de caixa bruto de aproximadamente 3 bilhões de euros
O plano prevê uma geração de caixa bruto (antes dos investimentos e dividendos) de 3 bilhões de euros, assim como a venda de ativos financeiros de 150 milhões de euros. O caixa total será usado para:
Novos Investimentos
O novo plano, considerando os montantes investidos nos anos anteriores, prevê investimentos de até 1,6 bilhão nos próximos quatro anos. 82% desses será direcionado para o segmento Consumer (dos quais 74% em veículos de passeio, 6% em motocicletas e 2% em outros setores) e 18% será no segmento industrial (dos quais 11% em caminhão, 3% no setor agrícola e 4% em outros segmentos industriais).
Ao todo, 38% dos investimentos será feito na Europa, 26% na América do Sul, 14% na Apac, 10% na Nafta, 6% na Rússia e 6% no Meai (Oriente médio, África e Índia).
Com esses investimentos, a capacidade do setor Consumer crescerá dos atuais 69 milhões de unidades por ano para 81 milhões em 2017, com a previsão de que o segmento Premium cresça para 63% do total comparado aos atuais 48%. A capacidade industrial crescerá dos atuais 6,2 milhões de unidades para 6,8 milhões em 2017. Esses valores consideram a evolução de demanda de mercado.
Quociente dívida líquida/Ebitda cairá de 1,2 no fim de 2013 para 0,3 em 2017
Em 2017, esperamos que a posição financeira líquida melhore de <-1,4 bilhão previstos no fim de 2013 para aproximadamente -500 milhões, com melhorias no quociente dívida líquida/Ebitda de 1,2 para 0,3 no fim do plano.
O custo de débito deve permanecer abaix de 6,5% durante a vigência do plano, devido à exposição de débito em países com altas taxas de juros. A taxa de impostos está prevista para cair progressivamente, para 36% em 2014, um ponto percentual menor do que em 2013, e para 35% em 2016.
O plano é baseado no pressuposto (obtido de instituições externas líderes de referência) de que o mercado forex terá um índice euro/dólar em uma média de 1,29 em 2014 para, então, estabilizar-se ou desvalorizar-se levemente, e o índice dólar/real com uma desvalorização de 5% em 2014, e subsequentemente 2% anualmente.
AÇÕES RELACIONADAS AOS NEGÓCIOS: FOCO NO PREMIUM E OBTENÇÃO DE VALOR DO SEGMENTO MEDIUM
CARRO DE PASSEIO
Cenário
No período de 2013-2017, espera-se que o mercado global de equipamento original cresça de 412 para 496 milhões de unidades, com um índice de crescimento médio anual de 4,8%, por conta do desempenho positivo do segmento Premium (+7,4%). Em 2017, a Premium representará 34% do total, com dinâmica diferente nas áreas geográficas individuais. Para o mercado de reposição, espera-se um crescimento médio anual de 3% durante a vigência do plano, novamente impulsionado pelo Premium, com um índice de crescimento médio anual de 7,3%, para 1.068 milhões de unidades. O segmento Premium representará 22% do volume total.
Estratégia
A estratégia da Pirelli para o plano será de acelerar o desenvolvimento do segmento de pneus Premium e Super Premium (com uma dimensão igual a ou maior que 17 e 18 polegadas), que comprovadamente impulsionam a criação de valor tanto em Equipamento Original quanto em Reposição. Esperamos, portanto, que o volume dos produtos Premium cresça de uma estimativa de 38% em 2013 para 44% em 2016, com uma contribuição estimada para o faturamento a partir de 56% em 2013, de 60% em 2016 e de uma margem Ebit (antes da reestruturação e excluindo a Rússia) de aproximadamente 16% (em torno de 14% em 2013).
A Pirelli também pretende reduzir ainda mais os volumes e capacidade no segmento Standard e aumentar a competitividade e lucratividade do segmento Medium. A Pirelli espera conferir valor adicional para sua estratégia de crescimento deste segmento, em virtude de sua dinâmica comercial e de mercado, considerando as altas margens de alguns dos produtos nele incluídos.
A oferta de Medium acompanha o nível desejado pelos fabricantes de veículos Premium, permitindo que ofereçamos uma linha completa de produtos, e a demanda vinda de nossa crescente rede de própria varejo, assim como atender a demanda em locais como Brasil, onde este segmento ainda é preponderante.
A estratégia Premium compreende os seguintes elementos:
Para tornar o segmento Medium ainda mais competitivo e lucrativo, a Pirelli prevê uma série de ações:
Em linha com o foco em Premium, os volumes e a capacidade no segmento Standard serão reduzidos ainda mais.
RÚSSIA
O histórico macroeconômico na Rússia piorou em decorrência de uma desaceleração no crescimento do PIB (+1,8% em 2013 comparado com os +3,4% esperados), o que levou a menos emplacamentos de veículos (-5% em 2013), uma queda na demanda de pneus (-3,5% estimados em 2013) e maior dificuldade de acesso ao crédito. Fatores econômicos levaram a uma subutilização das linhas de produção, com impactos negativos no custo. A Pirelli também está atrasada na expectativa de completar a gama disponível de produtos e do desenvolvimento da rede de vendas.
A Rússia, no entanto, é um mercado estratégico para a Pirelli por causa da natureza de sua demanda, concentrada em pneus de inverno. Graças à aquisição de duas novas instalações locais, a capacidade produtiva da Pirelli está muito bem colocada para atender o mercado. Com uma fábrica construída "do zero", a Pirelli teria atingido sua capacidade de produção atual em 2018. O desenvolvimento de instalações e atualização para o padrão Pirelli está ocorrendo de acordo com o plano e nenhum investimento adicional em capacidade é estimado, em comparação com os planos anteriores. A meta é atingir a capacidade total de utilização, parcialmente graças às exportações da produção de Kirov para a Europa, eficiências melhoradas e medidas de racionalização. A fábrica de Voronezh, concentrada exclusivamente no segmento Premium, manterá uma capacidade de 2 milhões de unidades ao ano, enquanto Kirov, não focada nos pneus Premium, terá uma capacidade em 2017 de 6,9 milhões de unidades (comparado com 5,9 milhões de unidades em 2013). Ambas as fábricas obtiveram a certificação dos fabricantes de veículos e estão, portanto, aptas para produzir para as montadoras europeias.
O plano de desenvolvimento pode ser dividido nos seguintes elementos:
Rússia EBIT [Earnings Before Interest and Taxes - Lucro Antes dos Juros e Impostos] e metas de receitas Essas ações vão oferecer uma margem Ebit ”mid-single digit” em 2014, com receitas em torno de 280 milhões de euros, e a margem Ebit de dois dígitos a partir de 2016, com receitas em torno de 370 milhões de euros.
MOTO
O mercado de moto deverá crescer a uma taxa média anual de 6,3% entre 2013 e 2017, com 393 milhões de unidades estimadas para 2017. Durante 2012 e 2013, a queda na demanda, a forte desvalorização da moeda brasileira, o fim dos incentivos na América do Sul e o aumento da competitividade produziram uma queda nas receitas e margens abaixo das expectativas. A Pirelli está esperando recuperação de mercado no final de 2013 e pode combater este cenário negativo com sua excelência tecnológica e expansão esperada nos novos mercados.
O objetivo é manter a posição em mercados consolidados e elevá-la em mercados de alto crescimento, por meio de:
Esperam-se receitas em 2014 de mais de 400 milhões de euros (< 400 milhões estimados em 2013), > 500 milhões em 2016, com margem crescendo de ~16 % em 2014 (~15% em 2013) a > 17% em 2016.
SEGMENTO INDUSTRIAL
A Pirelli ocupa uma posição de liderança absoluta na América do Sul e na África do Norte e é um dos principais protagonistas no Oriente no segmento de caminhões, sendo líder no segmento de mercado Agro na América do Sul. No segmento industrial, a Pirelli atingiu sua meta de Ebit em termos absolutos e na margem um ano antes do previsto. O Ebit no segmento, na verdade, é > 13,5% em comparação com a média europeia para os seus concorrentes de aproximadamente 9% no primeiro semestre de 2013.
Nos últimos três anos, apesar da desaceleração do mercado, a Pirelli atingiu um ROI [retorno nos investimento] de aproximadamente 20%, superior ao do grupo.
A Pirelli conseguiu contrariar a desaceleração do mercado e o efeito negativo das taxas de câmbio, que reduziu o impacto positivo da redução dos custos de matérias-primas, por meio do lançamento de novos produtos – em particular a Série 01 –, eficiência, conversão rápida da planta Settimo Torinese e a colocação de 100% da produção industrial em países com baixos custos industriais.
A capacidade de produção anual de pneus de caminhões e agro aumentará em 2%, passando de 6,2 milhões de unidades em 2013 para 6,8 milhões de unidades em 2017.
CAMINHÃO
As perspectivas para o mercado de pneus de caminhão para o período de 2013-2017 é de crescimento anual de 2,1%, passando de 141 milhões de unidades em 2013 para 153 milhões de unidades em 2017. Os mercados em desenvolvimento rápido crescerão a uma taxa média anual de 2,3% em comparação com 1,8% dos mercados maduros. No que diz respeito às áreas geográficas, a América do Sul e a MEA vão crescer, respectivamente, a uma taxa de 3,7% e 2,4%, Apac 1,7% e a Europa 1,5%.
A Pirelli pretende consolidar sua posição de liderança na área da América do Sul e nos principais mercados (Arábia Saudita, Marrocos e África do Sul) da área da MEA, e reforçar a sua posição na área da Apac e melhorar a rentabilidade na Europa, por meio de:
Na área da Apac, em particular, o crescimento de volume anual médio para 2013-2017 deverá ser inferior a 2%, com uma fatia menor de pneus radiais.
Na China, a Pirelli tem como objetivo aumentar a capacidade de produção de suas fábricas e explorar novas parcerias. Entre as ações que o grupo pretende aplicar, está a identificação de novos parceiros de distribuição, a extensão da rede de varejo e a introdução de soluções para frotas. Pirelli também visa reforçar a cooperação com o governo e outros fabricantes de pneus para promover a introdução da tecnologia Tubeless para a reconstrução, e os pneus verdes.
AGRO
O mercado sul-americano para pneus Agro, no qual Pirelli detém uma posição de domínio absoluto, é caracterizado por uma taxa de crescimento entre as mais rápidas em nível mundial e uma elevada concentração de produtores. Segundo estimativas, ele vai crescer 6%, passando de 1,4 milhões de unidades em 2012 para 2 milhões de unidades em 2017. O mercado brasileiro está passando por uma evolução tecnológica contínua, exigida pela constante renovação do parque de máquinas, facilitada por generosos incentivos do governo. Equipamento Original representa mais de 50% do mercado agro.
A meta da Pirelli na América do Sul é aumentar o peso das receitas Agro na receita industrial total de 12% em 2013 para 14% em 2016, com uma rentabilidade de dois dígitos.
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E NOVOS PRODUTOS
O investimento em pesquisa e desenvolvimento, equivalente a 7% das receitas Premium, está concentrado em produtos de alta qualidade, oferecendo os seguintes resultados importantes:
No Consumer, 10 das novas linhas de produtos das 20 previstas para o período 2011-2015 já foram lançadas, alinhadas aos planos anunciados;
Para alcançar os resultados do novo plano de 2013-2017, a Pirelli pretende reforçar ainda mais seu compromisso com a pesquisa e o desenvolvimento – uma área que tem sua principal conexão em Milão e 10 centros regionais e emprega 1.400 engenheiros – em todos os segmentos de negócios.
A área de passeios desenvolverá 14 novas linhas de produtos (dos quais 6 são Winter): 6 serão destinados a Equipamentos Originais e 8 à Reposição. Os novos produtos serão, em parte, destinados a todos os mercados, e em parte aos mercados locais. Seis linhas incluirão produtos de nicho, como os pneus Runflat, Seal Inside e Noise Reduction. Além de aumentar significativamente o portfólio de