Este ano, o Salão do Automóvel completou 50 anos de realização, um marco na história dos eventos automotivos internacionais, uma vez que este é o único no mundo a ocorrer de por tanto tempo de forma ininterrupta.
Além disso, o 26º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo teve como principal destaque o anúncio de diversos lançamentos no Brasil de veículos mais sofisticados, potentes e incrementados, que em edições anteriores da feira eram mostrados apenas como curiosidades, e deixavam muitos visitantes com ‘água na boca’.
Este fato demonstra maturidade do mercado e, ainda que a crise internacional tenha ajudado as matrizes das montadoras na decisão de investir no consumidor brasileiro, é bom ganhar tamanha visibilidade mundial. Se antes éramos vistos como subdesenvolvidos, hoje emergimos tal como um iceberg, e se tudo continuar assim, logo teremos base para quem sabe uma montadora 100% brasileira (sonhar não custa nada).
Mas, enquanto este tempo não chega, vejamos o que as principais montadoras e importadoras de veículos instaladas aqui nos reserva para os próximos meses e também 2011. As novidades são muitas, e as notícias até que boas, pois alguns modelos que antes só tínhamos acesso via importação independente (e com consequentemente sem garantia de fábrica), passam a ser trazidos pelas próprias montadoras, e o melhor: com preço mais acessível.
Claro que um carro de 400cv e R$ 185 mil, como o Chevrolet Camaro SS, não é para qualquer um, mas já é melhor do que os R$ 220 mil que os importadores independentes pedem no modelo. Há alguns anos, a única opção que o consumidor tinha nesta mesma faixa de preço era o Chevrolet Ômega, um bom carro, mas quem compraria um Ômega se pelo mesmo preço pudesse levar um Camaro?
Assim, o Salão do Automóvel 2010 trouxe esperança ao consumidor brasileiro, e se você não teve a oportunidade de visitar a feira, veja nas próximas páginas um resumo das novidades que vem por ai.
Ford
A Ford apresentou recentemente para a imprensa especializada o New Fiesta e o Salão marcou o lançamento oficial do modelo no Brasil, apesar de já haver algumas unidades em circulação pelas ruas. O motor é o Sigma 1.6l Flex, que gera 110cv/115cv de potência máxima a 6.250rpm (gasolina/etanol), e torque máximo de 155Nm/159Nm a 4.250rpm (gasolina/etanol).
Visto de longe (e de perto também), o sedan lembra o Honda City, e as semelhanças não são meras coincidências uma vez que o modelo foi lançado justamente para competir de igual com o rival japonês, inclusive no preço: a partir de R$ 49.900, com direito a ar-condicionado, direção elétrica, vidros, travas e espelhos elétricos, rodas de liga leve de 15 polegadas, CD-player MP3, com entrada auxiliar para conexão de dispositivos eletrônicos, computador de bordo e alarme perimétrico de série.
Além desta versão, há outras duas, sendo uma com todos os equipamentos acima mais freios ABS, por R$ 51.150, e a terceira traz ainda bancos de couro, 7 airbags, direção com raios em acabamento metálico e descansa-braço das portas em vinil, por R$ 54.900. Todos com 3 anos de garantia.
Uma surpresa agradável anunciada pela Ford foi o reposicionamento de preço do SUV Edge, que na versão 2011 chega mais potente e barato. São 20cv a mais e R$ 7 mil a menos, em resumo (a potência subiu para 289cv – era 269cv, e o preço caiu para R$ 122 mil – era R$ 129.287, segundo a tabela Fipe do dia 26 de outubro, mas quando foi lançado, no começo de 2009, custava R$ 149.700).
O powertrain (motor e câmbio) continua o mesmo 3.5L Duratec 35 V6 e transmissão automática sequencial de seis velocidades, mas as rodas aumentaram de 18 polegadas para 20”.
Mas a grande vedete da montadora mais tradicional do mundo foi o anúncio do início da comercialização do Fusion Hybrid, ao preço de R$ 133.900. No momento que for disponibilizado para compra, em meados deste mês, será o veículo híbrido mais barato do Brasil (por enquanto, o único concorrente (será mesmo?) é o Mercedes-Benz S400 Hybrid, que custa US$ 253 mil).
A tecnologia empregada no Fusion é similar ao do Mercedes-Benz. Da partida até uma determinada velocidade (75km/h no Fusion e 40km/h no S400) quem manda é o motor elétrico, que no Fusion ambos propulsores são interligados na transmissão, sendo que o elétrico é acoplado a um gerador e uma bateria de níquel-metal.
Acima desta velocidade o motor a combustão entra em funcionamento. Aqui surgem diferenças significativas: o S400 Hybrid conta com um V6 de 279cv, enquanto o Fusion Hybrid é equipado com o Duratec de quatro-cilindros em linha e 2.5l de capacidade volumétrica, que rende 158 cv de potência a 6.000rpm e torque máximo de 184Nm a 2.250rpm. Os motores do Fusion Hybrid são
Os motores elétricos de ambos veículos também são bastante distintos, uma vez que o do Mercedes-Benz gera apenas 20cv e o do Ford, 107cv e torque de 225Nm. No Fusion, isso significa que juntos, a potência combinada de 193cv, o que faz o sedan acelerar de 0 a 100km/h em 9,1 segundos. Nada mal.
Assim, com este lançamento, o reparador já precisa começar a pensar em se atualizar tecnologicamente, pois em breve, pode ser que um destes dois carros apareça na oficina, apesar de o modelo ter 3 anos de garantia e 8 anos para bateria. E, mesmo que seja para trocar uma simples pastilha de freio, será preciso tomar cuidado especial, pois a quantidade de eletrônica embarcada neste tipo de veículo é muito grande.
Dessa forma, o futuro se antecipa, uma vez que a grande maioria dos especialistas diziam que tal tecnologia somente seria viável no Brasil a longo prazo. Pode ser que apenas algumas unidades sejam vendidas neste primeiro momento, mas pelo preço anunciado pela Ford, é provável que muita gente arriscaria ser pioneiro nesta empreitada.
Fiat
A principal novidade apresentada pela Fiat foi o Bravo, hatchback médio que chega para substituir o Stilo. O lançamento oficial será realizado no final do mês, assim a apresentação foi um ‘avant-première’ do modelo que chegará com duas opções de motor (E.torQ 1.8l 16v Flex e T-Jet 1.4l 16v) três versões de acabamento: Essence, Absolute e T-Jet.
O Bravo é um modelo já comum em outros mercados e os motores já figuram entre os carros da marca vendidos no Brasil. Assim, com este lançamento, a Fiat alinha todos os produtos em torno de um estilo comum, inaugurada com Punto, Linea e mais recentemente com o face-lift do Idea.
Outra novidade foi o lançamento da versão Sporting do novo Uno, com motor 1.4l Fire EVO Flex (o mesmo da versão Attractive e Way 1.4l), de 85cv/88cv de potência máxima a 5.750rpm (gasolina/etanol) e torque máximo de 12,4kgfm/12.5kgfm a 3.500rpm (gasolina/etanol).
Curiosamente a relação de diferencial é a mesma da versão Way, um pouco mais curta do que a Attractive, mas, apesar disso, a velocidade máxima informada pela Fiat é a mesma da Attractive : 170km/h (gasolina) / 172km/h (etanol), mesmo com os 30kg a mais do Sporting, que pesa 955kg.
No entanto, as rodas da Sporting são de 15 polegadas (ante as de 14” das demais versões 1.4l), cobertas por pneus 185/60. O câmbio é idêntico às demais versões: manual de cinco marchas à frente e uma a ré.
General Motors
A Chevrolet, assim como a Ford, mostrou o último lançamento nacional da marca, a picape Montana, que ganhou a frente do Agile e uma caçamba bem espaçosa, conquistando assim o título de picape leve com maior capacidade de carga do mercado: 758kg.
O motor é o Econo.Flex 1.4l 8v de 97cv/102cv de potência máxima a 6.000rpm (gasolina/etanol) e torque máximo de 13,2kfgm/13,5kgfm a 3.200rpm (gasolina/etanol), com câmbio manual de cinco velocidades à frente e uma a ré.
Mas a grande sensação foi o anúncio do início das vendas no mercado brasileiro do Camaro SS, via importação oficial, por R$ 185 mil. O modelo disponibilizado é o topo de linha, com motor de alumino (bloco e cabeçote) V8 6.2l 16v, que rende 406cv de potência máxima a 5.900rpm e torque máximo de impressionantes 55.6kgfm a 4.600rpm.
Com câmbio automático sequencial de 6 velocidades à frente e uma a ré, o Camaro SS acelera de 0 a 96km/h em 4,8s, e tem velocidade máxima limitada eletronicamente em 250km/h. As rodas são de alumínio de 20 polegadas, revestidas por pneus de 245/45 na frente e 275/40 na traseira.
Entre as diversas tecnologias embarcadas, destaque para o AFM (Active Fuel Management) ou desligamento automático dos cilindros, que desabilita a injeção de combustível em quatro cilindros em viagens tranquilas, para reduzir o consumo. Outro destaque é o sistema batizado de Head-Up Display (HUD), que reflete algumas informações no para-brisa do veículo, como velocidade, rotação do motor e até a estação de rádio, com possibilidade de regulagem da altura e intensidade das imagens.
Outro veículo de destaque no estande foi o bom e velho Omega importado da Austrália, agora em versão desenvolvida em parceria com o ex-piloto Emerson Fittipaldi. Assim, ficou mais esportivo, com motor mais apimentado. O conhecido Alloytec V6 3,6 litros ganhou injeção direta de combustível e quase 40cv de potência a mais do que o antecessor. Passou de 254cv para 292cv a 6.200rpm e torque máximo de 36,72kgfm a 2.900rpm.
Além disso, ganhou transmissão automática sequencial de seis velocidades à frente e uma a ré, e novas rodas de alumínio 17” com pneus 225/55. O novo Omega acelera de 0 a 100km/h em 6,8 segundos e alcança velocidade máxima de 235km/h (limitada eletronicamente). O Chevrolet Omega Fittipaldi chega com preço de R$ 128 mil.
Volkswagen
Assim como as principais concorrentes, a montadora alemã mais antiga no País destacou os veículos importados nesta edição do Salão do Automóvel. O principal foi o novo Jetta, que ganhou nove centímetros de comprimento, motor 2.0l TSI (turbo com injeção direta), de 200cv de potência máxima a 5.100rpm e torque máximo de 28,6kgfm a 1.700rpm. O câmbio é mecânico, de seis velocidades. A previsão é começar a vender o modelo no início do ano que vem.
Em 2011, segundo a Volkswagen, o consumidor brasileiro também terá acesso à sétima geração Passat, que começa a ser vendido este mês na Europa. O motor é o mesmo 2.0l TSI, porém com 210cv de potência a 5.300rpm e torque máximo de 28,6kgfm a 1.700rpm. O câmbio é o DSG de dupla embreagem, seis velocidades, a mesma tecnologia empregada nos Audi.
O novo Passat chegará com um pacote bem interessante de tecnologias embarcadas, muitas delas comuns nos veículos da Audi, como o sensor de fadiga, que lança um aviso sonoro caso perceba sonolência do motorista, e faróis inteligentes que reduzem o nível do feixe de luz dos faróis ao detectar veículos no sentido contrário ou aproximação de um carro à frente. Outra novidade será a integração do Park Assist, tecnologia que por enquanto só está disponível no Tiguan.
A Volkswagen levou também a Touareg 2011, apresentada recentemente na Europa. Por lá, a marca alemã começa a produzir em série o modelo com propulsão híbrida (gasolina/elétrico), com potência total de 380hp. O conjunto é mais potente que o motor V8 usado na versão anterior, e promete consumir menos que um V6. Tanto o híbrido com a versão normal, que tem motor V6 TSI com compressor e injeção direta de combustível, são equipados com câmbio automático de oito marchas, que também é o primeiro do tipo produzido pela Volkswagen.
Entre os nacionais, a montadora apresentou duas novidades na linha BlueMotion, que chegarão ao mercado no próximo ano, o Fox 1.6l BlueMotion e o Gol 1.0l BlueMotion Technology. Os dois vão se somar ao conhecido Polo BlueMotion 1.6l. Para atingir melhora na eficiência no uso do combustível – seja ele gasolina, etanol ou qualquer mistura de ambos – o Fox BlueMotion, por exemplo, passou por modificações na carroceria que reduzem a resistência aerodinâmica, um fator que influencia no consumo mesmo em velocidades moderadas. Teve a relação final da transmissão alongada, o que, além de diminuir o gasto de combustível e as emissões, contribui para diminuição do ruído interno e aumento do conforto de rodagem, sobretudo na estrada.
A picape Amarok também marcou presença no estande. A montadora aproveitou para apresentar a versão Cabine Simples, voltada principalmente para o trabalho e que chegará ao mercado no primeiro semestre do próximo ano. Com o mesmo comprimento total da Cabine Dupla, a grande diferença da Cabine Simples é a caçamba, 65cm mais longa. O motor é um turbodiesel 2.0l de 122cv de potência a 3.750rpm e torque máximo de 34,7kgfm a 1.750rpm. O câmbio é manual de seis velocidades à frente e uma a ré.
Toyota
A principal novidade da Toyota para o mercado brasileiro é a confirmação de uma nova fábrica no País, em Sorocaba, interior de São Paulo, onde produzirá um veículo compacto em 2012. Segundo o vice-presidente senior da Toyota Mercosul, Luiz Carlos Andrade Junior, a nova planta vai produzir 400 mil carros por ano, para competir com Volkswagen Gol e Fiat Palio.
A montadora japonesa apresentou também uma nova versão da RAV4, com tração 4x2, que tem planos de chegar às concessionárias ainda este mês. O motor é o mesmo da versão 4x4: um qautro-cilindros a gasolina, 2.4l 16v VVT-i, que gera 170cv de potência máxima a 6.000rpm e torque máximo de 22.8kgfm a 4.000rpm. A transmissão é automática, de quatro velocidades.
Honda
A Honda levou os carros híbridos que produz e comercializa no exterior, como a segunda geração do Insight, considerado o Carro Verde 2009 pela entidade britânica Environmental Transport Association (ETA). Por lá, rodam mais de 1.300 unidades do modelo.
O Insight possui motor a gasolina 1.3l i-VTEC, acoplado a um outro elétrico, que fornece energia extra em momentos de alta demanda, como arrancadas, retomadas e aceleração.
Outra atração foi ao Honda CR-Z, um esporte cupê híbrido projetado para oferecer eficiência e economia. Segundo a Honda, foi o primeiro híbrido da história equipado com uma caixa de seis velocidades com câmbio manual. É equipado com motor i-VTEC 1.5l 16V de 122 cv de potência e propulsor elétrico de 13 cv de potência e 8 kgfm.
O visitante pode conferir também o FCX Clarity, veículo equipado com célula de combustível operando conjuntamente a uma bateria íon-lítio e um tanque de hidrogênio, de 134cv de potência. A reação de hidrogênio com o oxigênio atmosférico ocorre dentro dessa célula, que é a principal responsável por produzir a energia que faz com que o carro se locomova. Assim, o veículo só emite água pelo escapamento.
Segundo a Honda, o FCX Clarity é duas a três vezes mais econômico que veículos a gasolina, e uma vez e meia a mais que os carros híbridos. O veículo foi o primeiro no mundo certificado pelos principais órgãos de proteção ambiental dos Estados Unidos (EPA - Environmental Protection Agency; e CARB - California Air Resources Board) a ser produzido e comercializado em larga escala.
Nenhum destes modelos tem prazo para chegar ao Brasil. Apesar de lá fora a Honda ter política de vanguarda tecnológica, aqui, por enquanto, impera a cautela. Vale lembrar que a montadora foi uma das últimas a aderir à tecnologia bicombustível (gasolina/etanol).
Nissan
Ainda sem data certa para estrear no Brasil (provavelmente no segundo semestre de 2011), o Nissan March é a aposta da montadora para alavancar vendas e dobrar a participação no mercado brasileiro até 2012. Será o primeiro veículo compacto de uma montadora japonesa no Brasil.
Assim como o Tiida e o Sentra, será importado do México e segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o vice-presidente de design da Nissan, Alfonso Albaisa, “deixou escapar que o March será vendido aqui com motor 1.0 “flex””.
Além da apresentação do compacto, a Nissan lançou uma nova versão da Livina, batizada de Night & Day, e a Frontier Strike. A série especial Night & Day traz motor 1.6l 16V, câmbio manual e duas opções de cores metálicas, preta e prata, que inspiram o nome da série.
O modelo está posicionado entre a versão “S” e a “SL”, e traz novas rodas de liga leve, grade frontal e uma faixa horizontal cromada na tampa do porta-malas e rack estrutural no teto. Internamente apresenta revestimento dos paineis das portas e dos bancos em couro, e air bag para o passageiro. O custo é de R$ 47.990.
A Frontier Strike tem como base a versão “SE”, mais rack de teto, estribos, grade cromada, protetor de caçamba e um exclusivo conjunto de adesivos com as marcas Frontier e Strike. No interior, para completar o pacote, a série Strike ganha CD player com AM/FM estéreo e entrada auxiliar (para iPod). O preço: R$ 92,790 (na versão 4x2) e R$ 99,390 (4x4).
Renault
O grande momento da Renault foi a pré-apresentação do sedan médio Fluence, que tem início de vendas programadas para fevereiro de 2011. Fabricado na Argentina, o Fluence será oferecido com motor 2.0l 16v flex e câmbio CVT (o mesmo conjunto do Nissan Sentra, fruto da parceria com Renault-Nissan).
Assim, o motor é um quatro-cilindros em linha, com bloco e cabeçote de alumínio, que desenvolve a potência de 140cv/143cv (gasolina/etanol) a 6.000rpm e torque máximo de 20,3kgfm/19,9kgfm (gasolina/etanol) a 3.750rpm. O destaque é a arquitetura multiplexada, que gerencia todos os sistemas do veículo, desde o controle dos freios ABS, ao volante com assistência elétrica, ajustando por exemplo o “peso” da direção conforme a velocidade do veículo, e o acionamento dos vidros. Com o equipamento de diagnóstico original será possível visualizar todo o histórico do veículo.
Além do Fluence, a Renault apresentou uma versão com apelo esportivo do Sandero, batizado de GT Line. O motor é o velho conhecido 1.6l 16v Hi Flex K4M, que desenvolve potência máxima de 107cv/112cv a 5.750rpm (gasolina/etanol) e torque máximo de 15,1kgfm/15,5kgfm a 3.750rpm (gasolina/etanol).
As diferenças ficam por conta da estética e acabamento interno, concebidas pela equipe do Renault Design América Latina (RDAL), o primeiro estúdio de design da marca no continente americano. Os destaques são os faróis com máscara negra e faróis de neblina com moldura preta, os retrovisores na cor preto brilhante, e as rodas 15 polegadas confeccionadas em liga leve, também na cor preta. O preço sugerido é de R$ 42.590, e por mais R$ 1.000 é possível equipar o veículo com freios ABS.
Peugeot
A francesa Peugeot preparou três boas novidades. A primeira chega este mês, em duas versões de acabamento: Allure, por R$ 79.900, e Griffe, topo de gama, por R$ 86.900. Trata-se do 3008, crossover de tamanho generoso, que vira equipado com motor gasolina 1.6l 16v de injeção direta de combustível com turbocompressor, desenvolvido em cooperação com a BMW, que gera 156cv de potência máxima a 6.000rpm e torque máximo de 24kgfm a 1.400rpm.
O câmbio é automático sequencial de seis velocidades à frente e uma a ré. Outra tecnologia de destaque do modelo é o Head Up Display, que projeta em uma tela translúcida informações do painel como velocidade e regulador/limitador de velocidade.
A segunda e terceira boas novidades ainda não têm data certa para estrear no Brasil, mas já se sabe que virão para o nosso mercado. Uma é o sedan de luxo 408, que irá substituir o 407. A previsão de início de comercialização é no primeiro trimestre de 2011.
De acordo com a Peugeot, o sedan será oferecido apenas com motor quatro-cilindros 2.0l 16v de 151cv de potência máxima a 6.000rpm e torque máximo de 19,8kgfm a 4.000rpm (o mesmo dos Citroën). Uma pena, pois quem compra um carro deste porte gosta também de motores fortes.
Mas, para isso a Peugeot promete trazer o RCZ, cupê esportivo compacto 2+2 lugares, que na Europa custa 20% menos do que o Audi TT (vendido aqui por cerca de R$ 200 mil). O modelo do RCZ para o Brasil terá o mesmo motor do crossover 3008, porém como o peso do RCZ é baixo, a prazer de dirigir deve inversamente proporcional.
Citroën
O destaque da Citroën no Salão foi o recém-lançado AirCross, SUV compacta derivada do C3, produzido no Brasil (na planta de Porto Real), em três versões (GL, GLX e Exclusive), equipado com motor 1.6 16V Flex, que rende 113cv de potência a 5.800rpm com álcool e 110cv a 5.800rpm com gasolina, e torque máximo de 155Nm a 4.500rpm com álcool e 142Nm a 4.000rpm com gasolina.
Invasão chinesa: nove montadoras marcam presença
Se em 2008 o Salão do Automóvel de São Paulo contou com a participação de duas montadoras chinesas (Effa e Hafei), neste ano foram nada menos do que nove o número de marcas sínicas, sendo que algumas delas estrearão no mercado no ano que vem, como JAC Motors, Brilliance Jinbei e Haima. As demais já atuam no mercado nacional, com destaque para Chery, Haffei Motor, Effa Hafei, Chana, Effa Changhe, Lifan e Jinbei Automobile.
A JAC Motors é a que chega com mais fôlego, e projeta vendas de 35 mil unidades para 2011, ano de estreia da marca. Para tanto, terá três produtos: o J3 (sedan e hatch), com motor 1.4l VVT em bloco de alumínio de 108cv de potência e torque de 138Nm a 4.500rpm, que chega em março, o sedan médio J5, com motor de 1,5 litro, VVT, em bloco de alumínio, que desenvolve 125cv de potencia e tem torque de 161Nm a 4.000rpm (chega em setembro de 2011), e a minivan J6, que chega em junho, com motor 2.0l de 136cv de potência e torque máximo de 187Nm a 4.000rpm.
Segundo o presidente do Grupo SHC e representante oficial da JAC Motors no Brasil, Sergio Habib, a montadora já estuda o desenvolvimento do sistema flexfuel, que deve ser feito pela Delphi. Em relação a preço, o J3 hatch tem custo previsto de R$ 37.900, enquanto o sedan deve sair por R$ 39.900.
Brilliance Jinbei
Pertencente ao mesmo grupo da CN Auto, empresa controladora e importadora oficial dos veículos utilitários Towner e Topic, a Brilliance Jinbei tem estreia prometida para 2011, com quatro modelos: os hatchbacks compacto FRV e FRV Cross, o sedan médio FSV, e o sedan de luxo Splendor. A expectativa é comercializar 1.500 unidades no primeiro ano.
O hatch FRV chega com motor de quatro cilindros 1.5l, que rende 102cv de potência a 6.000rpm e torque máximo de 141Nm a 4.000rpm, com câmbio manual de cinco velocidades, assim como o FRV Cross, porém como o carro é 30mm mais comprido, o motor 1.5l desenvolve um pouco mais de potência: 104cv a 6.000rpm. O torque é o mesmo.
Já o sedan médio FSV chega com o mesmo motor do 1.5l que equipa o FRV Cross, mas com câmbio automático, e o Splendor, com motor 1.8l de 134cv de potência a 5.000rpm e torque máximo de 165Nm a 4.500rpm, e duas opções de câmbio: manual de cinco velocidades ou automático de quatro.
Haima
A terceira estreante é a Haima, marca que será importada pela Districar, que representa a sul-coreana SsangYong (no Brasil, desde julho de 2001) e a também chinesa Chana (desde junho de 2007).
Os modelos que desembarcarão no Brasil são o hatch compacto Haima 2, o hacth e sedan médio Haima 3, e o SUV Haima 7. O primeiro terá duas versões de motorização: 1.3l, de 92cv de potência a 6.000rpm e torque máximo de 126Nm a 4.000rpm, e 1.5l de 105cv de pot~encia a 6.000rpm e torque máximo de 141Nm a 4.000rpm, ambas com transmissão manual de cinco marchas.
O sedan Haima 3, versão GLS, traz motor de 1.8l, de 122cv de potência a 6.000rpm e torque máximo de 160Nm a 4.000rpm, com câmbio manual ou automático, enquanto o Haima 3 Hatchback, também na versão GLS, tem duas opções de motores, uma de 1.6l, de 115cv de potência a 6.000rpm e torque máximo de 158Nm a 4.500rpm, com câmbio mecânico de cinco marchas, e outra de 1.8l, que rende 122cv de potência a 6.000rpm e torque máximo de 160Nm a 4.000rpm, com câmbio automático CVT.
Já o SUV Haima 7 tem visual inspirado nos carros da Mazda, montadora com a qual a Haima tem parceria tecnológica. O Haima 7 traz motor 2.0l 16V VVT com 150 cavalos de potência a 6.000rpm e torque máximo de 195Nm a 4.000rpm e com transmissão manual de cinco velocidades.
Chery
Entre as marcas chinesas instaladas no Brasil a Chery é a mais avançada. Estreante no Salão do Automóvel, já comercializou neste primeiro ano de operações quase 3.500 veículos, desde que lançou o Tiggo, em agosto do ano passado.
A grande novidade foi a confirmação da instalação da linha de montagem em Jacareí, interior de São Paulo, onde investirá US$ 400 milhões para iniciar a produção de 50 mil veículos por ano, em 2013.
Enquanto isso, em março de 2011, promete trazer o Chery QQ, subcompacto que tem como principal atrativo o preço: R$ 22.900, com ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, painel digital, faróis de neblina, sensor de ré, airbag duplo, vidros, travas e retrovisores elétricos e rádio AM/FM com CD Player MP3 com entrada USB.
O motor, desenvolvido pela própria Chery, é um 1.1l ACTECO a gasolina, 16 válvulas, que rende 68cv de potência e torque de 90Nm a 3500rpm. Além de todos itens acima, vem também com freios ABS.
No salão, a Chery apresentou ainda outros três modelos que devem desembarcar em maio no Brasil: o Fulwin 2, nas silhuetas hacth e sedan, com motor flex 1.5l 16v ACTECO, desenvolvido em parceria com a Delphi (será o primeiro veículo chinês bicombustível do mercado). São 111cv/116cv de potência (gasolina/etanol) e torque máximo de 145Nm a 3.000rpm.
Os outros dois modelos são o S18 e S18D. O primeiro é um hatchback compacto e o S18D um crossover compacto, ambos equipados com motor 1.3l 16v ACTECO gasolina que produz potência de 84cv e torque de 122Nm a 3500rpm.
Lifan
Representada com exclusividade no Brasil pelo Grupo Effa, a Lifan aproveitou o Salão do Automóvel para lançar oficialmente a marca com a apresentação de dois modelos: o hatchback compacto 320 e o sedã médio 620. Ambos são montados no Uruguai, em planta construída pelo Grupo Effa com investimento de US$ 25 milhões.
Inaugurada em abril deste ano, em San José, Região Metropolitana de Montevidéu, a planta da Lifan conta com cerca de 70 funcionários, e vai produzir cerca de 3.000 veículos este ano. Em 2011, a montadora projeta produção de 25.000 unidades e, a partir de 2012, com um investimento adicional de US$ 15 milhões, 40.000 carros por ano.
Os planos são ambiciosos, uma vez que 85% da produção da planta de San José destina-se ao Brasil, e o restante para o mercado uruguaio. Entre outubro e dezembro deste ano, a meta da empresa é vender cerca de 2.500 veículos da Lifan no País.
O hatch 320 tem aparência similar ao Mini Cooper, tanto que no estande da Lifan um sósia do ator Rowan Atkinson, caracterizado de Mr. Bean, posava ao lado do carro. Porém, as semelhanças param por ai. O Lifan 320 vem equipado com motor quatro cilindros de 1.3l 16v, gasolina, que rende potência máxima de 88cv a 6.000rpm e torque máximo de 110Nm a 5.000rpm, com câmbio manual de cinco velocidades à frente e uma a ré.
Custa R$ 29.980, e chega com dois airbags de série, direção hidráulica, ar-condicionado, “trio elétrico”, sistema de som, rodas de liga leve de 14”, travamento automático das portas após 20 km/h, destravamento automático das portas em caso de colisão e sistema de freios ABS com EBD.
Lifan 620
O sedan médio 620 tem preço sugerido de R$ 39.980 motor gasolina de quatro cilindros, 1.6l 16v, que rende potência máxima de 106cv a 6.000rpm e torque máximo de 137Nm a 4.800rpm. Assim como o 320, quer conquistar pelo pacote de equipamentos, como duplo airbags, freios a disco nas quatro rodas com ABS com EBD, acendimento automático dos faróis, e sensor de estacionamento.
Mais orientais: japoneses e coreanos apresentam novidades
Se por um lado as chinesas marcaram presença, as marcas japonesas Suzuki, Mitsubishi e Subaru também mostraram a que vieram, assim como as coreanas Hyundai e Kia Motors. Esta última com uma longa lista de novidades, e das boas, sendo a principal o Kia Soul Flex, que desembarca no Brasil ainda este ano.
Com este lançamento, a Kia se posiciona ainda mais como líder de mercado entre as marcas importadas. Segundo o presidente da Kia Motors do Brasil, José Luiz Gandini, o preço será o mesmo do modelo a gasolina, que deixará de ser comercializado.
Um detalhe que chamou atenção foi o aumento de potência do motor, quando abastecido apenas com etanol: 130cv a 6.300rpm e torque máximo de 16,5kgfm a 5.000rpm. Na gasolina, mantém os atuais 124cv de potência e torque máximo de 15,9kgfm a 4.200rpm.
Antes do Kia Soul Flex, as concessionárias da marca já dispõem para venda o novo Sportage e o Cadenza, sedan de luxo que substitui o Opirus. O SUV Sportage passou por uma grande reformulação, com visual semelhante ao Hyundai ix35, mas isso não é uma coincidência uma vez que os dois modelos dividem a mesma plataforma, inclusive o motor quatro-cilindros 2.0l 16v gasolina de 166cv de potência a 6.200rpm e torque máximo de 20,1kgfm 4.600rpm.
Haverá versões com câmbio manual de cinco velocidades e automático de seis veolcidades, com tração 4x2 e 4x4, e uma versão com tração 4x4 full-time com distribuição automática de torque para o eixo traseiro. O preço parte de R$ 83.900.
Já o Cadenza chega com motor V6 3.5l de 290cv de potência a 6.600rpm e torque máximo de 34,4kgfm a 5.000rpm, à gasolina, com transmissão automática sequencial de seis velocidades, por R$ 119.900. Há uma opção com teto solar, por R$ 124.900.
Em janeiro de 2011 chegam os Cerato Hatch e Koup, e o sedan médio Optima, evolução do Magentis. O Hatch acompanha a motorização do Cerato Sedan: 1.6l de 126cv com opções de câmbio manual de cinco marchas ou automático sequencial, de seis. Já o Koup é um cupê de duas portas, com motor 2.0l de 156cv e câmbio automático sequencial de seis marchas. O novo Optima chega com motor de 2.4l de 180cv e câmbio automático sequencial de seis velocidades.
Hyundai
A sul-coreana Hyunday aposta na nova geração do sedã Sonata, best-seller na Coréia desde seu lançamento em 1985. O novo Sonata tem motor Theta-II, quatro cilindros a gasolina de 2.4l 16v, que rende 198 cavalos de potência, e câmbio automático de seis marchas sequencial. O